sexta-feira, 6 de novembro de 2015

DE RACISMO E CINEMA


Resultado de imagem para FOTOS DO FILME TROPYKAOSO que é racismo senão o medo da diferencia? O que é o medo da diferencia senão o não conhecer o outro? O racismo está impregnado em todos os povos. Brancos são racistas? Claro! Mas negros também são racistas. Judeus são racistas. Japoneses, chineses, siberianos são racistas. A leitura de Machado de Assis denuncia o preconceito entre negros alforriados e escravos. Quantos séculos ainda teremos que viver até o homem entender que, como disse Zezé Motta, a raça humana é só uma?


Como se não bastasse, temos também o policiamento ideológico, o policiamento verbal, comportamental, cultural, musical ou escrito que se empenha em descobrir microscopicamente preconceito até onde não está.

Durante o XI Panorama Coisa de Cinema, assisti “Tropykaos” o filme de Daniel Lisboa. Eu gostei, outros nem tanto. Claro que pode-se questionar certas repetições, alguma sequencia exageradamente longa, a tensão permanente... Na verdade nada demais para um primeiro longa. Os diálogos são brilhantes. O Daniel fez um excelente trabalho. Mas para descobrir uma sombra de preconceito racial é preciso estar mais atento a este patrulhamento que a narrativa do filme.
De que trata Tropykaos? De dois homens em fim de rota. Dois seres, baianos, reduzidos a quase lixo humano pela dependência ás drogas. Vamos esclarecer logo: os dois naufragados da sociedade são brancos, oriundos de sociedade abastada. Se arrastam de bueiro em sarjeta, sobrevivem num submundo sórdido e sem esperança. Outros, negros ou não, se inserem neste contexto. Não vejo qualquer possibilidade de taxar de racista o trabalho do Daniel Lisboa, cujo currículo de cineasta já fala sem ambiguidade a favor de suas posturas filosóficas.


Ou então se ele é racista, eu sou nazista!

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