quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

COMO LER UM RÓTULO DE VINHO

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Os rótulos dos vinhos tem um monte de informações sobre eles. Parte dele é fundamental para a compreensão do que está na garrafa, e algumas deles sem grande importância.
Tentei selecionar aqui algumas dicas rápidas para ajudá-lo a compreender melhor um rótulo, como identificá-lo e saber o que estará comprando.
Há dois estilos principais de rótulos de vinhos comumente encontrados nas lojas. Um vinho identificado por seu nome de marca ou um vinho designado por suas credenciais de denominação. Um vinho que é rotulado pela sua marca vai indicar quais são as uvas presentes nesse vinho na parte frontal do rótulo (seja um branco por exemplo de Chardonnay ou tinto de Malbec ou um blend de uvas). Num vinho identificado por suas credenciais de denominação, ele terá no seu rótulo a região identificada e é esta denominação que delimita quais uvas são autorizadas para fabricação deste vinho. Um exemplo perfeito de um vinho de denominação é Chablis: em nenhum lugar do rótulo diz que Chablis é um vinho elaborado de chardonnay, nem que Chablis é tipicamente um chardonnay, agora você já sabe que Chablis é um vinho branco de uvas Chardonnay, elaborado na França.
APPELLATION /DENOMINAÇÃO
São credenciais concedidas aos produtores regionais seguindo regras rígidas sobre as uvas são permitidas, o rendimento das vinhas, a porcentagem de álcool e nível de qualidade. Os requisitos específicos para as regiões são determinadas pelo país de origem.
Compreender um rótulo de vinho não pode dizer-lhe sobre o sabor de vinho, mas pode ajudá-lo a acertar melhor o que está procurando e comprando.
 Os 5 elementos básicos de um rótulo
  1. Produtor ou Nome
O nome do produtor ou é óbvio ou está num pequeno texto na parte superior ou na parte inferior do rótulo (como muitos exemplos etiqueta do vinho francês), determinando quem fez o vinho. É importante notar que alguns rótulos de vinhos americanos, aprece em destaque o produtor do vinho e abaixo as uvas.
  1. Região
A região indica de onde as uvas foram adquiridas para produzir o vinho. Um vinho de uma maior região é tipicamente um vinho enquanto o valor de um vinho de um vinhedo específico muitas vezes indica uma designação regional de maior qualidade (Bordeax -denominação regional e Pomerol- denominação determinada). Se um vinho é de um vinhedo específico, esse vinhedo seráindicado entre aspas (por exemplo, \”Les Suchots\”) ou localizado logo abaixo da designação região (ou seja, Vosne Romanée Les Suchots). Em geral, quanto mais você restringe a região, mais o nível de qualidade se torna refinado e os preços mais altos.
  1. Variedade ou Denominação
A variedade refere-se a uva ou uvas que são utilizadas na fabricação do vinho Merlot -por exemplo, ou um Blend com Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc. Muitas misturas não vão revelar as uvas constituintes nem o percentual de cada uma. Se não houver nenhum dado sobre a uva, procure qual é a Denominação ou  Appellation, que poderá lhe dar pistas sobre as variedades utilizadas com base nas regras que regem a região. Por exemplo o vinho acima com as 3 uvas, pode ser um Bordeaux, e não terá escrito no rótulo o nome das 3 uvas.
  1. Safra ou Vintage or Non-Vintage (NV)
O ano em que as uvas foram colhidas é a safra/vintage. A vindima diz muito sobre um vinho se você estiver familiarizado com as variações das safras. Como regra geral, os vinhos de várias safras ou \”NV\” (non-vintage) são vinhos de menor valor, porque eles têm a facilidade de misturar vários vinhos de vários anos para controlar o sabor.
  1. Álcool
O nível de álcool realmente diz muito sobre um vinho. Muitas regiões européias  só permitem que seus vinhos de maior qualidade tenham 13,5% ou mais. Nos Estados Unidos, pode ser bastante elevado (até 17% em alguns vinhos secos) e o nível de álcool é uma indicação de quão complexo e completo pode ser o vinho. Muitos vinhos maior índice de álcool são feitos de uvas maduras e tendem a ter mais sabores de frutas maduras e em compota. Novamente, isso é uma generalização e existem exceções à regra.
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OUTRAS INFORMAÇÕES QUE PODEMOS ENCONTRAR NUM RÓTULO.

ESTATE BOTTLED WINE

  • Estate Bottled significa que o vinho foi cultivado, produzido e engarrafado na propriedade vinícola. Há produtores de vinho, o negociant, como Georges Duboeuf, que compra uvas ou  vinho de diversas localidades e engarrafa-os juntos. Estes tipos de vinhos tendem a ser de qualidade inferior (mais uma vez, uma generalização). Os vinhos Estate Bottled devem ser cultivados e produzidos na propriedade onde eles estão. Por isso vemos escrito nas garrafas de vários países, como Itália, Alemanha, França, Espanha: Mis en Bouteille au Château
  • Mis en Bouteille a la Propriete (France)
  • Mis en Bouteille au Domaine. (France)
  • Embotellat a la Propietat (Spain)
  • Imbottigliato all’origine (Italy)
  • Erzeugerabfüllung (Germany)

RESERVA

A indicação de Reserva soa extravagante, mas na verdade não significa nada oficial. Não há regras para que um vinho seja Reserva e, portanto, esta palavra em uma garrafa pode não significar nada. Ás vezes pequenos produtores utilizam esta palavra para indicar que seus vinhos são de primeira linha e com melhor qualidade de barricas. Mas isso pode ser papo de vendedor para valorizar, não se esqueça. Na Espanha por exemplo temos o rótulo Crianza, significa que o vinho passou por um período mínimo de 24 meses antes de ser comercializado, sendo no mínimo 12 meses em barrica, já o Reserva passou por barrica pelo menos 3 anos antes de ser comercializado.
Vinhas Velhas
A utilização de uvas provenientes de vinhas mais velhas geralmente levam a sabores e aromas mais concentrados em um vinho. No entanto, não há regras para dizer quantos anos a videira deve ter para obter uma designação \”Old Wine\”. Mas consideramos vinhos de Vinhas Velhas à partir de 25/30 anos. Muitos produtores acabam por utilizar esta nomenclatura para ajudar a indicar o estilo de vinho que eles produzem. Alguns vinhos designados \”Old Wines\” ou \”Vielles Vignes\” têm uma mistura de uvas da vinha jovem e de vinhas velhas.

CONTÉM SULFITOS

As palavras \”Contém sulfitos\” é uma exigência da etiqueta colocada em todos os vinhos oficialmente importados ou nacionais. A maioria dos vinhos realmente contêm sulfitos como um produto para manter o vinho intacto. Existe um debate bastante grande sobre se deve ou não adicionar sulfitos em vinho. Eu gosto de usar esta analogia: Se você não é sensível a mangas secas ou damascos que têm algo em torno de 1000-4000 ppm de sulfitos contra apenas 300-400 ppm de sulfitos em um vinho com muito sulfito, você vai ficar bem!!! Mas mesmo assim existem hoje vinhos Naturais que não utilizam a sistemática de anidrido sulfuroso. Já os Orgânicos ou Biodinâmicos utilizam o mínimo necessário.
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Espero que gostem das dicas desta semana e que fique mais fácil à partir de agora a escolha de seus rótulos !

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