O traficante Marco Archer e o exemplar funcionário da Varig
Ontem dia 17/01/15 o traficante Marco Archer foi executado na Indonésia, depois de ter sido preso, devidamente julgado e condenado por tráfico de cocaína.
Ontem dia 17/01/15 o traficante Marco Archer foi executado na Indonésia, depois de ter sido preso, devidamente julgado e condenado por tráfico de cocaína.
Quando foi pego exercendo atividade tão tenebrosa e maléfica já tinha mais de 40 anos e vasta experiência no exercício do tráfico (já havia sido "promovido" para o cenário internacional). Tinha plena consciência do mal que a sua atividade exercia sobre outras pessoas: destruição de sonhos, famílias, tecido social e vidas, muitas vidas!
Enquanto o Archer traficava e ganhava vultosas somas em dólares, o "João", humilde funcionário da Varig, trabalhava com dedicação, cuidava de seus clientes, de sua própria família, estudava continuamente para se manter atualizado e produtivo, acalentava sonhos, ajudava famílias a se manterem em saudável contato, salvava vidas e construía laços sociais perenes, honestos e construtivos. Tinha muitos amigos do mesmo feitio, da mesma estirpe!
E o João trabalhou e estudou com afinco por décadas, tendo sido promovido (por mérito) para o cenário internacional onde sua responsabilidade aumentou ainda mais, assim como seu salário; mas (ao contrário do Archer) nunca obteve altos ganhos; só o suficiente para pagar as despesas da família, a escola dos filhos, ajudar instituições ou pessoas necessitadas. E, com muita economia, pagar o Instituto Aerus de Securidade Social para garantir que no inverno da vida teria o merecido retorno! O João era um cidadão previdente e exemplar: bom amigo, bom marido, bom pai, exemplo de dignidade, responsável, participativo, honesto e justo.
O Marco Archer e o João morreram no mesmo dia. O Archer executado com tiros. O João por nossas instituições e nossas autoridades: sem dinheiro para comprar o remédio que precisava. Quase tudo que ele pagou ao Aérus foi roubado com a anuência ou descaso de autoridades e instituições regiamente pagas para cuidar especificamente desses casos. E o João estava aguardando havia muitos anos por uma decisão judicial que garantisse o que lhe era devido. Podemos dizer que foi executado pela negligência.
Mas o que causa indignação não é só o fato de o João ter morrido prematuramente. Fico decepcionado e triste porque o Archer recebeu a atenção da "consternada e indignada" presidente Dilma que clamou pelo traficante, pressionou o governo Indonésio através de comunicados, telefonou várias vezes (sem sucesso) ao presidente da Indonésia, acionou embaixadores, ministros, imprensa e organismos internacionais. Lamentou publicamente a morte do Archer e enviou condolências à família do delinquente. Até aí concordo; também sou contra a pena de morte.
E o João?!!! Se sou contra a pena de morte para o traficante, sou Indignadamente, Absolutamente, Visceralmente contra a pena de morte imputada ao João. E nenhuma autoridade, nem sequer um vereador clamou por ele e seus milhares de colegas igualmente condenados. A presidente Dilma não telefonou sequer uma vez a qualquer instituição para falar a respeito da condenação de tantos cidadãos e exigir justiça. Apenas justiça!!!!!!
Um amigo e colega do falecido João
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