segunda-feira, 1 de julho de 2013

UM DOS POUCOS SENADORES CREDÍVEIS

Autoconvertido numa espécie de porta-voz da vontade das ruas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) submete a voto, desde a semana passada, projetos de uma pauta emergencial. A toque de caixa, os senadores aprovam projetos que julgam estar em sintonia com a vontade dos manifestantes. Em discurso feito nesta segunda-feira, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) convidou Renan a incluir na pauta de votações outro projeto: a PEC 18.
Trata-se de proposta de emenda à Constituição de autoria do próprio Jarbas. Prevê que congressistas denunciados no STF por crimes contra a administração pública sejam impedidos de ocupar postos de comando nas Mesas diretoras, nas comissões, nos conselhos de ética e nas lideranças do Senado e da Câmara. Se aprovado, o projeto de Jarbas inviabilizaria a própria presidência de Renan Calheiros, denunciado no Supremo, em fevereiro, pelo procurador-geral da República Roberto Gurgel.
“Foi importante, muito importante, a decisão do Senado Federal em estabelecer uma pauta de votação sintonizada com o clamor das ruas”, discursou Jarbas. “No entanto, gostaria de registrar que o nosso passivo perante os cidadãos brasileiros ainda é imenso. Precisamos fazer mais e melhor”.
Para resgatar sua dívida com as ruas, disse o orador, o Senado precisa provar que está disposto “a cortar na própria carne, sem apelos ao corporativismo, sem permitir que a impunidade continue sendo um caminho aberto para a corrupção e os desvios de conduta de quem atua na vida pública.”
A proposta de Jarbas prevê também a perda automática dos mandatos de parlamentares condenados. O senador lembrou que foi o julgamento do mensalão que “colocou a corrupção na agenda”. A tal ponto que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, tornou-se “uma celebridade”.
A despeito disso, acrescentou o senador, mensaleiros sentenciados permanecem no Legisaltivo. Pior: frequentam a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Referia-se aos deputados do PT de São Paulo José Genoino e João Paulo Cunha. Jarbas mencionou também o caso do deputado Natan Donadon (ex-PMDB-RO).
Condenado e preso por corrupção, Natan continua sendo deputado até que a Câmara lhe casse o mandato. “A PEC 18 acabará com essas excrescências”, disse Jarbas. Ele realçou que sua proposta enconta-se na Comissão de Justiça do Senado. O relator é o líder do governo, senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Se Renan quiser, disse Jarbas, a proposta “pode ser  aprovada rapidamente, em uma semana.”
De resto, Jarbas criticou a proposta de Dilma Rousseff de realização de um plebiscito sobre reforma política. Declarou-se “defensor do fortalecimento e até da criação de novos instrumentos que ampliem a participação do cidadão na tomada de decisões por parte dos Poderes da República.” Porém…
“Não concordo com a hipótese de os referendos e os plebiscitos assumirem a função implantada na Venezuela de Hugo Chávez e copiada em países como Bolívia e Equador, que passaram a seguir o pseudodemocrático modelo bolivariano.” Chamada por Jarbas de “mãe de todas as reformas”, a reforma política pode ser facilmente votada pelo Congresso.
“Propostas existem aos montes no Senado e na Câmara”, disse Jarbas. “O que falta é disposição política de votar e aprovar mudanças que aperfeiçoem o sistema brasileiro. Afinal de contas, o governo conta com maioria absoluta nas duas Casas do Parlamento. Tem aprovado o que quer e bem entende.” Para o senador, a reforma política não saiu porque o governo nunca se interessou pelo tema. O Planalto desprezou o assunto sob Lula. Voltou a ignorá-lo sob Dilma.

3 comentários:

  1. Se admirador do trabalho do correto Senador Jarbas Vasconcelos, assim como, dos Senadores Pedro Simon, Alvaro Dias, Pedro Taques, Lúcia Vânia, Cristovam Buarque dentre mais uns três ou, no máximo quatro. Ivo

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  2. abaixo leia-se: Sou admirador,

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