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No meu balanço semanal três situações que colocam a gente na zona da desesperança:
1. Depois de pelo menos três anos o julgamento em segunda instância de um processo que ganhei na primeira é marcado. No dia certo, hora certa, minha advogada está no fórum, com a beca, pronta para defender os argumentos diante dos juízes. Com ela, outros 10 advogados também becados com seus processos, aguardando o início dos julgamentos. Chega então o aviso que o relator dos processos está em férias e o julgamento não acontecerá, Que todos voltem para seus escritórios e aguardem a marcação de nova data, sem nenhuma previsão. Seus idiotas.
2. Depois de um longo processo no INSS, com dezenas de visitas à várias repartições, levantamento de documentos, vai e volta de cartórios, consigo que um período mais antigo de contribuição seja reconhecido para efeito de contagem no tempo de aposentadoria. Vou feliz ao INSS para descobrir que tenho que começar todo o processo outra vez, do zero, pois o que eles fizeram foi "apenas reconhecer o tempo para contagem". Seu idiota.
3. Vendo o carro. Tenho que ir ao cartório para fazer a transferência, assinar o documento na frente da moça e garantir que não sou um vigarista fazendo arte. Depois descubro que tenho que ir no Detran avisar que vendi o carro e pedir que tirem do meu nome. Para que serve aquela ida ao Cartório? Seu idiota.
Não sei se isso é mais triste ou mais burro, mas explica o Brasil em que vivemos: o país que trata todos como idiotas.
LUCIANO PIRES
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