Ultimamente os principais presidenciáveis incluíram o tema homofobia em seu discurso. Vamos destrinchar essa novidade eleitoral.
Há 4 mil anos Javé mandou apedrejar a adúltera e os homossexuais. 2 mil anos depois, o Filho de Deus não disse sequer uma palavra contra os amantes do mesmo sexo, pelo contrário: sacralizou o “amai-vos uns aos outros”, sem excluir ninguém. No ano passado o Vigário de Cristo na terra, o papa Francisco, nos brindou com essa lição de humanismo: “quem somos nós pra julgar os homossexuais!” Roma locuta, causa finita.
Homofobia é o ódio contra os gays, hoje referidos de LGBT, uma espécie de racismo anti-homossexual. Freud diagnosticou: todo homófobo revela graves problemas com sua própria sexualidade. O Brasil é o campeão global dessa praga social: aqui ocorrem 44% dos crimes homofóbicos do mundo. Um “homocídio” a cada 26 horas, mais de 300 por ano, dos quais, 14 na Bahia.
Eis que para surpresa geral, a Presidenta Dilma tem repetido nos últimos dias ser a favor da criminalização da homofobia. Durante seu mandato, disse que seu governo não ia fazer propaganda de “opção sexual” e pior ainda: vetou o kit anti-homofobia aprovado pela Unesco que deveria capacitar mais de 6 milhões de jovens, proibiu campanha de prevenção da Aids para gays e há poucos meses atrás, pressionou e conseguiu que sua base aliada enterrasse o PL 122, projeto que defendia exatamente o que a candidata disse ontem defender, a criminalização da homofobia.
Por que Dilma resolveu tirar do armário essa mesma bandeira do arco-íris que manteve enrustida durante todo seu mandato? Jogo de marketing eleitoreiro: como sua principal concorrente Marina titubeou, primeiro defendendo a criminalização da homofobia, depois “limpando” seu programa, atenuou para simples combate à homofobia e bullying no plano nacional de educação, em vista desse vacilo, Dilma tenta conquistar o voto gay, 10% do eleitorado! Oportunismo eleitoreiro. Há algo de podre no reino da Dinamarca, dizia Shakspeare...
Luiz Mott
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