Alertado pelo e-mail do saxofonista André Becker, fui ontem, domingo, até
a catedral para um concerto da Orquestra Sinfônica da Bahia. Momento importante
que, como muitas vezes, o jornal A Tarde não se preocupou em divulgar, sabe-se
lá por que.
Gostei de ver uma vontade de mudar o repertório para mais
perto de produções que fujam aos chavões Mozart-Beethoven-Tchaikovsky. Não que
estes compositores não sejam referências absolutas para todo ser dotado de um
mínimo de cultura, mas a produção musical não parou no século XIX e o século XX
não se limita ao Bolero de Maurice Ravel.
Um público variado encheu a suntuosa catedral do Terreiro de
Jesus. Desde os habitués e parentes dos músicos até turistas pouco atentos. Mesmo
sem os costumeiros ventiladores, o calor era suportável. Infelizmente, o programa,
bem elaborado, não manteve o anunciado. Deslize frequente em concertos baianos. A obra de R. Vaughan Williams, que desconheço
totalmente, dançou. Continuarei ignorante deste compositor.
A sinfonia de Felix Mendelssohn-Bartholdy – quem sabia o
nome completo ? – bonita, não me empolgou. Mas quem sou eu para emitir qualquer
restrição a um compositor tão famoso?
O filê mignon ficou para o “Duet concertino” para Clarineta
e Fagote, de Richard Strauss, magistralmente interpretado por Pedro Robatto e
Jean Marques. Obra sedutora, mas dificílima de executar. O suposto namoro entre
a Bela e a Fera, só por si, mereceu tanta gente se deslocar até o centro histórico.
Prova, mais uma vez, que este bairro, propondo diversidade cultural que apele para a inteligência e a sensibilidade, pode atrair o soteropolitano.
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