NASA descobre como o deserto do Saara alimenta a floresta amazónica
Pela primeira vez foi possível quantificar em três dimensões como os ventos transportam poeiras do deserto do Saara, ricas em fósforo, para a Amazónia.
Todos os anos, uma média de 27,7 milhões de toneladas de poeiras são transportadas pelos ventos do deserto do Sara para a Amazónia, do outro lado do Oceano Atlântico. Ricas em fósforo, estas partículas são essenciais para alimentar os solos da maior floresta do mundo.
O valor correto foi agora apurado por cientistas da NASA, a partir de dados de satélite que permitiram ainda criar a simulação por computador que reproduzimos nesta página.
Dados do satélite CALIPSO medidos entre 2007 e 2013 permitiram apurar que são cerca de 22 mil toneladas de fósforo que todos os anos caem no solo da Amazónia. Um valor que, segundo a agência espacial norte-americana, é equivalente àquele que a floresta perde por ação das chuvas e das enchentes.
Ou seja, não fosse o Sara, a Amazónia como a conhecemos não existiria.
O estudo, liderado pelo cientista ambiental Hongbin Yu, foi hoje publicado na revista científica Geophysical Research Letters.
"Sabemos que a poeira é importante a vários níveis. Éé um componente essencial do sistema terrestre", afirma Yu. "A poeira afeta o clima e, ao mesmo tempo, o clima afeta a poeira", diz, citado no site da NASA.
Para compreender esses efeitos, acrescenta o cientista,"primeiro temos de responder a duas questões básicas: Que quantidade de poeira é transportada [na atmosfera]? E qual é a relação entre [essa quantidade] e os indicadores climáticos?".
É para ajudar a responder a estas questões que o satélite CALIPSO, da NASA, está em órbita. O aparelho mede em "cortinas", ou faixas verticais, a quantidade de poeiras e a sua distribuição em altitude na atmosfera, permitindo criar um modelo tridimensional exato da distribuição destas partículas e da forma como os ventos as distribuem.
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