Polícia do Rio de Janeiro vai quebrar sigilo de 30 perfis do Facebook suspeitos de ofensas racistas a atriz Taís Araújo
Após a atriz Taís Araújo ser alvo de comentários racistas em sua página do Facebook, a Polícia Civil do Rio iniciou uma investigação e informou que vai quebrar o sigilo de cerca de 30 perfis suspeitos.
Taís prestou depoimento nesta quarta-feira (4) na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. E, por meio de nota, afirmou que sabe que seu caso não foi algo isolado: “Presto depoimento porque sei que meu caso não é isolado e é exatamente o que acontece com milhares de outros negros no País".
Ela ainda agradeceu as mensagens de apoio que recebeu e disse crer que seu trabalho “é a melhor resposta para o preconceito”.
Segundo o G1, os investigadores disseram que os perfis são de usuários que moram no Rio e em São Paulo.
O delegado também disse à Veja São Paulo que a polícia já tem suspeitos identificados. Mesmo que os perfis tenham sido apagados, ainda é possível rastreá-los.
Em entrevista ao Estadão, o delegado Alexandre Thiers afirmou que foi identificada uma possível ligação entre as pessoas, o que indica a hipótese de formação de quadrilha para prática de crimes de injúria racial e preconceito.
O crime de injúria está previsto no artigo 140 do Código Penal e consiste em ofender a dignidade ou o decoro de alguém “na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A pena para o crime de racismo pode chegar até três anos de prisão.
Entenda o caso
Em cartaz com uma peça sobre Martin Luther King em São Paulo, a atriz Taís Araújo foi vítima racismo em seu perfil no Facebook neste sábado (31).
Alguns dos comentários debochavam da cor da pele da atriz, faziam piada com o cabelo dela e chegaram até a chamar a atriz de "macaca" e mandaram ela "voltar para a senzala". Os comentários foram feitos na foto do perfil da atriz, que foi publicada há cerca de um mês.
Já no Facebook, outros usuários combateram os comentários racistas. "Racistas não passarão", escreveu uma fã. "Você é maravilhosa mulher, um exemplo, seu cabelo é lindo, sua pele é linda", disse outra.
Em resposta aos ataques, no começo da tarde deste domingo (1), a atriz lamentou, em pleno 2015, ainda ter que lidar com casos de racismo explícitos como este. Segundo ela, todos os comentários estão protocolados e serão levados à Polícia Federal.
A atriz escreveu:
"Faço questão que todos sintam o mesmo que senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena nesse país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça. Sigo o que sei fazer de melhor: trabalhar."
"É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar: na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à polícia federal. E eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena nesse país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça. Sigo o que sei fazer de melhor: trabalhar. Se a minha imagem ou a imagem da minha família te incomoda, o problema é exclusivamente seu!
Por ironia do destino ou não, isso ocorreu no momento em que eu estava no palco do Teatro Faap com O Topo da Montanha, um texto sobre ninguém menos que Martin Luther King e que fala justamente sobre afeto, tolerância e igualdade. Aproveito pra convidar você, pequeno covarde, a ver e ouvir o que temos a dizer. Acho que você está mesmo precisando ouvir algumas coisinhas sobre amor.
Agradeço aos milhares que vieram dar apoio, denunciaram comigo esses perfis e mostraram ao mundo que qualquer forma de preconceito é cafona e criminosa. E quero que esse episódio sirva de exemplo: sempre que você encontrar qualquer forma de discriminação, denuncie. Não se cale, mostre que você não tem vergonha de ser o que é e continue incomodando os covardes. Só assim vamos construir um Brasil mais civilizado.
Por ironia do destino ou não, isso ocorreu no momento em que eu estava no palco do Teatro Faap com O Topo da Montanha, um texto sobre ninguém menos que Martin Luther King e que fala justamente sobre afeto, tolerância e igualdade. Aproveito pra convidar você, pequeno covarde, a ver e ouvir o que temos a dizer. Acho que você está mesmo precisando ouvir algumas coisinhas sobre amor.
Agradeço aos milhares que vieram dar apoio, denunciaram comigo esses perfis e mostraram ao mundo que qualquer forma de preconceito é cafona e criminosa. E quero que esse episódio sirva de exemplo: sempre que você encontrar qualquer forma de discriminação, denuncie. Não se cale, mostre que você não tem vergonha de ser o que é e continue incomodando os covardes. Só assim vamos construir um Brasil mais civilizado.
A minha única resposta pra isso é o amor!"
Esta não é a primeira vez que casos de racismo envolvendo as redes sociais acontecem. Em julho deste ano, a jornalista Maria Julia Coutinho também foi vítima de comentários criminosos na internet ao assumir a previsão do tempo do Jornal Nacional.
Em entrevista a revista Cosmopolitan Brasil do mês passado, Taís falou sobre ela e seu marido, Lazaro Ramos, serem ume referência no país.
"Cresci sem ter um casal negro que me representasse. As próprias atrizes negras que existiam quando era pequena eras muito mais velhas que eu, com idade pra serem minhas avós, minhas mães... Era muito distante de mim. Eu não tinha esse referência. Então, hoje quando vejo comentários de que sou exemplo de mulher negra, que o Lázaro e eu somos um exemplo de casal negro além te achar importante de existir isso, fico superorgulhosa. Não acho que é peso, não. É uma alegria, de verdade"
Segundo o site da revista Veja, ao fim da sessão da peça 'O Topo da Montanha', sobre o líder negro Martin Luther King no último domingo (1), o casal evitou mencionar ataques sofridos pela atriz na internet, mas tirou selfie com os fãs para as redes sociais e falou em 'respeito'.
Eles incitaram a plateia a carregar o bastão de Martin Luther King e combater o racismo. "Essa peça fala de respeito e afeto", disseram. "O bastão agora está com vocês."
século 21 e a imbecilidade continua...mas creio que sempre terá pessoas assim...infelizmente a humanidade tem dessas coisas...mas temos sempre que combater...lutar contra isso...
ResponderExcluirvi aqui sobre o abraço no jandaia...pena que não pude ir...mas estive lá na vibração...e em espírito...vc tem alguma história do jandaia pra nos contar?
sua...ou que vc ouviu?
além dos filmes...
olha isso:
https://www.youtube.com/watch?v=PhguhLZzsr4
pior é que tem imbecil nos comentários defendendo o imbecil...o cara pelo que dizem já sequestrou e roubou e tá pagando de santinho e ofendendo os outros...esses videos me deixam doente...com uma raiva da zorra.