MARCELO TORRES
Acabara de fechar o carro. Ia para o bar, onde já tocava o hino. Lá veio ele, desconhecido, aos trapos, a fala mansa, um fone no ouvido. Sem quê nem pra quê, falou bem assim para mim:
- É... todo mundo cantano o ino. Qui bunito... Povo todo cantano o ino dicó... Cê sabe qui di trais pra frenti é ino, né? E di frenti pratrais? Num sabinão? Ditrais pra frenti é voltano, véi. Sabianão?
Dito isto, nem esperou. Mexeu de novo no fone, olhou para a linha do horizonte, sorriu como a dizer a um ser invisível - Peguei mais um! - e arribou adiante, deixando-me ali, no derradeiro pensar, ino e voltano no pensamento.
Dos filhos deste solo és, mãe gentil, pátria amada, Brasil.
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