Do mundo para Lisboa, aqui está o “bagel”
1. Esta é uma história de família
Parece um filme de espionagem passado entre a Áustria, Polónia, Inglaterra, França, Lisboa e Nova Iorque, mas é uma história de família que, desde quarta-feira passada, chegou a Campo do Ourique. O Raffi’s Bagels abriu pela mão de dois franceses para vender pães em forma de donuts a Lisboa, e a história das suas raízes está contada na parede, na primeira pessoa: “Os bagels estão presentes na minha família há várias gerações”, diz o dono, Raphael Schneider — o “Raffi” que se lê no toldo. Resumindo muito, numa árvore genealógica mais internacional do que o currículo de James Bond, os pães já eram feitos pela avó de Raphael, austríaca, depois pela mãe, inglesa, e são feitos agora pela mulher Pascale, francesa, à vista de todos os clientes. “Vivemos em Inglaterra antes de vir para Lisboa, e lá estávamos acostumados a encontrar bagels em todo o lado. Um dia apeteceu-nos um e como vimos que aqui não havia, pensámos: porque não abrir o nosso espaço?”
2. Há um livro de receitas emoldurado como se fosse um tesouro
Parece um papiro antigo mas é mesmo um livro manuscrito onde se medem quantidades de sal e açúcar. Está escrito em alemão porque pertencia à avó de Raphael, mas remete também para a história do próprio bagel: “Pensa-se que a receita terá aparecido há 400 anos na Polónia ou na Áustria”, diz Raphael, acrescentando uma lenda onde se conta que os pães são redondos porque um pasteleiro os inventou para um imperador austríaco e quis recriar a forma de um estribo (o suporte onde se põe o pé quando se anda a cavalo). “Nasceu de certeza no Leste da Europa, e espalhou-se pelo mundo através dos judeus”, diz o dono. Isso explica porque tenha sido adotado com tanta força em cidades como Nova Iorque, nos Estados Unidos, ou Montreal, no Canadá.
3. Pode-se esquecer dos “bagels” no saco do pão, que eles não se vão transformar em pedra
“O bagel é um pão que se mantém muitos dias, não é como a baguete francesa que se deve comer estaladiça e passado três horas já está boa para ir para o lixo”, diz Raphael. No Raffi’s ele é vendido simples, com sementes de sésamo, de papoila ou misto, sempre feito e amassado na cozinha do café, com base na tal receita de família que foi adaptada aos gostos de hoje. Pode pedi-lo sem nada (1€) ou com vários tipos de recheio, em cinco menus diferentes.
4. Os menus são como mapas de Nova Iorque
Há o Manhattan, o Chelsea, o Brooklyn, o Central Park e o Soho, cada geografia uma combinação de ingredientes diferente, do salmão ao húmus, em preços que vão dos 4,80€ aos 5,50€. Na ementa existe também o My Bagel, que não é um bairro secreto da Big Apple mas sim uma opção que permite personalizar os ingredientes que estão no balcão. Se quiser comer ao ar livre, já que o Jardim da Estrela fica a três minutos de distância, pode pedir tudo isto em take-away, ou simplesmente procurar um dos lugares da esplanada.
Depois da Quinoa, do Porto Bagel Café e da carrinha de rua The Skinny Bagel, há mais um carimbo português no passaporte deste tipo de pão.
Nome: Raffi’s Bagels
Morada: Rua Saraiva de Carvalho, 120 (Campo de Ourique, Lisboa)
Horário: Segunda a sexta, 08h00-18h00; sábado 10.00-16.00
Preço médio: 6€ por pessoa
Morada: Rua Saraiva de Carvalho, 120 (Campo de Ourique, Lisboa)
Horário: Segunda a sexta, 08h00-18h00; sábado 10.00-16.00
Preço médio: 6€ por pessoa
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