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Cícero Monteiro vai se explicar na Câmara |Foto: Alexandre Galvão/Bahia Notícias
Líder da pasta responsabilizada pela suposta devolução de R$ 27 milhões ao governo federal, que teria sido motivada pela falta de projetos no Centro Histórico de Salvador, o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Cícero Monteiro, revelou ao Bahia Notícias que vai aceitar o convite da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara para explicar o atraso na execução de obras no estado. Ele negou os fatos descritos pelo gestor nacional de Turismo, Fábio Mota, e argumentou nunca ter captado tal verba. “Eu não sei do que se trata. Esses recursos nunca chegaram à Conder [Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia]. Desconheço essas obras, isso eu posso provar”, alegou, ao reconhecer, no entanto, a afirmação de que a Bahia é campeã nacional em demora para executar construções: "É verdade o que o secretário falou, não estou aqui para desmentir nem tapar o sol com a peneira". No caso específico do Pelourinho, de acordo com o engenheiro, houve um “ruído” na relação entre a Sedur e a Secretaria de Cultura da Bahia, antiga administradora do Escritório de Referência, órgão que teria solicitado o dinheiro. “O escritório só virou a Diretoria do Centro Antigo, administrado pela Sedur, a partir de agosto de 2013. Antes disso, não havia relação nenhuma”, explicou. Monteiro atribuiu ainda a liderança baiana no ranking dos estados com mais atrasos em obras públicas ao “grande volume de trabalho” conferido aos órgãos administrados pela pasta a qual gerencia e à dificuldade no desenvolvimento de projetos satisfatórios. “Às vezes, você capta o recurso e não tem plano. Hoje, o mercado está muito aquecido, mas a maior dificuldade é encontrar profissionais que atuem no desenvolvimento de projetos, já que os engenheiros recém-formados preferem o setor de obras por causa da remuneração”, conjeturou. Ao ser questionado sobre um possível colapso, gerado pela prevista intensificação na carga de trabalho da Sedur com propostas como o Trem Metropolitano e a Ponte Salvador-Itaparica, já encaminhadas pelo governador Jaques Wagner, o secretário foi contraditório. “Com minha experiência, eu digo o seguinte: o que atrasa obra é falta de verba. Até com dificuldade de projeto você se vira, mas se não tiver fluxo financeiro não dá para ir para frente”, presumiu. Leia a entrevista na íntegra.
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