segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

BYE, BYE, BRASÍLIA


Arrumei as trouxas, entreguei a chave do apartamento funcional, deixei os celulares na mesa de Marco Maia e me piquei do Planalto Central. Vou contar uma coisa a vocês. Eu gosto de Brasília, mas foram quase dez anos naquele lugar seco, com o nariz sangrando dia sim, dia não! Péssimo. O que eu gastei com lenços descartáveis dava pra construir um Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico 5 estrelas pra alojar João Henrique.

Apesar do alívio, a despedida foi emocionante. Passei no gabinete de alguns parceiros de fuzuê para dizer que estava dando o 'vazari'. Me bati com Cláudio Cajado, Fábio Souto, Jutahy, Luiz Argolo, Imbassahy... Uma galera! Todos me desejaram boa sorte, disseram que sentirão falta do retadinho, foi aquela coisa! Quando eu estava indo discursar no plenário, encontrei Lúcio Vieira Lima. Não pude mais sair da sala porque ele bloqueou a porta. Gosto demais desse gordinho sem vergonha! Nos abraçamos, prometi umas três vaguinhas pro PMDB na prefeitura e ele disse que estava disposto a me ajudar na administração (como se eu precisasse da ajuda de alguém).

No corredor, vi meu querido Jean Wyllys. Ele não me suporta, mas eu acho que é truque. No fundo, bem lá no fundo, acho que ele tem uma quedinha por mim. Inclusive acho que aquela história de eu ser eleito o deputado mais sexy de 2012 teve o dedo de Jean (lá ele). Antes de chegar ao plenário, passei no gabinete de Alice Portugal e me rebelei: deixei uma caixa com cinco potes de Renew Clinical Lift & Firm Pro Sérum Facial de Efeito Lifting e um CD com o Adobe Photoshop pro pessoal usar nas fotos dela. Adoro aquela danada. É fisicamente desorganizada, mas uma boa parlamentar.

Cheguei pra discursar. Minhas diminutas pernas tremiam feito bambu enquanto andava pela última vez rumo à tribuna da Câmara. Desbloqueei meu iPad, abri o aplicativo onde estava o texto e comecei a ler. Relembrei o ano de 2003, quando, aos 24 anos, cheguei naquele lugar e pensei que estava na Feira de São Joaquim, por conta do barulho. Agradeci a todos os colegas, mas foi por pura educação. Boa parte ali não vale o que o gato enterra. Mandei um salve pra galera que trabalhou comigo, menos pra Dona Cleide, que nunca aprendeu que meu café é amargo. A esclerosada picava açúcar na xícara e ainda levava o adoçante. Ô ódio. Mas já passou.

Me acabei de chorar, gente. Soy retadito, pero soy humano! Fiquei pensando na saudade que terei das regalias, dos incontáveis dias de férias, do 14º salário, dos arranca-rabos com o pessoal do PT, das promessas de surras que fiz, enfim... Passou um filme em minha cabeça! Uma pessoa, em sã consciência, jamais trocaria o conforto de Brasília pelo pau de bosta que vou pegar sendo prefeito de Salvador. Mas a cidade precisa de um homem virado no estopô e ESSE CARA SOU EU!!!

EITA PREFEITO EMOTIVO E BRINCALHÃO!!!

Um comentário:

  1. Dimitri. Taí, passei a gostar do¨ baixinho¨¨como
    pessoa. Nada a ver com o ¨velho avô turrãoa¨que
    apesar de milhões de defeitos,tinha um carisma
    ¨retado¨, na e era um político extraordinário na arte (manha ) de politicar, com todas as ar -
    mas disponíveis.
    Climerio Andrade

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