Não consigo acreditar nem um pouco nessa história do menor que se apresentou em São Paulo, assumindo a autoria do disparo do sinalizador que matou o garoto boliviano em Oruro. É tudo muito conveniente: por não ser maior de idade, o infrator não pode ser extraditado e nem sequer preso aqui no Brasil. Sua declaração inocenta ainda os 12 torcedores que estão na cadeia na Bolívia.
E de quebra cria para o Corinthians um argumento para tentar minimizar a pena na Conmebol, na base de que o ocorrido não passou de um fato isolado, obra de um jovem irresponsável e trapalhão, identificado e punido. Tudo muito oportuno. Até a decisão de dar entrevista exclusiva ao Fantástico, um dos programas de maior audiência da Globo, rede de TV mais importante do país...
As imagens da televisão boliviana, ainda que à distância, não batem com a versão apresentada, que afirma que o disparo, na direção da torcida do San José, ocorreu por acidente, nervosismo e ignorância sobre o funcionamento do artefato.
Quando aplicado o zoom na gravação, o que se pode ver é que o autor da sandice não está nem um pouco atarantado. Pelo contrário, aponta o sinalizador para os torcedores adversários com o braço estendido e firme. Em seguida, trata de fugir rapidamente da arquibancada, escondendo-se por saber que o que fizera era passível de prisão. Naquele momento, ele podia até não ter noção de que matara alguém, mas sabia que, no mínimo, causara pânico na torcida rival e por isso se escafedeu.
Segundo as palavras do tal menor, ele assistiu ao jogo tranquilamente até o final e somente já fora do estádio teve conhecimento da tragédia, pensando até em se entregar, atitude da qual foi dissuadido pelos chefes da organizada, que já tivera 12 integrantes presos. Tá bom... Pode ser que alguém aceite essa história como verdadeira. Eu não a engulo.
Enviado por Renato Maurício Prado
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