Pedro Simon critica políticas usadas com a Petrobras
"Nada pode ser jogado debaixo do tapete", declarou o senador após saber das prisões efetuadas nesta sexta-feira (14)
Simon se disse estarrecido com os dados divulgados a cada dia sobre os desvios e atos de corrupção envolvendo | Agência Senado
Ao comentar, em Plenário, as prisões e mandados de busca e apreensão realizados pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato, nesta sexta-feira (14), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que a situação se tornou irreversível. Para ele, a investigação deverá ser criteriosa, sem “nada jogado embaixo do tapete”.
"Se a questão não for super bem resolvida, fica difícil começar um novo governo com o respeito necessário para trabalhar", avaliou. Dizendo-se "chocado com as prisões de diretores da Petrobras" e de empresas ligadas à estatal e mostrando agora que “as manchetes de jornais estão sendo substituídas pelos fatos”, o senador lamentou que o governo eleito viva uma “confusão generalizada” e não esteja tendo a oportunidade de viver a melhor fase de uma candidatura vitoriosa, entre a eleição e a posse, segundo ele.
Simon se disse estarrecido com os dados divulgados a cada dia sobre os desvios e atos de corrupção envolvendo a Petrobras e destacou as auditorias que o Tribunal de Contas da União (TCU) vem fazendo no “maior escândalo que até hoje chegou ao tribunal”. Apesar de tudo, o parlamentar elogiou o trabalho da Polícia Federal, que está sendo realizado de forma independente e altiva. Frisou ainda que nada envolvendo diretamente a presidente Dilma Rouseff foi revelado, mas ponderou que ela não deixa de ter alguma culpa.
"Há omissão, falta de competência ou negligência que chega ao absurdo do ridículo. Essas coisas aconteceram (quando) ela era ministra de Minas e Energia, a qual a Petrobras é subordinada. E na Casa Civil, era presidente do Conselho da Petrobras", citou. Simon disse ter ouvido que a presidente faz questão de que a apuração seja profunda, "doa a quem doer", o que foi comemorado pelo senador. Ele pediu ainda que Dilma Rousseff aja de forma diferente no novo mandato e fuja do tradicional “toma lá, dá cá” para negociar apoios.
"Se a presidente Dilma entrar no troca troca, se fizer distribuição para ter uma maioria fictícia, na base do troca troca, do é dando que se recebe, não vai ser uma boa saída", observou.
Pedro Simon disse ainda que Deus o agraciou com a sua não reeleição para o Senado, pois não teria condições de continuar na vida pública numa situação de “fundo do poço em termos de realidade ética, política e moral”. O parlamentar disse acreditar que o Congresso terá condições de mudar a situação e que a população irá para as ruas lutar por um “novo pacto social”. Ele também afirmou que, se a eleição fosse nos próximos dias, a presidente Dilma não conseguiria ser reeleita.
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