Fim de junho, passei cinco dias em São Luís do Maranhão. Anos que eu desejava conhecer seu tão
famoso bumba-meu-boi!
Fiquei maravilhado com esta festa.
Hospedado numa charmosa pousada do centro histórico
Fiquei maravilhado com esta festa.
Hospedado numa charmosa pousada do centro histórico
– a
Casa Lavínia –
percorri as antigas ruas e praças de cabo a rabo. Difícil é
falar do encanto da ilha que abriga a velha capital.
De forma geral ela obedece ao rigor de um planejamento urbanístico em
xadrez, com ruas que se cruzam em ângulos retos, como é tão freqüente em
cidades coloniais hispânicas da América Latina.
Qualquer monotonia será interrompida por escadarias e ladeiras, pontuando agradavelmente o passeio.
Surpreendem os imensos casarões – uns poucos do século XVIII, mas quase todos do século XIX - alguns do tamanho de um quarteirão inteiro.
Qualquer monotonia será interrompida por escadarias e ladeiras, pontuando agradavelmente o passeio.
Surpreendem os imensos casarões – uns poucos do século XVIII, mas quase todos do século XIX - alguns do tamanho de um quarteirão inteiro.
A
maioria das fachadas é revestida de azulejos, dos séculos XVIII e XIX, geralmente
portugueses e, infelizmente, com freqüência mal conservados.
Vez ou outra um edifício Art Deco ou Nouveau desloca a regularidade estilística do conjunto, de inspiração pombalina.
Vez ou outra um edifício Art Deco ou Nouveau desloca a regularidade estilística do conjunto, de inspiração pombalina.
A extraordinária Escola de Música, o cinema Roxy...
Vários imóveis ostentam na fachada grandes cartazes do Governo Federal ou
do IPHAN, prometendo rápida reabilitação, como o futuro (?) Museu da Gastronomia
Prometem a finalização da obra em 180 dias, mas sem data para iniciar ou orçamento. A grande maioria, como o ambicioso Museu da Gastronomia, permanece
abandonada por anos. Outro exemplo é o futuro (?) Museu da Língua Portuguesa,
na Rua do Giz, longo e elegante casarão pintado de verde, mais adormecido
que o castelo da Bela.
Eis o estado do museu! Há quanto tempo?
180 dias... a partir de quando?
Mas por ernquanto, a tal praça continua servindo de apoio para mictórios...
Não faltam agressões a edifícios neste bairro tombado pela Unesco.
Agressões estas que não parecem incomodar o IPHAN local.
Grandes imóveis localizados em locais relevantes, completamente
abandonados.
Restaurações feitas nas coxas, como a do cinema Roxy que mal
inaugurado – em Outubro 2012, viu seu teto quase desabar após
seis meses e hoje está fechado
O Convento das Mercês abocanhado pelo Sarney, devolvido, recuperado
novamente para satisfazer a megalomania do velho bigodudo, arrota importância
numa praça totalmente desleixada. Visita desaconselhada, pois só
conserva, ao que parece, os presentes oficiais de governantes estrangeiros, de modo
geral de deprimente mau gosto.
E, enquanto o tal convento-mausoleu é mantido com verbas públicas, do outro lado da praça...
Mais uma vez, a pergunta: "Para que serve o IPHAN?” se apresenta
como incontornável.
As falhas desta instituição são tão corriqueiras que se torna evidente a necessidade de uma profunda reforma estrutural.
As presidências são oferecidas a pessoas “de confiança” do Ministério da Cultura, nem sempre de competência comprovada.
Acrescentemos a kafkiana burocracia e verbas poucas, e teremos uma máquina monstruosa que se desloca com uma má vontade crônica, incapaz de enfrentar a complexidade da salvaguarda do patrimônio material quanto mais do imaterial.
As falhas desta instituição são tão corriqueiras que se torna evidente a necessidade de uma profunda reforma estrutural.
As presidências são oferecidas a pessoas “de confiança” do Ministério da Cultura, nem sempre de competência comprovada.
Acrescentemos a kafkiana burocracia e verbas poucas, e teremos uma máquina monstruosa que se desloca com uma má vontade crônica, incapaz de enfrentar a complexidade da salvaguarda do patrimônio material quanto mais do imaterial.
Para
exemplificar minhas afirmações, aqui temos uma foto de solução “armengada”.
Onde se
encontra esta casa? Exatamente no passeio oposto a sede do IPHAN em São Luís do
Maranhão, na Rua do Giz.
Dá para acreditar tamanha omissão?
Mas os problemas não param tão cedo.
Dá para acreditar tamanha omissão?
Mas os problemas não param tão cedo.
Quem autorizou esta caixa-d´água girafa? Dizem que ela foi construída somente para abastecer a delegacia do centro histórico. Com autorização de quem?
Examinando com atenção poderão constatar os inúmeros "gatos" que mandam água a toda a vizinhança. Quem paga o prejuízo? Os contribuintes, claro!
Estas são observações de quem só esteve na bela ilha durante menos de cinco dias.
Imaginem se ficasse um mês!
Estas são observações de quem só esteve na bela ilha durante menos de cinco dias.
Imaginem se ficasse um mês!
Falou a verdade pura! Lindas as fotos. Parabéns!
ResponderExcluirManlio Macchiavello
Fotos e comentários de quem realmente entende do assunto.
ResponderExcluirUm libelo acusatório de grande valor, em face da verdade.
Parabéns Dimitri.
Climério Andrade
Excelente blog, Dimitri!
ResponderExcluirParabéns!
Abraço,
João do Rio (Clarindo).