Paulo Costa Lima (Salvador, 26 de Setembro de 1954) é um compositor brasileiro ligado ao Grupo de Compositores da Bahia – UFBA, pesquisador e teórico da composição e da cultura.
Nasceu em Salvador, no bairro de Brotas, filho de Antonio Batista Lima (1922) e Dinorá Costa Lima (1911), tendo um único irmão, João Augusto (1951).
Aproxima-se da música através do violão popular e do repertório da jovem guarda, a partir dos 11 anos. Na seqüência: Beatles, bossa-nova e início formal dos estudos musicais, em 1969 (14 anos), em plena efervescência do movimento de vanguarda na Bahia, ainda no espírito dos Seminários de Música da UFBA, convivendo e estudando com Ernst Widmer, Jamary Oliveira, Lindembergue Cardoso, Walter Smetak, Fernando Cerqueira e Agnaldo Ribeiro.
Estudou violoncelo com Piero Bastianelli e atuou profissionalmente a partir de 1974. Teve sua primeira obra apresentada em 1976, antes de transferir-se para Urbana, Illinois, onde foi orientado por Herbert Brün e Ben Johnston, concluindo o curso de composição with honors. Casou-se em 1976 com Ana Margarida de Almeida Cerqueira Lima, tendo dois filhos: Cláudio e Maurício.
Registra em seu catálogo mais de 80 obras e cerca de 300 execuções em mais de 15 países, levando-o a participações em festivais no Carnegie Hall (1996), noLincoln Center (2001), em Seattle (com a Orquestra Sinfônica de Seattle), na sala Rode Pompe (Bélgica), na KonzertHaus de Berlim (2004), em Campos de Jordão, na Sala Cecília Meireles, Sala São Paulo, Teatro Brás Cubas (Santos), tendo merecido crítica do New York Times (por Alex Ross) e do Deutsche Zeitung, e verbete do Grove Dictionary of Music and Musicians (2001), a maior enciclopédia musical da atualidade. Foi distinguido diversas vezes por prêmios e comissionamento de obras, a exemplo da Bolsa Vitae (1995) e da Série Criadores do Brasil-OSESP (2000).
Além da graduação em Composição e do Mestrado em Educação Musical (com Richard Cowell), ambos obtidos na University of Illinois, concluiu Doutorado em Educação pela UFBA (1999) com tese sobre a Pedagogia da composição de Ernst Widmer, e um segundo Doutorado em Artes, pela Universidade de São Paulo(2000), com Tese sobre a Relação entre superfície e estrutura na música octatônica de Ernst Widmer.
Seus principais interesses de pesquisa são: composição e identidade cultural, ensino de composição, música e psicanálise, gestão universitária e gestão cultural.
Autor de dezenas de artigos em periódicos nacionais e internacionais, foi também organizador de diversos livros e autor de Invenção e Memória (2005) e O Ensino de Composição Musical na Bahia (1999).
A partir de 1979, assume a posição de professor da Universidade Federal da Bahia, à qual dedicou sua vida acadêmica, lecionando disciplinas de composição e análise musical. Foi Chefe de Depto e Diretor da Escola de Música (1986-1992), tendo sido o responsável pela retomada dos Seminários Internacionais de Música, pela criação da Pós-Graduação nesta área e pela criação do Memorial Lindembergue Cardoso, com ampliação do espaço físico da Escola. Pró-Reitor da UFBA em duas gestões (1996-2002), participou da concepção e implementação do Programa UFBA em Campo e ACC-Atividade Curricular em Comunidade, aproximação entre Universidade e Carnaval, criação da TV UFBA e Rede de Outdoors.
Retoma de forma ativa ao ensino de composição a partir de 2003 e participa da criação do grupo OCA – Oficina de Composição Agora, constituído por compositores oriundos da Escola de Música, seus ex-alunos: Alex Pochat, Joélio Santos, Paulo Rios Filho e Túlio Augusto, tendo realizado uma série de projetos culturais inclusive a Série Brasil.
Tendo como pano de fundo uma coalizão de forças políticas renovadoras assume entre 2005-2008 a presidência da Fundação Gregório de Mattos, órgão responsável pela cultura em Salvador, a partir de uma iniciativa de seu amigo Manoel José de Carvalho, envolvendo indicações da UFBA e de Juca Ferreira.
Deu atenção especial à relação entre cultura e participação popular, especialmente através de diálogos entre a cultura letrada e a ancestralidade. Implantou a Lei Municipal de Incentivo à Cultura - Viva Cultura, restaurou a Casa do Benin, lançou o Programa Capoeira Viva 2007, criou o Conselho Municipal de Cultura, o portal de cultura da FGM, o Festival 'Viva Salvador', os programas 'Mestres Populares da Cultura' e 'Estação Cultura', entre outros, lançando mais de 50 produtos (livros, CDs e vídeos), tendo sido homenageado com a mais alta comenda do Legislativo Municipal, a Medalha Thomé de Souza.
Foi consultor do Fórum Mundial de Cultura e do Fórum Mundial de Turismo para a Paz e o Desenvolvimento Sustentável (Odebrecht - Instituto de Hospitalidade); participou e presidiu a Câmara de Letras e Artes da FAPESB (2003-2006).
Pesquisador do CNPq a partir de 1983, reingressou no sistema mais recentemente como pesquisador com bolsa de produtividade.
Escreve regularmente para o portal Terra Magazine (âmbito nacional) e ocasionalmente para o Terra Magazine da América Latina. Também colabora com o Jornal A Tarde, de Salvador, desde 1981, já tendo publicado mais de cem artigos. É membro do Conselho de Cultura do Estado da Bahia (2007-2010)
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