Vítimas de abusos sexuais pedem ao Papa para não canonizar João Paulo II
Há anos que associações mexicanas acusam o antigo pontífice de falta de vontade de agir contra padres acusados de pedofilia.
Vítimas de abusos sexuais no México e activistas estão a aproveitar a primeira visita do Papa Francisco à América Latina para lhe pedir que interrompa o processo de canonização de João Paulo II até que seja apurado se deu, ou não, cobertura a situações de pedofilia na Igreja.
Há anos que associações mexicanas acusam o antigo Papa de falta de transparência e vontade de agir contra padres acusados de pedofilia, entre os quais Marcial Maciel, fundador da Legião de Cristo.
Alberto Athié, que em 2000 renunciou ao sacerdócio e se tornou um dos principais acusadores de padres pedófilos, disse à AFP, na Cidade do México, que Francisco tem o poder de “virar esta página negra da história da Igreja” e abrir para a sua “verdadeira renovação no mundo contemporâneo”.
Isso implicaria, disse, a colaboração com a ONU, que a 10 de Julho, exigiu explicações detalhadas ao Vaticano sobre abusos sexuais e outros actos de violência no seio da Igreja Católica.
“Pedimos explicitamente ao Papa Francisco para interromper a canonização de João Paulo II porque o seu pontificado é […] suspeito de delito contra os direitos do Homem e contra a integridade física e moral de milhares de crianças”, declarou.
Várias organizações associaram-se ao apelo, por considerarem que há motivos suficientes para considerar que João Paulo II teria protegido Marcial Maciel.
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