Este é um dos mais comovedores documentos que ja encontrei sobre a alegria de viver. A força desta mulher, que vai fazer 107 anos em novembro, me levou quase ás lágrimas. Olhem, ouçam e reflitam.
http://www.youtube.com/user/AliceTheFilm
sábado, 30 de outubro de 2010
Pelourinho, carrossel infernal.
Muito se projeta, se escreve, se publica e se fala sobre a preservação e a reabilitação do centro histórico de Salvador. Muita mídia, muito discurso e muito dinheiro público. Resultados lamentavelmente pífios.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Celular em 1928!!!
Em um filme feito para mostrar os bastidores da estreia de uma produção de Charlie Chaplin nos Estados Unidos em 1928, uma mulher que passa em frente a câmera parece estar falando ao celular. A imagem está fazendo sucesso na internet, com pessoas afirmando que a mulher pode ser uma “viajante no tempo”.
O filme está em uma edição de luxo em um DVD de Charlie Chaplin lançado recentemente e a imagem intriga internautas ao redor do mundo, que assistem ao trecho no YouTube. Muitos tentam descobrir o que a mulher com vestimentas pretas está carregando e com quem ela está falando: se é realmente um telefone celular ou outra espécie de aparelho móvel. O mistério aumenta porque, em 1928, não existia rede de telefonia móvel e, por conta disso, seria impossível qualquer pessoa falar em um aparelho celular.
O vídeo foi um dos temas do programa "The Early Show", da rede norte-americana CBS, na manhã da quarta-feira (27). Até o momento, nenhum especialista encontrou uma resposta para o que a mulher está fazendo no filme feito há 82 anos.
http://www.youtube.com/watch?v=8I3O_qa82RA&feature=rec-LGOUT-exp_stronger_r2-2r-7-HM
O filme está em uma edição de luxo em um DVD de Charlie Chaplin lançado recentemente e a imagem intriga internautas ao redor do mundo, que assistem ao trecho no YouTube. Muitos tentam descobrir o que a mulher com vestimentas pretas está carregando e com quem ela está falando: se é realmente um telefone celular ou outra espécie de aparelho móvel. O mistério aumenta porque, em 1928, não existia rede de telefonia móvel e, por conta disso, seria impossível qualquer pessoa falar em um aparelho celular.
O vídeo foi um dos temas do programa "The Early Show", da rede norte-americana CBS, na manhã da quarta-feira (27). Até o momento, nenhum especialista encontrou uma resposta para o que a mulher está fazendo no filme feito há 82 anos.
http://www.youtube.com/watch?v=8I3O_qa82RA&feature=rec-LGOUT-exp_stronger_r2-2r-7-HM
O pulo do gato
O objetivo é cercar o gato; Não deixá-lo sair das bolinhas.
Se divirta!
--
Para começar, clique no desenho abaixo.
Boa sorte mas muita percepção!
Uma boa maneira de fazer o cérebro funcionar E PREVENIR ALZHEIMER ...
http://www.gamedesign.jp/flash/chatnoir/chatnoir.swf
Boa sorte mas muita percepção!
Uma boa maneira de fazer o cérebro funcionar E PREVENIR ALZHEIMER ...
http://www.gamedesign.jp/flash/chatnoir/chatnoir.swf
Se divirta!
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RETALHOS 24
Mistérios da internet: meu “Blog do Dimitri” tem leitores até no México, Japão, Canadá, Holanda, Áustria, Coréia do Sul e Eslovênia!
Um leitor mandou “Com um amigo de Berlin, professor de química na Universidade de Berlim, visitamos uma usina de rapadura e ele observou como se colocava "branquite" na rapadura e perguntou ao usineiro: Gostaria de provar um pedacinho de rapadura com branquite e outra sem..."
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
John Ruskin, em 1900, sobre a preparação de carruagens para viagens turísticas
Os pobres escravos modernos e tolos que se deixam ser arrastados como gado, ou madeira caída, pelos países que imaginam estar visitando, não têm idéia das alegrias complexas, e das esperanças sinceras, relacionadas à escolha e à preparação das carruagens de viagem, nos velhos tempos. Em primeiro lugar, as questões mecânicas, da potência – da suavidade do movimento – do equilíbrio e da segurança de pessoas e bagagens; o efeito de pompa a ser obtido para embasbacar os observadores plebeus; a engenhosidade do desenho e da distribuição das despensas sob os assentos, gavetas secretas sob as janelas frontais, bolsos invisíveis sob o forro do estofamento, proteção contra a poeira, acesso através de insidiosas aberturas, ou dispositivos necromânticos como portas de Aladim; o encaixe dos coxins de modo que não deslizassem, o arredondamento das arestas para melhor descanso, a correta fixação e abertura das cortinas; o perfeito encaixe das janelas, do qual metade do conforto de uma viagem em carruagem realmente depende; e a adaptação de todos esses luxos às necessidades dos que ali iriam sentar, neste pequeno apartamento que seria, virtualmente, a casa dos passageiros por cinco ou seis meses; - tudo isso era uma viagem imaginária em si mesmo, com todos os prazeres, e nenhum dos desconfortos, de uma viagem verdadeira. (Traduzido do inglês por Marcos Augusto Pessoa Ribeiro)
. John Ruskin (Londres, 1819–1900) foi um escritor mais lembrado por seu trabalho como crítico de arte e crítico social británico. Foi também poeta e desenhista. Os ensaios de Ruskin sobre arte e arquitetura foram extremamente influentes na era Vitoriana, repercutindo até hoje. O pensamento de Ruskin vincula-se ao Romantismo, movimento literário e ideológico (final do século XVIII até meado do século XIX), e que dá ênfase a sensibilidade subjetiva e emotiva em contraponto com a razão. Esteticamente, Ruskin apresenta-se como reação ao Classicismo e com admiração ao medievalismo. Na sua definição de restauração dos patrimônios históricos, considerava a real destruição daquilo que não se pode salvar, nem a mínima parte, uma destruição acompanhada de uma falsa descrição. A partir de 1851, foi um defensor inicial e patrono da Irmandade Pré-Rafaelita, inspirando a criação do movimento Arts & Crafts.
ESTE RELÓGIO VEIO DA HOLANDA. INTERESSANTE. ELE AJUSTA-SE AUTOMÁTICAMENTE À TUA ZONA DE TEMPO
http://home.tiscali.nl/annejan/swf/timeline.swf
http://home.tiscali.nl/annejan/swf/timeline.swf
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Carta aberta à doutora Beatriz Lima
Prezada senhora.
Li com o maior interesse sua entrevista na revista Muito, suplemento dominical do jornal A Tarde. Antes de tudo, quero parabenizar a excelência das colocações do entrevistador, Vitor Pamplona. Como poderíamos esperar, encontrei alguns tópicos que, de tão repetidos, não passam hoje de redundâncias.
Me permita, apesar de não ser diplomado nesta área, fazer alguns reparos.
... Muito obrigado.
Logo de entrada leio sua declaração: “O momento de opinar passou, está na hora de a sociedade cobrar” Mas, minha senhora! É exatamente isso que nós, moradores e comerciantes do centro histórico, fazemos há mais de quinze anos, através de vários governos municipais, estaduais e federais, sem o mínimo resultado! De quantas reuniões participei, tentando, com tantos outros angustiados, contribuir sem que minha voz chegasse até o poder executivo? Nem quando os moradores entregam um abaixo-assinado pedindo melhorias concretas, o Digníssimo Senhor Secretário Estadual de Cultura se digna em responder.
Tenho assistido até a inútil palestra de doutor da Unesco, quando a assistência teve que ouvir calada, não podendo opinar e muito menos questionar. Só nunca ouvi quem desse uma proposta de conceito. Afinal qual o público alvo para âncora de um novo centro histórico? Burgueses, intelectuais, boêmios, executivos, jovens, adolescentes, terceira idade? Se for todo mundo, é igual a ninguém. Tem que haver uma filosofia de ocupação. Tentei colocar algumas sugestões, simples e baratas, para melhorar o quotidiano deste bairro, sem o menor êxito. E a senhora talvez saiba que, de própria e espontânea vontade, sempre atuei em pro do centro histórico, muito antes de qualquer governo nem suspeitar da existência de tão rico patrimônio.
Este bizarro “Escritório de Referências”, de significado absolutamente hermético para o vulgum pecus, até hoje não disse a que veio, fora uma publicação luxuosa perfeitamente surrealista e inútil sobre um embaçado “Centro Antigo de Salvador”. A reabilitação do centro não avançou um centímetro sequer em quatro anos. Muito pelo contrário. Durante estes anos, vi inúmeras fachadas derrubadas e reconstruídas em “modernoso” sem que ninguém mexesse uma palha. Estamos hoje concorrendo com os bairros do Uruguai e Liberdade em feiúra, que me perdoem os moradores destes maltratados bairros.
Se desejar, posso acompanhar a senhora e colaboradores por um tour no dito centro histórico que a senhora declara “uma ilha rodeada de problemas”. Não, Doutora. A senhora está errada: Há muito tempo que os problemas submergiram esta ilha, que, aliás, nunca foi de fantasia, a não ser, e erradamente, na imaginação dos governantes.
Se desejar, posso acompanhar a senhora e colaboradores por um tour no dito centro histórico que a senhora declara “uma ilha rodeada de problemas”. Não, Doutora. A senhora está errada: Há muito tempo que os problemas submergiram esta ilha, que, aliás, nunca foi de fantasia, a não ser, e erradamente, na imaginação dos governantes.
Quanto ao afirmar os problemas serem comuns a todos os centros pelo Brasil afora, não me parece argumento válido. Pagamos impostos bastante pesados para que sejam encontradas soluções, já! Os responsáveis viajam o suficiente em volta do mundo para saber que, além do horizonte tupiniquim, soluções foram encontradas. Soho em Londres, Le Marais em Paris, Trastevere em Roma, Harlem em Nova-Iorque, Casco Viejo no Panamá, em Barcelona, Buenos-Aires, Puebla, Quito, Istambul e tantos outros...
Só para dar um exemplo: o fotógrafo clicou a senhora naquele parque da rua do Passo (e não Paço), defronte da Casa das Sete Mortes. Este espaço é o perfeito exemplo da política desastrada do governo no CH. Uma concepção medíocre realizada de forma tão ruim que precisou ser refeita dois meses após a inauguração, já que bancos e mesas quebraram em quinze dias. Verdade ou mentira? Mas nós pagamos a conta, doutora!
Quando a senhora fala que o centro histórico vai do Forte do Barbalho ao Mosteiro de São Bento, de repente minhas certezas balançam. Sempre fui informado de que a área tombada pela Unesco, a pedido do governo, ia da Lapinha ao Largo 2 de julho. Mas posso estar errado, claro.
De qualquer forma seria bom averiguar.
Falando da iluminação prevista para a sétima etapa (São Francisco-Barroquinha?) a senhora cita o João Valente como responsável pela iluminação da belíssima ponte Estaiada de São Paulo. Só que os responsáveis são, neste caso – vide Google - Paulo Candura e Plínio Godoy. E nem assim significa que teremos a iluminação certa, já que não vamos colocar refletores verdes e roxos em fachadas e monumentos. Ou vamos?
Quanto às pinturas do casario, já escrevi e publiquei sobre o absurdo de se usar pinturas acrílicas em fachadas centenárias. Cadê o parecer do Iphan? E se ninguém notou a pintura dos casarões de propriedade do estado é porque o contrário seria notável, já que, neste caso, o governo só cumpre com sua obrigação.
Em referência a segurança, é verdade: o Pelô navega numa eufórica atmosfera “Paz e amor”. A prova? As grandes agências de receptivo só guiam os rebanhos de turistas devidamente enquadrados por policias ou seguranças. Até parece que são os visitantes que vão presos!
Pressupor que os grandes empresários imobiliários irão se interessar por esta área é pura divagação, ao não ser para descaracterizar ou folclorizar. Ruas estreitas e tortas, dificuldade de estacionamento, impossibilidade de abrir garagens privativas, aculturação da classe média, são empecilhos que precisam de outros remédios.
Já publiquei a necessidade de repúblicas de estudantes, de faculdades, de um centro de convenções (apesar das “alergias” do genial ex-secretário de turismo), de eventos culturais importantes e regulares, e não pontuais e barulhentos como agora. Mas na cabeça das senhoras que imperam neste departamento há uma grave confusão entre propostas culturais e entretenimento, o famigerado entertainment americano. As outras poucas tentativas, como a feira de antiguidades, a feira de artesanato etc. foram redondos fracassos, pois não havia o mínimo conhecimento do assunto.
Para finalizar, a comparação entre o centro histórico e o Rio Vermelho não procede, pois naquelas bandas vive e trabalha a maior parte da freguesia dos botecos, restaurantes e bares, drenando amigos e familiares de outras partes da cidade.
Por enquanto, na rua Inácio Accioly, bem nas barbas do Juizado de Menores – que não serve para nada – dormem, em plena luz do dia, dúzias de adolescentes e adultos maltrapilhos, enquanto outros assediam turistas e comerciantes para comprar crack sob o olhar resignado dos três impotentes poderes. Achar que soluções serão encontradas até a Copa do Mundo é, nestas condições, mais uma fantasia.
A não ser que varram a sujeira para debaixo do tapete, como aconteceu na era ACM.
Atenciosamente
Dimitri Ganzelevitch
PS.- Tenho um bom acervo fotográfico documentando todas estas minhas colocações e mais algumas outras.
domingo, 24 de outubro de 2010
"BORIS GODOUNOV" POR BORIS CHRISTOFF
Tive o privilégio de assistir Boris Christoff interpretar a mais famosa ópera russa "Boris Godunov" de Borodine no fim dos anos 50 em Lisboa, no Teatro São Carlos.
Este cantor, voz esplêndida de baixo, era comparado a Chaliapine, lendário cantor russo que meu avô tanto admirava...
Da mesma ópera, as Danças do Príncipe Igor
sábado, 23 de outubro de 2010
Receita tradicional da Quiche lorraine
Esta é a receita francesa caseira de se preparar uma quiche. Se tiver outros ingredientes, passará a ser uma torta. De queijo, de cebola, brócoli, peixe etc.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Por que os hamburgers da McDonald nao se descompõem? (Em inglês).
Resumindo: este interessante artigo: se os hamburgers e as batatas fritas da McDonald permanecem intactos até por vinte anos e não atraem os insectos, é porque estão saturados de sodium. Atenção: o texto é em inglês!
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Charlie Chaplin (Charlot) - O Barbeiro
Ingles, canhoto e judeu, Charles Chaplin nasceu em Londres no final do século XIX. Seria um dos maiores génios da história do cinema, especialemnte na época do cinema mudo. Este pequeno filme, pelo fato de se basear no fundo musical, indica a chegada do som, mas nao tenho elementos para confirmar esta hipotese.
De qualquer forma nao deixa de ser uma pequena obra-prima. Se divirta!
De qualquer forma nao deixa de ser uma pequena obra-prima. Se divirta!
Shirley Bassey - This is my life
A cantora inglesa Shirley Bassey é uma das melhores cantoras da segunda parte do século XX. Esta interpretação dá uma boa ideia de seu potencial. Mas se escolhi esta música é também por causa das fotos que pontuam sua carreira. Assim você poderá ver uma negra ou, pelo menos, uma "morena" se transformar em caricatura de branca, perdendo assim parte de sua identidade e muito de sua beleza. Bem antes do Michael Jackson. Hoje ela tem um triste aspecto de perua. Chegou a receber da rainha Elizabeth II o título nobiliário de "Dame", mas foi por seu talento e não por causa de seu lado... camaleão. Entre as artistas brasileiras, poderiamos colocar Ángela Maria que, de mulata chegou a parecer sueca. Que pena!
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Opera no Mercado Central.AVI
O Mercado Central de Belo-Horizonte já é uma beleza em si, como tentam comprovar várias fotos minhas (Meu Flick "Feiras e mercados". Mas em ocasião como esta, não dá mais para sair deste templo da gula!
FARÓLEO, UM GRANDE ARTISTA
O Terreiro de Jesus, nos anos 70, era calmo e hospitaleiro. O visitante podia passear sem receio de ser assediado por capoeiristas, vendedores de bugigangas ou baianas de receptivo. Sentar na Cantina da Lua numa manhã de domingo e beber uma caipirinha antes que o Clarindo pegasse o microfone, era programa especial. À volta da bela fonte, algo como uma incipiente feira da ladra ou mercado das pulgas prometia um natural desenvolvimento, desde que a prefeitura não interviesse para “ordenar” o espaço. Mas, como podem adivinhar, foi exatamente o que aconteceu. Velharias, quadros e roupas usadas desapareceram por decreto municipal.
Pastor Silas Malafaia Responde Edir Macedo Parte 2/2
Este programa seria uma ilustraçao perfeita do texto "Uma defesa do ateismo" pelo economista Antônio de Pádua Melo Neto.
Uma Defesa do Ateísmo
O que diriam Feuerbach, Nietzsche, Marx e Freud se assistissem a campanha eleitoral nacional que se desenrola este mês? Tal qual nos filmes de George Romero, cineasta americano famoso pela crítica social através dos filmes de zumbis, a religião aparece mais uma vez em cena como um morto-vivo a nos perseguir. Um debate político pós-Maquiavel deveria centrar-se em como construir uma nação melhor para todos os seus cidadãos e não se o aspirante a “príncipe” é católico, protestante ou budista. A cristianização da política na conjuntura atual talvez seja um sintoma das nossas mais inconscientes ambivalências.
A pergunta filosófica central do ateísmo contemporâneo não pode mais girar em torno da existência ou não de uma suposta figura divina onisciente, onipotente e onipresente. É verdade que um biólogo darwinista do quilate de Richard Dawkins tem se esforçado, com muita propriedade, nos seus últimos livros (especialmente em O Maior Espetáculo da Terra: as evidências da evolução) a demolir cientificamente a odisséia bíblica de Adão, Eva e a criação do mundo em sete dias. É importante expor sinteticamente o argumento de Dawkins: a teoria da evolução é científica por que pode ser refutada e as recentes pesquisas genéticas e de fósseis dão evidências empíricas muito fortes de que existe encadeamento evolutivo entre determinadas espécies. A idéia é de uma simplicidade desconcertante: a teoria da evolução poderá ser refutada quando um fóssil de Homo Sapiens datado de 1 milhão de anos for encontrado. Somente um misticismo arraigado explica a crença inabalável no conto de fadas do livro do Gênesis.
Voltando à filosofia, precisamos colocar sob suspeita (e investigar as causas) da persistência milenar dos múltiplos misticismos que nos apavoram. Ludwig Feuerbach, um filósofo alemão do século XIX (infelizmente conhecido somente por ter sido espinafrado por Karl Marx), através do seu livro A Essência do Cristianismo foi o pensador que mudou radicalmente os rumos do ateísmo: Feuerbach deixou de se preocupar com a questão sobre a existência ou não de deus para perguntar, acertadamente, sobre o significado antropológico da existência de deus, ou seja, Feuerbach estava preocupado em entender deus como um fato social e não metafísico. E Feuerbach vai mais além ao mostrar que as representações e segredos atribuídos ao ser sobrenatural não eram mais do que representações humanas naturais e que o homem transportava para um ser celestial o ideal de justiça, bondade e virtude que não conseguia realizar no plano concreto real. Para Feuerbach, a religião era uma alienação, pois o homem, ao colocar sua essência e sua humanidade num ser fora de si próprio, transforma-se em um ser que não se pertence.
Eis aí o pensamento precursor de Marx, Nietzsche e Freud. Alienação é a palavra-chave. Marx nos ensinou que, em determinadas condições sociais e históricas, a complexidade e o tipo das relações sociais estabelecidas levavam os homens a não mais se identificarem nos produtos de seu trabalho e a não mais se assumirem como protagonistas do processo de produção da vida em sociedade, acreditando que categorias abstratas como mercado, dinheiro e capital tinham existência autônoma suprahumana. Transformados em peças e engrenagens da maquinaria que nós mesmos construímos não assumimos o controle sobre o excedente econômico produzido e, por conseguinte, ficamos impossibilitamos de traçar os rumos do futuro de nossa civilização. Podemos, seguindo essa mesma linha, fazer uma leitura heterodoxa dos escritos do Dr. Freud. Em O Futuro de uma Ilusão, Freud afirma que a religião seria “a neurose obsessiva universal da humanidade” e, como toda neurose, ela é uma fogueira inextinguível que consome nossa energia libidinal excedente. Espremidos pelas exigências muitas vezes amorais do superego, pelas limitações impostas pelo mundo exterior e pela insaciabilidade dos nossos instintos, escapamos para o sintoma. Mas a fuga para a religião, como mostra Freud, não apaga o nosso “mal-estar existencial” e cobra um tributo elevado: o reinvestimento inconsciente das nossas energias existenciaisem um mundo etéreo e repressor nos aliena para as possibilidades reais de investimento das nossas energias em coisas do mundo terreno (o amor livre, a arte, a filosofia, a música e a ciência).
Em O Anticristo, Nietzsche afirmou que o mundo fictício tem raízes no ódio ao natural, sendo a expressão de um profundo mal-estar com o real. Esse mal-estar com real causado pela religião é o mal-estar com tudo que é humano, é uma rejeição de si mesmo. A recusa do mito da figura divina é um passo importante para o amadurecimento da humanidade e para a retomada das rédeas de nossa história. O exercício e a defesa do ateísmo contra a repressão existencial do discurso religioso (especialmente dos três grandes monoteísmos de nossa época) é a única saída para reconstruirmos nossa humanidade e para vivermos livremente sem desperdícios. Preocupados com o mundo das nuvens, perdemos a oportunidade de transformar e de viver intensamente no único mundo que existe.
Antônio de Pádua Melo Neto - Economista.
A pergunta filosófica central do ateísmo contemporâneo não pode mais girar em torno da existência ou não de uma suposta figura divina onisciente, onipotente e onipresente. É verdade que um biólogo darwinista do quilate de Richard Dawkins tem se esforçado, com muita propriedade, nos seus últimos livros (especialmente em O Maior Espetáculo da Terra: as evidências da evolução) a demolir cientificamente a odisséia bíblica de Adão, Eva e a criação do mundo em sete dias. É importante expor sinteticamente o argumento de Dawkins: a teoria da evolução é científica por que pode ser refutada e as recentes pesquisas genéticas e de fósseis dão evidências empíricas muito fortes de que existe encadeamento evolutivo entre determinadas espécies. A idéia é de uma simplicidade desconcertante: a teoria da evolução poderá ser refutada quando um fóssil de Homo Sapiens datado de 1 milhão de anos for encontrado. Somente um misticismo arraigado explica a crença inabalável no conto de fadas do livro do Gênesis.
Voltando à filosofia, precisamos colocar sob suspeita (e investigar as causas) da persistência milenar dos múltiplos misticismos que nos apavoram. Ludwig Feuerbach, um filósofo alemão do século XIX (infelizmente conhecido somente por ter sido espinafrado por Karl Marx), através do seu livro A Essência do Cristianismo foi o pensador que mudou radicalmente os rumos do ateísmo: Feuerbach deixou de se preocupar com a questão sobre a existência ou não de deus para perguntar, acertadamente, sobre o significado antropológico da existência de deus, ou seja, Feuerbach estava preocupado em entender deus como um fato social e não metafísico. E Feuerbach vai mais além ao mostrar que as representações e segredos atribuídos ao ser sobrenatural não eram mais do que representações humanas naturais e que o homem transportava para um ser celestial o ideal de justiça, bondade e virtude que não conseguia realizar no plano concreto real. Para Feuerbach, a religião era uma alienação, pois o homem, ao colocar sua essência e sua humanidade num ser fora de si próprio, transforma-se em um ser que não se pertence.
Eis aí o pensamento precursor de Marx, Nietzsche e Freud. Alienação é a palavra-chave. Marx nos ensinou que, em determinadas condições sociais e históricas, a complexidade e o tipo das relações sociais estabelecidas levavam os homens a não mais se identificarem nos produtos de seu trabalho e a não mais se assumirem como protagonistas do processo de produção da vida em sociedade, acreditando que categorias abstratas como mercado, dinheiro e capital tinham existência autônoma suprahumana. Transformados em peças e engrenagens da maquinaria que nós mesmos construímos não assumimos o controle sobre o excedente econômico produzido e, por conseguinte, ficamos impossibilitamos de traçar os rumos do futuro de nossa civilização. Podemos, seguindo essa mesma linha, fazer uma leitura heterodoxa dos escritos do Dr. Freud. Em O Futuro de uma Ilusão, Freud afirma que a religião seria “a neurose obsessiva universal da humanidade” e, como toda neurose, ela é uma fogueira inextinguível que consome nossa energia libidinal excedente. Espremidos pelas exigências muitas vezes amorais do superego, pelas limitações impostas pelo mundo exterior e pela insaciabilidade dos nossos instintos, escapamos para o sintoma. Mas a fuga para a religião, como mostra Freud, não apaga o nosso “mal-estar existencial” e cobra um tributo elevado: o reinvestimento inconsciente das nossas energias existenciaisem um mundo etéreo e repressor nos aliena para as possibilidades reais de investimento das nossas energias em coisas do mundo terreno (o amor livre, a arte, a filosofia, a música e a ciência).
Em O Anticristo, Nietzsche afirmou que o mundo fictício tem raízes no ódio ao natural, sendo a expressão de um profundo mal-estar com o real. Esse mal-estar com real causado pela religião é o mal-estar com tudo que é humano, é uma rejeição de si mesmo. A recusa do mito da figura divina é um passo importante para o amadurecimento da humanidade e para a retomada das rédeas de nossa história. O exercício e a defesa do ateísmo contra a repressão existencial do discurso religioso (especialmente dos três grandes monoteísmos de nossa época) é a única saída para reconstruirmos nossa humanidade e para vivermos livremente sem desperdícios. Preocupados com o mundo das nuvens, perdemos a oportunidade de transformar e de viver intensamente no único mundo que existe.
Antônio de Pádua Melo Neto - Economista.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Documentário "Le Monde selon Brasilia"
Pour qui connait ou s´intéresse au Brésil, ce document est essentiel. Bien sûr, il s´agit d´un travail portant la marque de la promotion politique du gouvernement Lula, donc, il est bon de rectifier parfois le tir. Le gouvernemnt actuel ne prend pas suffisanment au sérieux les trés graves problèmes de l´environnement, ce qui explique le départ de Marina Silva et les 20 millions d´électeurs qu´elle a convaincus. Mais il est bon de prendre conscience de l´importance du Brésil de demain, un demain qui a déja commencé. Prenez le temps de le regarder, vous connaitrez mieux le pays oú j´ai choisi de vivre depuis 1975.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Billie Holiday - Solitude
Não poderia haver garimpo musical sem a fabulosa voz de Billie Holiday. Ouçam a pureza desta sereia, a excelência do acompanhamento, típico de uma época que se preocupava em valorizar a cantora sem abafá-la com excessos de orquestração. Nunca houve cantora como Lady Day.
Dicas!
A padaria Santo António, no bairro do mesmo nome, está com a reputação lá encima. A produção de sonhos acaba poucos minutos após sair do forno. Vem freguês até de Ondina e da Barra!
A padaria Cairu, ao pé do Elevador Lacerda, embora esteja numa triste decadência, propoe os melhores biscoites "champagne" de Salvador. Ideal para confecionar "charlottes".
A Perini da Vasco da Gama tem que prestar mais atenção a fescura de seus produtos. Quem pretende comprar alface americano no meio da semana se arrisca a encontrar verdura comaspecto lamentavel. Cuidado de nao escorregar na costumeira mediocridade dos supermercados tupiniquins.
A padaria Cairu, ao pé do Elevador Lacerda, embora esteja numa triste decadência, propoe os melhores biscoites "champagne" de Salvador. Ideal para confecionar "charlottes".
A Perini da Vasco da Gama tem que prestar mais atenção a fescura de seus produtos. Quem pretende comprar alface americano no meio da semana se arrisca a encontrar verdura comaspecto lamentavel. Cuidado de nao escorregar na costumeira mediocridade dos supermercados tupiniquins.
RETALHOS 23
Ronda cultural. Não me venha com essa de Salvador cidade provinciana onde nada acontece em matéria de cultura. Costumo afirmar que, querendo, pode-se ter um programa cultural de qualidade a cada dia. Depois do magnífico grupo mineiro Corpo - a propósito: onde anda nosso Balé do Teatro Castro Alves? Rodando pelo mundo e catando elogios como antigamente? – e do arrasador japonês Sankai Juku, o mesmo TCA nos presenteou com o Gotan Project. Se o princípio trilhou sem grande surpresa pelos caminhos de Gardel e Piazzola, de repente, após quinze minutos, o conjunto suíço-franco-argentino acordou a platéia com uma saudável mistura (que hoje chamam de fusion, porque é fashion) de tango, bossa nova, rock tecno, ruídos variados e iluminação ad hoc, sem esquecer as perturbadoras projeções. Sala lotada e delirante. Que bom! Ainda mais sabendo que a direção artística do TCA lutou durante três anos para conseguir o grupo. Na sala o Tout-Salvador da cultura e até meia-dúzia de finíssimas peruas.
Este video é para se curtir cada segundo.
Foto, montagem, música, iluminação... uma perfeição!
Menos sorte tive ao assistir a “O principito” no teatro do Senac-Pelourinho, interpretado por uma companhia do Capão (Chapada Diamantina). Da poesia minimalista do conto filosófico de Saint-Exupéry, nada sobrou. A idéia de uma intervenção circense era bem-vinda, mas os atores, aos gritos, mal maquiados e mal vestidos, conseguiram assassinar Le petit prince. Um desastre.
Em matéria de artes visuais, não dá para perder a premiação Marcantônio Vilaça no Solar do Unhão. Dos sete artistas expostos, cinco, para mim, foram revelação. Visite de preferência na tarde de sábado. Poderá curtir um belo por-do-sol com direito ao Jam no Mam. Bons momentos de jazz assegurados. Lá é só paz e amor.
Na escondida galeria do Consulado da Holanda - Largo do Carmo - o irreverente, lúdico, feliz, inovador pernambucano Antonino, com seus pinceis, fibra de vidro e cerâmica, inventa uma poética circense, perfeita ilustração do realismo fantástico tão presente na literatura latino-americana.
No campo da pesquisa histórica, o esperado livro “Mato Atlântico” de Maximiliano de Habsburgo, sob a competente responsabilidade de Moema Parente Augel, foi lançado no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, com a presença de todos os acadêmicos da terra. Escolhi entrar, comprar o livro, cumprimentar a velha amiga e sair pela porta dos fundos.
E para não dizer que não falei de fotos, quem for ao centro não pode perder, na galeria do Solar Ferrão, antigo Ipac, o conjunto de fotografias realizadas por adolescentes de escolas públicas. Sob a direção da competente Isabel Gouveia, o resultado é de cortar o fôlego. Eis um trabalho que deveria ser adquirido pela Secretaria Estadual de Turismo para rodar pelo mundo afora, em vez das eternas feiras com acarajé e fitas do Bonfim. Daria, além de preciosas informações visuais sobre o ciclo de festas populares, um testemunho de sensibilidade social e resgate das mais convincentes tradições culturais baianas.
“Paulo Maluf deu sopa para o azar na tarde desta quinta-feira, depois de fazer uma "fezinha" na Mega-Sena. O deputado saía de uma lotérica, na Rua Gumercindo Saraiva, no Jardim Europa, quando foi “recebido” por uma agente da CET. O motivo? Ele parou o carro em local proibido e acabou levando uma multa de presente pra casa.” (BOL). Esperamos que o político, acusado de falcatruas mil, mas jurando idoneidade, não tenha levado o premio!
Analfabetos. Quarta-feira 22 de setembro, por volta das três horas da tarde. Saio para comprar frutas na quitanda. Duas crianças brincam de empinar arraia. “Tio, compra pão para minha mãe!” Pergunto por que não estão na escola a esta hora. “Eu me matriculei, mas só fui uma vez”. Tem doze anos. O outro, com dez anos, nem chegou a se matricular. Estão debaixo das janelas quebradas da ex-escola estadual Marquês de Abrantes, fechada no princípio do ano. Será que a Secretaria de Educação desativou a escola para permitir ás crianças do bairro se aperfeiçoar na difícil arte de empinar arraia?
Preconceito. Uma lei sobre a proibição de fazer declarações homofóbicas está tramitando no Legislativo. Mas a bancada evangélica está fazendo ostensiva oposição. Nós todos sabemos quanto esta gente é isenta de pecado carnal. Mesmo assim, melhor não mencionar o nome do adolescente Lucas Terra, estuprado e queimado vivo por três pastores da Igreja Universal do Reino de Deus. A tal sociedade anônima alcunhada de “Santo Lucro e Cia” não tem medido gastos para contratar advogados astutos que se empenham em abafar tão abominável caso de pedofilia.
Le roi est mort! Pelo falatório, o reinado de Márcio Primeiro Meireles estaria chegando ao fim. Tava na hora! Alguns cochicham os nomes de Pola Ribeiro e Javier Alfaya. Qualquer um dos dois pode comprar a briga e dar uma endireitada na agonizante Secretaria Estadual de Cultura, cujos misteriosos projetos interioranos continuam desconhecidos de todos.
Minha crônica “Yes, nós temos talibãs”, no jornal A Tarde, mereceu as trovoadas de um leitor, provavelmente pastor evangélico, que adotou o princípio “a melhor defesa é o ataque”. Quem não leu, pode procurar neste mesmo blog.
Engraçado... Entre quatro paredes, todos, começando por “eles”, aceitam a prática do aborto, mas na hora da campanha, com medo de perder cem ou duzentos votos, a Dilma e o Serra mergulham na mais deslavada hipocrisia, ambos se protegendo com exagero de cruzinhas na boca e presença ostensiva em qualquer missa que tenha fotógrafos por perto. Espiritualidade? Claro que não: oportunismo e mais nada. Vou tomar purgativo...
O princípio do Mensalão. O embaixador Rubens Barbosa, na sua coluna do jornal baiano A Tarde, menciona a generosa ajuda financeira do governo brasileiro a países sul-americanos, asiáticos e africanos. Não que estes não mereçam a contribuição do primeiro mundo, do qual ainda não fazemos parte. Mas por que tanta generosidade? Resposta: o Brasil sonha com uma cadeirinha permanente no Conselho de Segurança da ONU e precisa de apoio. Na realidade, trata-se da aplicação pura e simples do princípio do Mensalão: Pagar para que votem a favor. Pelo que se fala nos corredores da ONU em NY, os diplomatas tupiniquins passam a vida falando mal do tal Conselho. Os jornalistas afirmam que é por despeito de não fazerem parte dos poderosos. Entretanto, alguns milhões de brasileiros, merecedores de sustentabilidade, continuam na miséria, sem escolas nem hospitais.
Alguém explica? Cada um com suas limitações. Admito as minhas. Por exemplo: não entendo a política externa do governo Lula. Devolve a Cuba dois pugilistas que se declaravam refugiados políticos, mas fica silencioso enquanto um preso político morre de greve de fome durante visita a Fidel Castro. Faz-se de penetra no conflito Israel-Palestina, dando palpites sem restrições, apóia o desenvolvimento nuclear do Irã, demonstrando fascínio pelo governo nazista que oprime este fabuloso país, mas não faz a mínima declaração sobre o Prêmio Nobel atribuído a um dissidente da China, preso há onze anos. Você entendeu? Então me explique, por favor.
Enquanto o mundo inteiro faz xixi nas calças só de pensar em enfrentar a poderosa China, a minúscula Suécia, onde a democracia não é um faz-de-conta condescendente, tem a coragem de dar o Prêmio Nobel a um intelectual chinês, dissidente e totalmente desconhecido pelo mundo ocidental. Trovoada na terra de Mao-Tse-Tung. Lula nem mencionou a premiação. Será que usa fraldas descartáveis chinesas?
A respeito da suposta fazenda milionária do Lulinha, cuja foto foi fartamente divulgada, recebi, finalmente um esclarecimento: Trata-se de uma escola de agronomia, como deve provar a bandeira hasteada na fachada do belo prédio. Ainda bem! Só falta agora conhecer detalhes sobre a súbita fortuna do garoto.
PIM. Para finalizar com algo mais construtivo, nada melhor que falar do comovedor e seriíssimo trabalho social que o PIM (Projeto de Iniciação Musical), da Fazenda Coutos, está realizando. Quem foi ao Vila Velha e se deslumbrou com Os donos da terra, só aproveitou a cereja do bolo. Vale a pena enfrentar a longa distância ao triste subúrbio para verificar a importância do projeto social. A escola é das mais belas e bem organizadas que eu já vi em 35 anos de residência nesta terra. Vamos todos apoiar estas crianças maravilhosas para que, amanhã, não caiam na marginalidade.
Um grupo de crianças do PIM ensaiando a próxima montagem teatral
sábado, 16 de outubro de 2010
Yes, nós temos talibãs!
Poucos conhecem a rua do Pilar que, na parte baixa da encosta do mesmo nome, corre do Taboão à Igreja de Santa Luzia. Esta, pérola da arquitetura religiosa baiana, com seu imponente cemitério de inspiração romana na lateral, é remanescente de um tempo em que belos templos eram edificados para celebrar a espiritualidade.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Cuisine
Modernos versus Antigos. Sempre a mesma história.
Ciclicamente voltam as polêmicas, os argumentos contra, a favor e no entanto. Vejam por exemplo o simples (?) domínio da comida. Perdão: da gastronomia.
Ciclicamente voltam as polêmicas, os argumentos contra, a favor e no entanto. Vejam por exemplo o simples (?) domínio da comida. Perdão: da gastronomia.
domingo, 10 de outubro de 2010
Fred Dantas Solo de Trombone
Polémico? Com certeza! Generoso, inquieto e agitador social e cultural tambem. Ouvir o baianíssimo Fred Dantas falar é descortinar outras possibilidades de cultura musical. Ele não hesita em pisar na grama...
Vê-lo dirigir sua Oficina de Frevos e Dobrados é entender onde ele pretende chegar, com dificuldades e sacrificios mil. Ouvir ele tocar é compreneder que se trata de um excelente músico tambem. Aqui vai meu abraço, amigão!
Vê-lo dirigir sua Oficina de Frevos e Dobrados é entender onde ele pretende chegar, com dificuldades e sacrificios mil. Ouvir ele tocar é compreneder que se trata de um excelente músico tambem. Aqui vai meu abraço, amigão!
Sumi Jo - Caccini - Ave Maria
Este é um momento especial da Grande Música Clássica. A sul-coreana Sumi Jo, uma das mais belas vozes de nossa época, interpreta uma Ave Maria tao bela quanto desconhecida. Obra de Giulio Caccini, cantor e compositor do século XVI que trabalhou para a corte dos Medicis e é um precursor da música barroca. Acredito que a cantora e a obra vao lhe encantar
Barcarolle from 'Les contes d'Hoffmann' by Offenbach
Uma belíssima interpretação do famoso trecho dos "Contos de Hoffmann". O autor, Jacques Hoffenbach, é mais conhecido pela alegre operetta "La vie parisienne" e seu french-cancan.
A bela escrava
Extrato do relato de viagem do príncipe real Maximiliano de Habsburgo. Parte do relato foi editado pela Ufba em 1982, sob a responsabilidade de Kátia Mattoso e Moema Parente Augel. “Bahia 1860” é um livro fascinante, apesar das irritantes e freqüentes declarações preconceituosas sobre os negros, sem porem compactuar, de forma alguma, com o princípio da escravidão.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
La Strada
A rigor, trata-se tanto de garimpo musical como de cinema, ja que a trilha sonora foi composta pelo genial Nino Rota, que assinou a maior parte dos grandes filmes de Federico Fellini. Podem saborear as maravilhosas atuações de Giuletta Massina, Anthony Quinn e Richard Basehart, este no papel do músico-palhaço. "La strada" sempre foi um de meus filmes preferidos foi
Sobre o comércio de escravos em 1751
Comprei este documento original em Lisboa em 1980. Trata-se de informação que me pareceu de extrema relevância para quem pesquisa a história da escravatura. Confesso sempre sentir certo mal estar em mexer em tao sórdido material, mas os sentimentos pessoais contam menos que a verdade. Mantive a ortografia e a pontuação originais.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Um poeta no templo
Não me lembro bem da época. Ainda era janeiro, creio eu, quando pela primeira vez fui ao Egito. Em Paris enfrentara fila no consulado para pegar o visto - caro, o tal carimbo! – se bem que não houve excesso de burocracia ao desembarcar no Cairo.
Cinq petits portraits
Il approche la soixantaine et, en pérpétuelle effervescence de joyeuseté, ne s´habille que de tuniques africaines aux dessins phosphorescents, les doigts encombrés de bagues, rit bruyament en s´efforçant sans répit d´être différent. Mais au tréfond de lui-même, il manque d´assurance. C´est un timide qui sans cesse se pose un défi.
Elle est vraiment charmante, enjouée, un peu grassouillette tout de même. Ah! Si elle pouvait se convaincre que les mini-jupes, la quarantaine finissante, sont un tantinet gênantes pour les regards amis!...Et ses cheveux? Oui, ils furent opulents, généreux, faisant l´admiration des foules. Mais le temps les a terni; les voici tristes, moins soyeux. Les couper? Mais c´est ce que j´ai de mieux! Non, détrompe-toi, ce que tu as de mieux c´est toi-même, ta gentillesse, ton sourire.
C´est un notable. Du moins il en est convaincu. De blazer, pantalon de lin et cravate-club, malgré la chaleur subtropicale, il marche á petits pas, n´énnonçant que des phrases importantes, truffées de doctes citations. Il aime à se tordre la cheville pour exhiber sa canne á pomeau d´ivoire. Un fin mouchoir reçoit á tout instant les inconvenantes gouttelettes qui persistent á couronner son front dégarni. A cinquante ans, c´est déja un noble vieillard.
Depuis que sa fille a épousé l´héritier d´une puissante famille de polititiens, elle a sombré éperduement dans les élégances, résolument provinciales, avouons-le. Dés le saut du lit, son visage se couvre de crêmes et de fards, ses cheveux en casque se transforment. Va-t-elle chez le traiteur en vogue? Voici apparaitre le t-shirt avec deux grands C croisés et le petit sac qui va avec. Elle a, par alliance, grimpé de dix étages dans la société. Sa fille est-elle heureuse? Nous ne poserons pas la question.
Maigre, édenté et courbé, le bibliophile est un obsédé. Mégot aux lèvres jusqu´á l´aube, toussotant et crachotant, loupe á la main, il feuillète ses incunables, manuscrits, cartes et parchemins. Ses costumes sont élimés et parsemés de taches douteuses, ses chemises mal repassées auraient pu être retraitées depuis nombre d´années...
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Maverik ou la dignité
Cliquez sur cette vidéo, exemple du travail de documention de la culture populaire de l´état de Bahia, qu´avec mon ami Martial Toussaint du Wast nous élaborons depuis quelques années.
http://www.dailymotion.com/martial962/video/x2prna_maverikfr_politics
http://www.dailymotion.com/martial962/video/x2prna_maverikfr_politics
O abandono da ladeira do Pilar
Quem é obrigado a sair do conforto de sua residência em Ondina ou Imbui para mergulhar na caótica Cidade Baixa, terá obrigatoriamente que usar de alguma via de acesso. Mas, fora a Contorno e o túnel Américo Simas, a escolha é parca. Ladeira do Taboão ou ladeira da Conceição, mal calçadas, mal iluminadas, imundas e inseguras. Sordidez jamais desmentida.
Existiria mais uma, a única ligando o bairro de Santo Antônio ao Comércio.
Trata-se da esquecida Ladeira do Pilar que une dois monumentos importantes desta parte da cidade antiga: a maltratada Cruz do Pascoal e a Igreja de Santa Luzia. Porque, nestes últimos 20 anos, nenhuma prefeitura se preocupou em recuperá-la, é mais um mistério que o contribuinte gostaria de ver resolvido. O calçamento há muito tempo desapareceu debaixo do lixo nunca recolhido e do capim nunca arrancado. Cortando em diagonal a encosta, área de proteção ambiental tombada por decreto municipal, a ladeira foi aos poucos ocupada por uma população carente e também esquecida dos poderes públicos. As autoridades sabem dos perigos desta invasão, mas fazem vista grossa. Uma solução armengada de “requalificação” se arrasta há mais de dez anos. Como ninguém ousa se aventurar por aquelas bandas, um grupúsculo de pequenos marginais faz a festa. Fácil é vender crack ou arrancar a câmera do turista desprevenido e desandar ladeira abaixo. A sonolenta polícia, pouco treinada, se recusa a correr por aqueles matos. Prefere fazer ponto na pizzaria vizinha. Para carro-patrulha, operação impossível. Muito reclamam os moradores e comerciantes deste abandono. Na delegacia de turismo, as queixas são freqüentes. Um abaixo-assinado, entregue ao Ipac há mais de ano, aguarda que o secretário estadual de Cultura se lembre de dar um parecer sobre o pedido de módulo policial na entrada superior do Plano Inclinado do Pilar, mas o silencio daquelas alturas continua olímpico. Política não é somente inventar projetos megalomaníacos, mas também resolver problemas corriqueiros para melhorar o cotidiano do contribuinte.
Trata-se da esquecida Ladeira do Pilar que une dois monumentos importantes desta parte da cidade antiga: a maltratada Cruz do Pascoal e a Igreja de Santa Luzia. Porque, nestes últimos 20 anos, nenhuma prefeitura se preocupou em recuperá-la, é mais um mistério que o contribuinte gostaria de ver resolvido. O calçamento há muito tempo desapareceu debaixo do lixo nunca recolhido e do capim nunca arrancado. Cortando em diagonal a encosta, área de proteção ambiental tombada por decreto municipal, a ladeira foi aos poucos ocupada por uma população carente e também esquecida dos poderes públicos. As autoridades sabem dos perigos desta invasão, mas fazem vista grossa. Uma solução armengada de “requalificação” se arrasta há mais de dez anos. Como ninguém ousa se aventurar por aquelas bandas, um grupúsculo de pequenos marginais faz a festa. Fácil é vender crack ou arrancar a câmera do turista desprevenido e desandar ladeira abaixo. A sonolenta polícia, pouco treinada, se recusa a correr por aqueles matos. Prefere fazer ponto na pizzaria vizinha. Para carro-patrulha, operação impossível. Muito reclamam os moradores e comerciantes deste abandono. Na delegacia de turismo, as queixas são freqüentes. Um abaixo-assinado, entregue ao Ipac há mais de ano, aguarda que o secretário estadual de Cultura se lembre de dar um parecer sobre o pedido de módulo policial na entrada superior do Plano Inclinado do Pilar, mas o silencio daquelas alturas continua olímpico. Política não é somente inventar projetos megalomaníacos, mas também resolver problemas corriqueiros para melhorar o cotidiano do contribuinte.
Salvador, 2 de outubro de 2010
Maverik ou a dignidade
Conheça um pouco do trabalho de documentação video que desenvolvo com meu amigo Martial Toussaint du Wast pelo estado da Bahia, registrando aspectos da cultura popular. Vale a pena clicar!
http://www.dailymotion.com/martial962/video/4660646
http://www.dailymotion.com/martial962/video/4660646
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Escravos em Marrocos no século XIX
Hoje esquecido, Edmundo de Amicis, autor de “Cuore” – e um dos primeiros socialistas italianos – foi um muito festejado escritor de romances no século XIX. Após participar da caravana que levou o embaixador da Itália até Fez para encontrar o sultão, publicou o livro “Marrocos” em 1875. Livro fascinante apesar de várias observações hoje tidas com politicamente incorretas. Copiei este extrato, respeitando a ortografia e pontuações originais, pensando que poderia interessar algum estudioso.
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