Pedro Paulo de Miranda
“A gênese da palavra crise (krisis) pode ser controversa, mas por precaução recorro ao dicionário de filosofia, Abbagnano (2000), para apresentar a explicação que é disponibilizada. Termo de origem médica que na medicina hipocrática indicava a transformação decisiva que ocorre no ponto culminante de uma doença e orienta o seu curso em sentido favorável ou não. Prossegue, em época recente, esse termo foi estendido, passando a transformações decisivas em qualquer aspecto da vida social.
Para ilustrar temos a história que coloca luz à explicação, como exemplo: no Brasil, o regime de exceção (64) e o de abertura política culminando com a Constituição de 1988. No cenário mundial, as reformas denominadas de Perestroika (reestruturação) e Glasnost (transparência) na URSS, que contribuiu para a extinta União Soviética repensar o modelo comunista. Mais recentemente, a abertura de diálogo entre Cuba e os Estados Unidos.
Há algo em comum nos exemplos citados, pois os modelos repousavam em um sistema de crenças, dentro de limites por eles estabelecidos. Mas em determinado momento, o avanço dessas crenças provocou ou provoca mudança da ideia central sobre a qual determinada situação estava ou está apoiada, determinando assim, o inicio de uma época crítica, sendo a sua passagem para a “cura” ou o prolongamento da “doença”.
O Brasil dos nossos dias enfrenta três crises: a econômica, a de credibilidade e a política.
A crise econômica que expõe o crescimento inexpressivo em 2014 e projeções nebulosas para 2015, o problema energético e os “tarifaços”.
A crise de credibilidade a exemplo da corrupção endêmica que contribui para envergonhar o país mundo afora, trazendo consequências como o receio de investidores estrangeiros se instalarem no país, dado a insegurança generalizada.
E, por fim, a crise politica que durante 12 anos sofreu o Estado brasileiro com o aparelhamento das instituições/organizações por parte daqueles cujo objetivo era que o amanhã fosse governado pelos mesmos que estão hoje.
Estamos no limite ou no ponto culminante de uma “doença” que o seu curso se orientará para a “cura” ou para o agravamento da “patologia”. O Senado Federal pelo que o país assistiu no dia de ontem, quarta feira (04/02/2015) optou pelo curso do agravamento, pois alijou da mesa diretora a oposição, negando a proporcionalidade e o entendimento/diálogo que é peculiar ao legislativo.
E agora?
“Esperar não é saber”!
P.S O emprego dos termos esquerda e direita para se referir esta ou aquela ideologia politica também está em crise, para não dizer desgastado. Excetua-se nos quartéis onde determinada instrução é exigida na sua marcha, sendo para esquerda ou para a direita.”
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