AMIGOS, O FUTURO FOI ONTEM (Alô, alô, Chico Mazonni, Jamison Pedra e outros da "guerra" visual!)
Vivemos sim, desde priscas eras, de premonições, e premonições reais. Estava garimpando badulaques informativos acerca da eclosão do movimento DADÁ, em 1916, no bojo da primeira grande guerra mundial, de que foi a principal consequência para as artes e a cultura de modo geral - ao ponto de, a meu ver, mais que 1968, ser um ano que ainda não terminou - no intuito de reescrever um texto para possível publicação dentro de meses, se a catástrofe editorial da Bahia permitir, e eis que me deparo com algumas novidades. Uma delas foi a ação do arquiteto italiano Antônio Sant´Elia (1888-1916), que morreu em plena guerra com meros e imaginativos 28 anos de idade, trespassado no front por um tiro de obus. Nós que ficamos embasbacados com os ousados projetos arquitetônicos de edifícios que se levantam (ou levantaram) em Nova York, São Paulo, nos Países Bascos, e até em Dubai, no inóspito deserto árabe, e em outros lugares mundo afora, temos de ficar impressionados, como fiquei (talvez por não ser arquiteto ou urbanista), com os projetos desse italiano elaborados de 1911 a 1914, entre os 23 e 26 anos de idade. Não duvido que daí tenham vindo muitos dos monumentos visuais, de linhas revolucionárias, que se espalham pelas grandes metrópoles de hoje, inclusive naquelas soluções arquitetônicas em que ele previu formas e torres interconectadas e outras ousadias. No caso de minhas ânsias dadaístas, não é este fenômeno artístico que está me interessando por motivos óbvios, mas o que imaginou e desenhou e realizou Sant´Elia é de admirar, refletir e nos deixar boquiabertos. Impressionante, pelo menos para um leigo. É por isso que foi chamado o arquiteto do futuro. Vejam esses anexos; um deles, ele, no front.
FLORISVALDO MATTOS
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