'É quase impossível entrar no mercado brasileiro', diz presidente mundial da Volvo
As restrições impostas pelo governo aos importadores de veículo criaram condições quase impossíveis para as estrangeiras atuarem no país e vão limitar a atuação da Volvo a uma marca de nicho e baixo volume nos próximos anos.
O diagnóstico foi traçado pelo presidente mundial da marca, Håkan Samuelsson, em entrevista à Folha no Salão do Automóvel de Frankfurt, a principal feira do setor no mundo.
"O Brasil ficou muito difícil com as novas regras de importação. É quase impossível entrar", diz.
O executivo descarta a possibilidade de adotar produção local no curto prazo, assim como fizeram concorrentes como Mercedes e BMW. "Um dia teremos que pensar, mas não está no nosso radar."
Desde a criação do novo regime automotivo, em 2012, a Volvo, como importadora, tem de pagar um adicional de 30 pontos de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros que traz ao país.
A cota isenta do adicional do imposto é limitada a 4.800 carros por ano. Com o anúncio de fábrica, a montadora ficaria isenta da tributação extra.
A restrição fez o grupo priorizar outros mercados como a Rússia e a China. No Brasil, a marca admite que terá vendas praticamente estáveis e uma operação pequena, de nicho.
"A área que está faltando para que possamos nos tornar global de verdade é a América Latina e a América Latina é o Brasil. Estamos presentes, mas com uma operação muito pequena", diz.
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