quinta-feira, 31 de março de 2016

ADEUS, EDUARDO!

ROSA WEBER TRAVA GOLPE DE CUNHA, QUE DEVE CAIR ANTES

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Com liminar concedida nesta terça-feira pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, o presidente da Câmara não pode decidir absolutamente nada relacionado ao impeachment da presidente Dilma até que seja analisado no STF o mérito de um mandado de segurança apresentado à corte, que não tem data prevista para ser julgado; depois, atendendo a um pedido dos deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Paulo Pimenta (PT-RS), a ministra concedeu uma terceira liminar contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ); com isso, situação do deputado, denunciado por corrupção e vinculado a contas secretas na Suíça, ficará insustentável na presidência da Câmara e a oposição será pressionada a abandoná-lo de vez – não apenas em nota à imprensa, como fez na semana passada

O sentimento de vingança que motiva o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a dar seguimento aos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Legislativo não deve ser suficiente para realizar o tão sonhado golpe da oposição. Pelo menos por ora.
Liminar concedida nesta terça-feira 13 pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), impede Cunha de tomar qualquer decisão sobre o impedimento da presidente até que seja analisado no STF o mérito de um mandado de segurança apresentado à corte, que sequer tem data para ser julgado. A decisão da ministra deferiu um mandado de segurança do deputado Rubens Pereira Jr. (PCdoB-MA).
Em outras palavras, até que o STF se manifeste em plenário, o impeachment contra Dilma não prossegue na Câmara. Mesmo que Cunha dê prosseguimento a um dos pedidos, por decisão monocrática, a tramitação seria barrada pelas liminares concedidas tanto por Rosa Weber quanto pelo colega Teori Zavascki.
Depois, atendendo a um pedido dos deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Paulo Pimenta (PT-RS), Rosa Weber concedeu uma terceira liminar contra Cunha. Nesta decisão, a ministra concluiu que o presidente da Câmara desrespeitou a súmula vinculante 46, do STF, que estabelece que o trâmite para processos por crime de responsabilidade só pode seguir o que está fixado em lei.
"Se o ministro Teori Zavascki barrou manobra acertada entre Eduardo Cunha e a oposição para viabilizar o impeachment, a colega Rosa Weber travou a possibilidade de uma decisão do presidente da Câmara sobre impedimento até que seja analisado o mérito de um mandado de segurança apresentado ao STF. Em resumo, Zavascki concentrou poder nas mãos de Cunha, mas Weber atou as mãos do presidente da Câmara", comentou o jornalista Kennedy Alencar, ao comentar as decisões.
Com a decisão, a situação de Cunha, investigado por corrupção e lavagem na Suíça e vinculado a contas secretas no país europeu, por onde passaram pelo menos R$ 23 milhões, ficará insustentável na presidência da Câmara e a oposição será pressionada a abandoná-lo. Desta vez, para valer – não apenas com uma nota à imprensa, como fez na semana passada, quando defendeu, simbolicamente, o afastamento do deputado.

CURSO DE LIBRAS

Curso de Libra_Museu Tempostal_m

MILITARES ENVOLVIDOS NA LAVA JATO!

OBJETOS PERDIDOS

LISBOA: AGENDA CULTURAL


VEJA - E INVEJA - A PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES CULTURAIS EM LISBOA PARA ESTE ANO.
É CLARO QUE TEM UMA INFINIDADE DE OUTROS EVENTOS ACONBTECENDO, 
FORA ESTA JA INTENSA PROGRAMAÇÃO


E NÓS AQUI CONVENCIDOS QUE, 
EM MATÉRIA DE CULTURA, 
SOMOS  O CENTRO DO MUNDO!...

HOMENAGEM A FERNANDO CONCEIÇÃO

Três semanas e meia depois que um pequeno grupo de estudantes partidariamente orientados por facções do Partido dos Trabalhadores (PT) passou a difundir mundo a quatro ataques levianos a este professor da casa, na manhã de 30 de março se dá a cena.

TrofeuHomenagemFC

RANCHO FUNDO

NUNCA SUBESTIME AS PESSOAS

OS COCHES DE VERSALHES

PARA INTROVERTIDOS

These isolated houses are perfect for introverts

An off-grid retreat in rural Australia.


There are those of us who crave the convenience of big cities, while some of us prefer the neighbourly comfort of suburbia. No matter which of the two best describes you, all of us from time to time fantasise about living in the middle of nowhere, off the grid, in some far away land.   
Maybe you’ve day dreamed of owning your own island? Or perhaps you’ve imagined living in a cosy cabin lost deep in the woods? We’ve got just the cure for your hectic diary: these peculiar dwellings that are about as secluded as it gets.
1. House on the river
For more than four decades this bizarre little house has survived everything nature can throw at it. Balancing on a rock in the middle of the Drina River in Serbia, the house has been pounded by floods and high winds, but has stood strong. Built by a group of young swimmers out having a splash in the river who simply wanted a place to rest, they found the rock and started using it regularly. Then as time went by, they wanted a more comfortable place and began to build the house one board at a time.
Photos: Alamy
2. Luka Vuerich hut
This small structure is a cosy hut located on the crest of Foronon Buinz in the Julian Alps. Designed by architect Giovanni Pesamosca and named in memory of the deceased climber Luka Vuerich, the cabin contains nine beds and sits  2531 metres above sea level. It is strategically located along a summit trail providing refuge for hikers, climbers or anyone looking for a place to rest in the mountains. Sleeping in the hut is free … provided you’re able to climb up there!
Photos: Design Boom
3. Garden cabin studio
This project is a collaboration between architect Ville Hara of Avanto Architects and designer Linda Bergroth. The pair launched their garden shed kit in 2010, combining a green house with storage space, and it comes in ready-made elements that can be assembled simply with a screwdriver. Bergroth customised one of the prototypes to create her very own cabin retreat on a small island in eastern Finland.
4. Thousand Islands single home
Set in the middle of Canada’s Saint Lawrence river is the (rather obviously named) ‘Just Room Enough Island’, a tiny island which has enough space to support one house and nothing else. When the tide is high the water of the river laps against the house’s walls, however at low tide, the owners are able to set up their garden furniture on the porch and soak up the sun, neighbour free.

Photos: 100 Islands
5. Earthen cabin in the woods
In the early 1800s a man named Little Jon built and lived in this earth cabin (otherwise known as “backstuga“) located in southern Smaland, Sweden. An earthen cabin is built partially buried in the ground, in this case there are three stone walls and one made of wood. People who lived in these cabins often worked for their landowners to make their living, however today a woman who inherited the cabin has, along with her husband, saved it from rot and restored it
6. The mysterious lonely house
On the island Ellioaey, lies one lonesome and mysterious cottage with only a few stray cattle that loiter about its grassy rock in sight. Isolated from the rest of the world, not a great deal is known about the island or the house that occupies it. 
Photos: Amusing Planet
7. Tintaldra cabin in rural Australia
Situated on the southern banks of the Murray River in Victoria, an autonomous retreat exists completely off-grid. Designed by Modscape, a studio who specialise in modular and prefabricated architecture, the dwelling serves as a reclusive and intimate base for a client who spends a lot of time overseas. Viewed from the passing road, the structure becomes part of the landscape appearing as small vernacular shed, set against the mountainous backdrop.
Photos: Modscape

JOSEPH SAFRA DENUNCIADO

MP DENUNCIA JOSEPH SAFRA POR NEGOCIAR PROPINA

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Procuradoria da República no Distrito Federal denunciou o dono do Grupo Safra, Joseph Safra, e o ex-diretor da instituição João Inácio Puga, acusados de negociar R$ 15,3 milhões de propina para dois servidores da Receita atuarem a favor da empresa no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais); a peça, baseada na Operação Zelotes, diz respeito a três ações contra o grupo que envolviam cobranças de multas que somavam R$ 1,8 bilhão, em valores atuais; eles negam irregularidades

A Procuradoria da República no Distrito Federal denunciou o dono do Grupo Safra, Joseph Safra, e o ex-diretor da instituição João Inácio Puga, acusados de negociar R$ 15,3 milhões de propina para dois servidores da Receita atuarem a favor da empresa no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).
A peça do Ministério Público Federal, baseada na Operação Zelotes, diz respeito a três ações contra o grupo que envolviam cobranças de multas da Receita que somavam R$ 1,8 bilhão, em valores atuais. Eles negam irregularidades.
Também foram denunciados funcionários da Receita Eduardo Leite e Lutero Fernandes (que era lotado no Carf) e dois intermediários.

E ENTRETANTO...

A BARATA MOR

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CONTINUA VIVA E GOZANDO DE EXCELENTE SAÚDE!

... E DO OUTRO

‘Ela tem razão, impeachment sem crime é golpe’, diz Ministro do STF


"Acertada a premissa, ela tem toda razão. Se não houver fato jurídico que respalde o processo de impedimento, esse processo não se enquadra em figurino legal e transparece como golpe", afirmou Marco Aurélio Mello.


Do Brasil 247

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello disse considerar "uma esperança vã" que o impeachment da presidente Dilma Rousseff acabe por resolver os problemas do Brasil e concordou com os argumentos de Dilma de que seu afastamento sem comprovação de crime de responsabilidade "transparece como golpe".

"É uma esperança vã (que o impeachment resolva a crise). Impossível de frutificar. Nós não teremos a solução e o afastamento das mazelas do Brasil apeando a presidente da República. O que nós precisamos, na verdade, nessa hora, é de entendimento, é de compreensão, é de visão nacional", disse Marco Aurélio. "Acertada a premissa, ela tem toda razão. Se não houver fato jurídico que respalde o processo de impedimento, esse processo não se enquadra em figurino legal e transparece como golpe", observou.

O ministro disse acreditar ainda que o afastamento seria o "contrário" da solução, e que poderia resultar em conflitos sociais. "Precisamos aguardar o funcionamento das instituições. Precisamos, nessa hora, de temperança. Precisamos guardar princípios e valores e precisamos ter uma visão prognostica. Após o impedimento, o Brasil estará melhor? O que nós teremos após o impedimento? A situação é diversa de 1992, porque temos dois segmentos que se mostram, a essa altura, antagônicos, e não queremos conflitos sociais. Queremos a paz social", destacou.

Caso o Congresso opte por levar adiante o processo de impeachment, acrescentou o magistrado, o governo ainda poderá recorrer ao STF. "O Judiciário é a última trincheira da cidadania. E pode ter um questionamento para demonstrar que não há fato jurídico, muito embora haja fato político, suficiente ao impedimento. E não interessa de início ao Brasil apear esse ou aquele chefe do Executivo nacional ou estadual. Porque, a meu ver, isso gera até mesmo muita insegurança", avaliou.


"O ideal seria o entendimento entre os dois poderes, como preconizado pela Constituição Federal para combater-se a crise que afeta o trabalhador, a mesa do trabalhador, que é a crise econômico-financeira. Por que não se sentam à mesa para discutir as medidas indispensáveis nesse momento? Por que insistem em inviabilizar a governança pátria. Nós não sabemos", propôs o ministro do STF.

DE UM LADO...

Repasse de marqueteiro do PT eleva suspeitas sobre reeleição


A empresa do marqueteiro João Santana recebeu recursos em dinheiro vivo do grupo Odebrecht e fez repasses, também em espécie, a fornecedores da campanha de Dilma Rousseff em 2014, informam Valdo Cruz, Graciliano Rocha e Leandro Colon. Esse roteiro é investigado pela Polícia Federal no âmbito da Lava Jato. Para a força- tarefa, há indícios de que Mônica Moura, mulher e sócia do publicitário, fez esses pagamentos entre 2014 e 2015 com recursos ilegais recebidos da construtora. Sob a condição de anonimato, um prestador de serviços da campanha disse à Folha que foi pago em espécie por Mônica Moura. As defesas do publicitário e de sua mulher, que negocia acordo de delação, não se manifestaram sobre o caso. As contas de 2014 são alvos de inquérito no Tribunal Superior Eleitoral, que pode resultar na cassação de Dilma e do vice, Michel Temer. O ministro Edinho Silva (Comunicação Social), tesoureiro da campanha de Dilma, nega irregularidades. Segundo ele, todos os pagamentos à empresa de João Santana (R$ 70 milhões) foram feitos por meio de transferências bancárias e informados à Justiça Eleitoral. Procurada, a construtora Odebrecht não quis comentar o assunto.(Folha)

NEW ESTAÇÃO DA LAPA

CRISTINA ARAGON
(DO FACEBOOK)

Visitei a nova Lapa hoje. Comparando com o caos que ali estava instalado as melhorias são indiscutíveis. 


Ponto alto para a abertura do subsolo, que resolveu em 79% os problemas de poluição e iluminação .


Limpeza e sanitários estão ótimos exceto para 2 contêineres instalados no subsolo
Ponto fraco para a sinalização - não vi uma faixa de pedestres . Fraca também a informação aos passageiros . Não existe um painel geral onde você possa localizar onde está o seu ponto.


A impressão q tive é que os investimentos foram priorizados para a área comercial.
Exemplo: nas plataformas do térreo não houve nenhuma intervenção com muitas placas soltas e irregulares . 



Na altura do meio fio as saídas de águas pluviais p as canaletas (sob as plataformas) estão sem grades de proteção e visivelmente cheias de lixo o que deve estar ocasionando as infiltrações no subsolo quando chove. 


Ponto zero para os acessos de pedestres tomadas por barracas de comércio informal deixando os (...?)


Em caso de necessidade de evacuação emergencial da estação pode haver uma tragédia . 


Furiosos também estão os pilares do subsolo com umas cores e pintura de qualidade horrorosa.

quarta-feira, 30 de março de 2016

JUDEUS SEM SABER

Baudouin Eschapass
Condensado por Rostand Medeiros


Perseguidos na Europa pela Inquisição, centenas de judeus se exilaram na América no fim da Idade Média. Cinco séculos depois, descendentes tentam descobrir suas raízes

Eduardo Manet não esquece aquela noite de junho de 1943. O tempo estava bom em Havana. Ele e a mãe tinham ido ao cinema. Na volta para casa, o futuro escritor cubano ouviu a mãe explicar que ela havia nascido em uma família “marrana”. O menino não entendeu imediatamente o que aquilo queria dizer. “Creio que não ouvi direito… o ruído do mar, meus ouvidos zumbiam…”
A frase não fazia sentido para Manet. “Marrano” significa “porco” em espanhol. Confuso, ele perguntou: “Como assim? Você nasceu com os porcos?”. O adolescente, prestes a completar 13 anos, compreendeu na hora que acabara de ferir profundamente a mãe. Com uma expressão séria no rosto, ela explicou ao filho o sentido religioso do termo: “Chamamos de marranos os judeus sefarditas que foram obrigados a se converter à religião católica no fim do século XV. Eles não tinham escolha: era o exílio ou a conversão. Os que não quiseram abandonar a terra de seus ancestrais nem se converter ao catolicismo acabaram na fogueira”.
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Obra mostra cena de explusão de judeus da Espanha em 1492.

Muitos deixaram o país, mas outros optaram por ficar e se onverter ao catolicismo. (Xilogravura, Michaly von Zichy, 1880, posteriormente colorizada)
Sessenta anos depois, o escritor manteve gravado na memória esse dia em que descobriu o segredo de sua família. Ele era judeu sem o saber. Ou melhor, era um criptojudeu. Inspirado por essa revelação, decidiu pesquisar mais a fundo a história de seus antepassados. Em 2007, reuniu o resultado de seus estudos para escrever o livro Marrane! (Marrano!), publicado pela editora francesa Hugo et Compagnie. A obra não é apenas uma emocionante viagem à Cuba da juventude do autor, mas também um interessante relato sobre a trajetória de uma família marrana que se refugiou no Novo Mundo para fugir da Inquisição. Em busca das origens, o autor se debruçou sobre sua árvore genealógica e retrocedeu no tempo até chegar a doña Asunción, judia sefardita que foi obrigada a dissimular sua religião na Espanha do século XV.
Naquela época, os judeus eram alvo de uma feroz perseguição religiosa na península Ibérica. O antissemitismo não era novo. As primeiras manifestações desse tipo de preconceito remontam à Antiguidade, mas só no fim do século XIV a intolerância assumiu a forma de grandes massacres de judeus, os chamados pogroms. A situação dos filhos de Israel só piorou quando, cem anos depois, a rainha Isabel de Castela, conhecida como “a Católica”, assinou vários decretos reais condenando severamente todos os hebreus que não abraçassem a fé cristã.
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Há quem garanta que Colombo foi judeu, assim como grande parte da tripulação de suas três caravelas. (Chegada de Colombo na América em 1492, óleo sobre tela John Vanderlyn, séc. XIX)

Milhares de judeus passaram então a esconder sua religião. A Inquisição se mostrou especialmente implacável com eles. Em 1481, muitos Talmudes (livros que registram as leis e costumes dos hebreus) foram queimados em autos de fé organizados em toda a Espanha. Em 1492, os reis católicos tomaram Granada, expulsando definitivamente os muçulmanos da península Ibérica. Senhores absolutos da Espanha e contando com o apoio do papa Sisto IV, que reconheceu oficialmente a Inquisição espanhola em uma bula de 1478, os soberanos de Castela e Aragão assinaram o Decreto de Alhambra em 31 de março de 1492, que expulsou os judeus do reino espanhol. De acordo com esse texto, todos os súditos hebreus deveriam se converter ao catolicismo ou partir. Apesar da enérgica ação de Isaac Abravanel, funcionário da corte de Isabel de Castela que tentou obter a anulação do decreto, as perseguições se intensificaram.
Centenas de milhares de israelitas (entre 200 mil e 400 mil pessoas, dependendo da fonte) escolheram deixar o país. Alguns foram para Portugal, de onde foram expulsos em 1497. Outros atravessaram o estreito de Gibraltar para viver livremente sua fé do outro lado do Mediterrâneo, no Marrocos. Muitos fugiram para o Oriente – para a Itália, para o leste da Europa, para o Egito ou para a Palestina. Houve os que encontraram refúgio no Império Otomano, onde o sultão Bayazid II lhes ofereceu sua hospitalidade. Os que ficaram (cerca de 150 mil) se converteram, mas um grande número continuou a viver secretamente de acordo com a tradição judaica.
Não era fácil professar a fé na clandestinidade, principalmente na ausência de rabinos e de ensino religioso. Praticados de forma secreta, os ritos e as festas perdiam às vezes o sentido, mas os gestos sobreviveram e foram transmitidos de pai para filho. A comunidade dos marranos na Europa, também chamados de “conversos”, contava com algumas celebridades, como o filósofo Baruch Spinoza (que acabou rompendo com o judaísmo), ou Antoine de Luppes, avô materno do filósofo Michel de Montaigne.
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Página original do decreto, assinado pelos soberanos de Castela e Aragão, que determinou a expulsão dos judeus no século XV

Há quem diga que o próprio Cristóvão Colombo era um criptojudeu, mas não há provas que corroborem tal afirmação. A única certeza é que grande parte dos financiadores de sua expedição de 1492 era judia. Entre eles estavam Abraão e Isaac Abravanel, Juan Cabrero, Luis de Santángel, Gabriel Sánchez e Alfonso de la Caballeria. Segundo Lee Friedman, autor de um estudo sobre os pioneiros judeus do Novo Mundo intitulado Jewish pioneers and patriots (Pioneiros e patriotas judeus), vários membros da tripulação das três caravelas da expedição de Colombo seriam judeus. Alguns teriam, inclusive, criado raízes na América desde a primeira missão, em agosto-setembro de 1492. Cada nova onda de conquistadores trouxe novos criptojudeus.
Desde a década de 60, diversas comunidades marranas vêm sendo identificadas no continente americano. Não só em Cuba, mas também em Porto Rico, no Brasil (a partir dos anos 80), no México e nos Estados Unidos. Um dos casos mais interessantes é o de um grupo de moradores da região do Novo México, nos EUA, que, apesar de oficialmente cristãos, seguem há várias décadas as tradições judaicas sem sequer ter consciência disso.
A revelação sobre as raízes israelitas dessa comunidade do sudoeste dos Estados Unidos foi feita pelo historiador Stanley Hordes em 2005 e gerou polêmica entre a população local. Segundo Hordes, o Novo México abrigaria uma das mais antigas comunidades criptojudaicas da América. O historiador de Santa Fé revelou que centenas de viejitos – como são conhecidos lá os velhos habitantes hispanófonos – ignoram que mantêm vivos diversos elementos da tradição israelita há centenas de anos, mesmo se considerando oficialmente católicos.
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Eduardo Manet, escritor cubano, que se descobriu marrano: pesquisa resultou num livro que vai da inquisição à Cuba do século XX

Eles evitam, por exemplo, comer carne de porco e acendem duas velas nas sextas-feiras à noite. A oração que recitam em enterros seria muito próxima de uma prece judaica chamada kaddish, mas não existe sinagoga alguma em um raio de mil quilômetros e eles não conhecem a Torá.
Hordes divulgou sua pesquisa no livro To the end of the Earth – A history of the crypto-jews of New Mexico (Até o fim do mundo – Uma história dos criptojudeus do Novo México), publicado em 2005. Nessa obra, o historiador defende a ideia de que os ancestrais dessa “tribo perdida” seriam marranos vindos no rastro de Hernán Cortez, explorador espanhol que conquistou o México em 1519. Segundo Hordes, esses descendentes de judeus teriam se instalado na fronteira norte do império colonial espanhol, no território correspondente ao atual Novo México, onde era mais fácil escapar da autoridade da Igreja e do Estado e praticar sua fé livremente.
Para sustentar sua tese, Hordes cita várias biografias de conquistadores investigados por tribunais espanhóis por causa de suas crenças religiosas. O principal caso seria o de um certo Luis de Carvajal, sobrinho do governador da província de Nuevo León, no México. Ele, sua mãe e sua irmã foram condenados à morte em 1596 por serem judeus. Seu tio e outros 170 marranos teriam então deixado a cidade de Cerralvo, no atual México, marchando em direção ao norte, sem dar nunca mais nenhum sinal de vida. Stanley Hordes acredita que os criptojudeus do Novo México sejam descendentes desses homens e mulheres.
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A Expulsão dos Judeus, de Roque Gameiro.


O isolamento dessa comunidade se revelou uma faca de dois gumes. Desenraizados e tendo adotado o calendário romano, eles teriam perdido o sentido das tradições que, no entanto, continuaram observando. Nos últimos anos, alguns desses marranos têm realizado o movimento que os judeus chamam de techuva, o “retorno às origens”.
Stanley Hordes conta o caso de uma moradora da cidade católica de Ruidoso, no Novo México, que empreendeu esse resgate de suas origens ancestrais. Sonya Loya diz sempre ter se sentido judia, mas só recomeçou a observar o Shabbat depois de descobrir a história de suas origens ao ler o livro de Hordes. Na verdade, essa revelação não a surpreendeu. Um de seus tios, ao retornar da Segunda Guerra Mundial, disse ter visto o nome da família em uma lista de prisioneiros dos campos de concentração. Criptojudia, ela decidiu se converter ao judaísmo para se tornar “plenamente” judia.
O caso de Bill Sanchez é ainda mais impressionante, pois esse marrano chegou a ser ordenado padre católico. As revelações de Hordes o abalaram de tal modo que ele decidiu mandar analisar seu DNA. O exame revelou que ele possuía uma série de marcadores genéticos em seu cromossomo Y presentes em 30% dos homens judeus (os cientistas reiteram, no entanto, que não existe um cromossomo “judeu”). Bill Sanchez não renegou a fé católica, mas hoje ele usa uma correntinha no pescoço com a estrela de Davi ao lado de um crucifixo.

O LISTÃO DA ODEBRECHT

O TRANSPORTE DO TERROR

NASCIMENTO E CRESCIMENTO DE UMA NOVA PERVERISIDADE. MAIS UMA DE MOTORISTAS E EMPRESÁRIOS DOS TRANSPORTES URBANOS.
Valci Barreto.
Advogado, Jornalista.
Resultado de imagem para FOTOS DE VELHOS ONIBUSHá muito fala do despreparo, da falta de respeito de educação, como dirigem os nossos motoristas, sendo que os de ônibus e de taxi talvez ganham disparado em um julgamento da por parte da nossa população.
Além de todas que já se conhece: freadas e curvas bruscas, paradas fora do ponto para forçar passageiros a correrem em sua direção, ultrapassagem perigosa, desrespeito a direito de preferência, mais uma maldade já nasceu há tempos e tem crescido a caminho de uma violência maior.
Trata-se das agressões, desrespeito aos idosos e deficientes. Com as dificuldades para estacionar e preços elevados dos estacionamentos, mais gente está se deslocando em ônibus.


  Com a implantação do metrô, de fácil acesso ao Forum Rui Barbosa, muitos advogados , servidores, partes, têm-se deslocado em ônibus até o terminal da Lapa ,a partir do qual se deslocam para o fórum.
Sou um dos que fizeram esta opção. De onde moro, para delocar-me até o fórum ,não tenho qualquer motivo para ir de carro, moto ou bicicleta. Tenho todas as facilidades para ir de ônibus e metrô. 

Esta minha opção tem-me permitido testemunhar a brutalidade de um bom número de motoristas de ônibus quando sentem a presença de um idoso .
Eu, inclusive, já fui vitima em pelo menos duas ocasiões, como certamente serei em outras.
Não me senti vitima do que chamam de preconceito. Aprendi formulas de exercer minha defesa, e de quem estiver em meu lado, em tais situações.
Óbvio que não me preparo para um embate físico. Não sou maluco, doido , nem pretendo usar arma de fogo ou branca.


Recentemente , presenciei o seguinte fato, que é por demais comum: um idoso ingressou em um ônibus sem verbalizar o bom dia, mesmo nos seus gestos e olhos estarem presentes um comportamento de gentilezas. O motorista, tal qual pitubul treinado para matar, ficou repetindo: boa tarde, boa tarde, boa tarde. O idoso, que também não era bobo, encarou o agressor com firmeza, com olhar de furacão e ambos perceberam que parar as agressões era o melhor a fazer. Logo em seguida, um outro idoso ingressou no mesmo ônibus, deu o boa tarde e o motorista, enfezado, não respondeu.
Ouvi, então, o seguinte diálogo entre os dois:


Se dermos bom dia, eles, motoristas, não respondem. Se não dermos , eles ficam numa espécie de “latidos”, com cara de ataque, repetindo: bom dia , bom dia bom dia, aumentando o tom.



ONIBUS DE LAURO DE FREITAS DIZEM QUE VAO PARA A LAPA , MAS NÃO É PARA A LAPA.


Os ônibus que vem de Lauro de Freitas, com a placa LAPA, está enganando os passageiros.
Na verdade, eles param no vale dos barris, obrigando os passageiros a percorrerem uma grande distância até o terminal ou os deixam no Orixás Center.
Imagine alguém com horário, com programação para o Terminal da Lapa, sobretudo com algum tipo de deficiência, ter que se deslocar até o terminal , principalmente se estiver chovendo ou com temperatura elevada.
Quando se faz um tipo de informação como a que estou prestando, a reação, de imediato é: CADÊ A PREFEITURA, CADÊ O MINISTÉRIO PUBLICO?


Ora meu povo, vamos aprender a lidar e nos defender destas agressões sem ter que ocupar os órgãos públicos, já abarrotados de processos, com estas coisas. Se estão agredindo, reaja de imediato na mesma proporção. Se fizerem cara feia, façam uma mais feia ainda. Se pedirem o bom dia com grossura, responda com delicadeza: `´não desejo um bom dia ao senhor não , meu caro. Voce não merece.´´ Por aí...
Deixar estes animais, porque gente não pode ser, cometendo, gratuitamente, estas agressões, é tudo que o cidadão não pode permitir. Se deixarmos, a brutalidade cresce. E eles não estão nem aí para justiça, policia, de tão protegidos que se acham pelos poderes que exercem os empresários da área.


O exercício da cidadania não é para ser praticado somente dentro dos fóruns, diante de juízes, de delegados, promotores. O exercício do direito cabe em qualquer lugar e hora. Basta que seja usada a reação que a lei nos permite.
De nada irá adiantará um juiz, promotor, delegado, dizer para estes animais do transito como devem exercer com nobreza sua profissão. A justiça já não tem espaço para os crimes graves, como terá para acolher estes irracionais?
Então, que os cidadãos encontrem formulas inteligentes de se defenderem, sobretudo de muitos que não param nos pontos quando sentem presença de idosos ou deficientes. Alguma formula há de haver, e tudo dentro da lei.
Já ouvi conversas de que os motoristas agem assim por ensinamentos , ordens que lhe são passadas por prepostos das empresas. O comportamento é tão uniforme, que não dá para duvidar.


O pior desta prática é o que sai do mal exemplo: estes motoristas estão ensinando aos seus filhos, aos seus futuros colegas, a terem atitudes ainda mais agressivas para os idosos e deficientes que se lhe seguirem. E de nada poderão reclamar se tiverem o mesmo ou pior tratamento quando chegarem à velhice.
Dá minha parte, meus caros motoristas, tenham certeza que, do mesmo jeito que vocês defendem os direitos de vocês, fazendo quebra - quebra, incendiando ônibus, obstruindo passagens, também defenderei o meu, sem tocar em um pneu sequer, nem a mão em nenhum de vocês.
Cara de pitubul, em posição de ataque, é o que mais temos em nossos caminhos do nosso povo cada dia mais embrutecido.
Aos senhores, cultuadores de pequenas e crescentes maldades, só vou desejar bom dia ou boa tarde quando se educarem e respeitarem seus semelhante, idosos ou não.
Aos respeitadores, sempre destinarei os votos de bom dia , boa tarde, boa noite.
Não podemos premiar os perversos.


Aos idosos, deficientes que concordarem comigo, desenvolvam técnicas de defesa contra estas maldades, para não permitir o crescimento dela.
E não deixem de usar o transporte público , nem de exercerem seus direitos por causa de cara feia de motoristas agressores.
Fazer o contrário, é permitir que empresários , exploradores do sistema de transporte público, só transportem as pessoas que eles escolherem. E eles, empresários, que resolvam seus problemas de caixa com as autoridades que lhe permitiram a exploração do serviço.


Por Franciel Cruz
Especial para o Sul21


Os brasileiros, acostumados a tantas e tamanhas tragédias, se espantam sempre diante de atos serenos e firmemente dignos. Na última segunda-feira, dia 17, por exemplo, enquanto o país, atônito e impotente, testemunhava a brutalidade cometida pelo Estado, por intermédio da PM, contra Cláudia da Silva Ferreira, um motorista, quase que de modo anônimo, dava-nos uma surpreendente lição de que ainda há espaço para a tenra, mas firme delicadeza no desmantelo do cotidiano das grandes cidades.


Ailton da Silva Santos, o motorista do ônibus 1636, que muitos pensavam que era apenas uma ficção, ao contrário dos que acham que se pode arrastar cidadãos pelas ruas impunemente, fez o caminho inverso. Ao ver uma senhora adentrar o buzu com um filho no colo, falou a seguinte frase que merece ser repetida. “Só sigo viagem se derem lugar a esta senhora”.
Esta sentença, a princípio, pode parecer algo banal, mas ganha outra relevância quando se sabe que ela foi proferida no horário do rush, com os nervos à flor da pele e no caótico trânsito de Salvador, terceira maior capital do país. (Segundo dados do IBGE, em 1º de julho de 2012 a capital baiana possuía 2.710.968 milhões de habitantes)


É fato que todo o Brasil tem uma relação de tensão com o transporte coletivo, mas aqui na Bahia o quadro, historicamente, tem proporções alarmantes, de literal revolta. No início da década de 1930, a população, inconformada com o aumento da tarifa, promoveu o Quebra-Bondes, queimando cerca de 80 veículos, o que representava 2/3 da frota. Além disso, cercou a casa do prefeito e do secretário de segurança pública, num confronto que terminou com a morte de quatro pessoas. A empresa responsável pelas linhas, a Cia. Circular de Carris da Bahia, acionou o governo e retirou todos os veículos da cidade, deixando a população apenas com o caótico e incipiente serviço de ônibus.


No início da década de 1980, a insatisfação se volta exatamente contra os buzus. Mais de 600 foram destruídos e três pessoas morreram. Por conta dos péssimos serviços, Salvador foi pioneira também nos protestos recentes que tomaram conta do país, tendo sido palco em 2003 da já antológica Revolta do Buzu.
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