Projeto Harpia na Mata Atlântica: Mais um gavião-real nas florestas da Bahia
Apesar de já ter fotografado harpias em diversos ambientes e situações, não posso esconder que novamente me emocionei, como se fosse a primeira vez, quando presenciei a soltura de mais um indivíduo nas matas do Parque Nacional do Pau-Brasil.
Após 28 meses de reabilitação em um recinto especialmente construído na RPPN Estação Veracel, a harpia voltou a habitar o dossel das florestas baianas. O processo foi conduzido pela equipe do Projeto Harpia na Mata Atlântica.
A soltura aconteceu pela manhã e junto com os pesquisadores, acompanhei seus vôos até o anoitecer. “Nos próximos 15 dias ela será monitorada em campo para acompanharmos sua adaptação ao novo habitat”, me explicou a coordenadora do Programa Nacional de Conservação do Gavião-real, Dra. Tânia Sanaiotti. Após essa fase, a harpia será monitorada semanalmente utilizando telemetria e por satélite pelos próximos três anos.
Agora que a harpia já está de volta à floresta, serão realizadas atividades de educação ambiental nas comunidades vizinhas à área de soltura, com o objetivo de sensibilizá-las para a proteção desta espécie e orientá-las para o relato em casos de avistamentos da ave, que carrega anilhas e os transmissores. “Poder cuidar, reabilitar e devolver à natureza uma ave que é topo da cadeia alimentar e tentar garantir o equilíbrio ambiental das matas existentes em nossa região, significa que estamos seguindo o caminho certo”, avaliou a coordenadora da RPPN Estação Veracel, Vírginia Camargos.
O Projeto Harpia na Mata Atlântica é uma iniciativa voltada para a pesquisa, reabilitação, reintegração e conservação da população de harpias de vida livre que habitam as matas dos fragmentos florestais da RPPN Estação Veracel, da CEPLAC e do PARNA Pau-Brasil, no Sul da Bahia. Graças ao apoio da Veracel Celulose, em parceria com o INPA, INPE, IBAMA, ICMBIO, CIPPA, SOS Falconiformes, ABFPAR e CRAX, o projeto vem possibilitando a inclusão destas aves no Programa Nacional de Conservação do Gavião-real e a reintegração com sucesso destes animais à natureza.
Ontem, dia 7 de fevereiro, antes de iniciar os preparativos para a brincadeira carnavalesca no bloco de rua De Hoje a 8, no Santo Antônio Além do Carmo, fui surpreendido pelo alvoroço de duas aves de rapina que passaram a frequentar as antenas de TV do prédio que resido. Sim, dois jovens gaviões, que aliás, os venho observando presença com certa frequência nas imediações do Dique do Toróró quando por lá estou a fazer minhas atividades físicas. Pois bem, no alvoroço deles, deixaram duas penas ao sabor do vento chegar até o meu piso, na varanda ao lado da sala. Como eu estava a preparar a minha fantasia de índio, as coletei e as prendi na borda da minha tiara indígena e paraguaia comprada no ano de 1974 quando visitei aquele país sul americano. Então, em homenagem aos amigos gaviões, batizei-me de índio chefe Gavião Real. Senti-me protegido. Pois que venham mais.
ResponderExcluir