segunda-feira, 4 de abril de 2016

PANAMA PAPERS

Suíça fica no centro do escândalo offshore do "Panama Papers"

GENEBRA  - 

 Genebra, uma das maiores praças financeiras da Europa, está no centro do escândalo das empresas offshore (fora do país de origem do cliente). 

A filial em Genebra do escritório panamenho de advocacia Mossack Fonseca aparece particularmente ativa, conforme as revelações que se sucedem desde domingo.


O que estes documentos mostram sobre como funciona o canal das offshore do Panamá

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Monarcas do Médio Oriente, ladrões de bancos, primeiros-ministros, jogadores de futebol, pedófilos. O esquema ajudava tudo e todos a esconder dinheiro, mesmo depois de condenados.
Um autêntico mundo paralelo de fluxos de dinheiro fora do alcance das autoridades de cada país, que vão de apoios a grupos terroristas, como o Hezbollah, a traficantes de droga mexicanos, assaltantes famosos, familiares de ditadores e mais uns quantos líderes mundiais. O esquema montado através de várias offshore por uma empresa com sede no Panamá, a Mossack Fonseca, foi revelado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, e mostra uma teia de possíveis ilegalidades que chegam ao financiamento de combustível de um avião usado pelo Exército sírio para bombardear a própria população.
Ponto prévio: montar uma offshore pode ser uma operação perfeitamente legal. Depende da jurisdição, depende do país de origem, da proveniência e uso do dinheiro. Há muitos “se”, especialmente porque nem os países da União Europeia se entendem em relação a que territórios são considerados paraísos fiscais.
No entanto, o que revela a investigação iniciada pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung, que teve acesso a mais de 11,5 milhões de documentos e que os partilhou com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação para uma investigação conjunta que envolveu mais de 100 jornais e jornalistas de mais de 70 países, inclui várias ilegalidades, desde a eliminação de documentos chave em investigações a empresas na lista negra das autoridades norte-americanas com negócios com organizações terroristas, Estados na lista de sanções internacionais – como o Irão e a Coreia do Norte – e negócios com traficantes de droga mexicanos. É uma lista interminável que está ainda a ser destrinçada pelos jornais de todo o mundo.
Os quase quarenta anos (1977 a 2015) de documentos da Mossack Fonseca, uma empresa com sede no Panamá, revelam o uso de paraísos fiscais em dezenas de países com recurso a uma rede de milhares de empresas criadas por ano para, em alguns casos, esconder das autoridades os negócios, dinheiro e património de uma parte dos envolvidos.
As empresas criadas pela Mossack Fonseca tinham um período de vida limitado, mas chegaram a coexistir cerca de 82 mil empresas, no ano de 2009. Estas empresas eram criadas e sedeadas em diferentes paraísos fiscais, mais de metade delas nas ilhas virgens, um offshore que é território do Reino Unido. O segundo território mais usado era o Panamá, onde a Mossack Fonseca estava sedeada.
Para a criação e gestão destas empresas, fundações e fundos (em muitos casos, esconder das autoridades dinheiro e informação dos seus clientes) a Mossack Fonseca trabalhava com uma rede de mais de 14 mil bancos, firmas de advogados e outro tipo de intermediários, dos quais a maioria tinham sede em Hong Kong, Reino Unido, Suíça e Estados Unidos. Nos mais de 500 bancos usados para registar as mais de 15 mil empresas fantasma criadas pela Mossack Fonseca, há uma preferência por bancos francófonos.
Grandes bancos com o Credit Suisse, HSBC, UBS e Société Générale estão no top 10 dos que mais empresas fantasma pediram à Mossack Fonseca para ajudar a criar.ia Mais:http://politica.estadao.com.br/noticias/panama-papers,11-5-milhoes-de-registros-financeiros-expoem-corrupcao-global,10000024510

Panama Papers provocam convulsão mundial



O vazamento dos chamados Panama Papers ("papéis do Panamá") provocou nesta segunda-feira uma convulsão mundial que obrigou vários governos a anunciar investigações fiscais, mas os principais afetados, entre eles os presidentes Vladimir Putin e Mauricio Macri ou o jogador Lionel Messi, negaram qualquer envolvimento no escândalo ou minimizaram seu alcance.

Como nos melhores tempos da Guerra Fria, o Kremlin alegou que o vazamento dos documentos da empresa panamenha Mossack Fonseca, especializada em aplicar fortunas em paraísos fiscais, só visa "desestabilizar" a Rússia e desacreditar Putin.
Considerado o maior caso de vazamento da história do jornalismo de dados, o Panama Papers abrange 11,5 milhões de documentos da Mossack Fonseca e afeta mais de 140 políticos e altos dirigentes de todo o planeta, entre eles vários chefes ou ex-chefes de Estado.
No caso de Putin, a investigação divulgada ontem pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) revela que vários empresários e pelo menos um amigo pessoal do presidente russo movimentaram até US$ 2 bilhões através de bancos e empresas fantasma.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, classificou como pouco profissional a investigação jornalística, da qual participaram mais de cem veículos de imprensa, e acusou o Consórcio Internacional de Jornalistas de ser uma fachada para "antigos membros" da CIA e do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Na Espanha, a Procuradoria decidiu abrir diligências para investigar a suposta existência de atividades delitivas após aparecerem na vasta documentação divulgada os nomes da irmã do rei Juan Carlos, Pilar de Bourbon; o diretor de cinema Pedro Almodóvar e o jogador Lionel Messi, do Barcelona, investigado na Espanha por outro crime fiscal.
A família Messi reagiu à notícia com um comunicado no qual garantiu que nunca usou a offshore que vincularia Messi com os Panama Papers e que os advogados do jogador estão "estudando ações legais" contra os veículos de imprensa que divulgaram a informação.
Na Argentina, a presidência afirmou que o chefe de Estado Mauricio Macri "nunca teve" uma participação no capital da offshore Fleg Trading Ltd, das Bahamas.
Segundo a presidência argentina, a empresa "esteve ligada ao grupo empresarial da família do governante", e Macri "foi designado ocasionalmente como diretor, sem participação acionária".
Em Lima, o governo peruano se mostrou partidário de que a Procuradoria investigue "com rapidez" a informação de que destacados políticos e empresários locais foram assessorados pelo escritório panamenho para a criação de offshores.
Outra personalidade envolvida no escândalo, o primeiro-ministro islandês, Sigmundur David Gunnlaugsson, se mostrou muito nervoso durante uma entrevista pela televisão na qual foi questionado sobre o escândalo, mas descartou renunciar após a divulgação de que, junto com sua esposa, ele teve uma empresa em um paraíso fiscal.
Gunnlaugsson e sua mulher, Sigurlaug Pálsdóttir, eram donos de uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas chamada Wintris, que tinha quase US$ 4 milhões em bônus nos três principais bancos islandeses, que afundaram na crise de 2008.
Em Londres, o escândalo atingiu também o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, cujo pai, Ian Cameron, falecido em 2010, usou os serviços do escritório panamenho para blindar sua empresa Blairmore Holdings Inc da receita britânica.
Segundo a documentação divulgada, outros três ex-parlamentares do partido conservador, doadores de partidos políticos e seis membros atuais da Câmara dos Lordes constam nos documentos.
O ICIJ ressaltou que os documentos não sugerem em nenhum momento que as pessoas apontadas tenham feito algo ilegal ou que a família de David Cameron não pagasse seus impostos no Reino Unido.
Em Bruxelas, a Comissão Europeia (CE) ressaltou que é "muito ativa em todas as frentes" da luta contra a evasão e a fraude fiscal, e lembrou que os bancos europeus devem facilitar "uma ampla gama de informações sobre operações fiscais no mundo".
Por sua vez, o governo da Alemanha expressou sua convicção de que este escândalo reforça a necessidade de se avançar na luta contra a evasão fiscal, enquanto o Deutsche Bank, maior banco do país, explicou que ajudou alguns de seus clientes na mediação com empresas em paraísos fiscais, mas sempre de forma legal.
Em Paris, o governo francês anunciou que vai cobrar o recebimento dos Panama Papers, que supostamente contêm informações de mil franceses que recorreram a paraísos fiscais, para que o Fisco e a Justiça possam examiná-los.
Na Ucrânia, o Partido Radical, uma das legendas pró-União Europeia com representação no parlamento, propôs iniciar um processo de impugnação do presidente do país, Petro Poroshenko, por ter criado três offshores nas Ilhas Virgens em agosto de 2014, no momento mais difícil da guerra no leste da Ucrânia.
O vazamento revelou também movimentos de empresas offshore vinculadas à família do presidente da China, Xi Jinping, mas no país asiático a censura apagou hoje das redes sociais locais centenas de comentários referentes a um cunhado do presidente e à filha do ex-primeiro-ministro Li Peng.
O tema gerou vários comentários e debates em redes sociais chinesas como a Sina Weibo, similar ao Twitter, ou no Wechat, equivalente local ao Whatsapp, mas passadas poucas horas esse conteúdo tinha sido retirado.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, ordenou uma investigação sobre mais de 500 cidadãos indianos que supostamente possuem companhias em paraísos fiscais.
No Paquistão, a família e o governo do primeiro-ministro Nawaz Sharif negaram qualquer tipo de ilegalidade após a divulgação de que três dos quatro filhos do premiê criaram companhias nas Ilhas Virgens Britânicas através das quais controlam propriedades em Londres.
Leia Mais:http://politica.estadao.com.br/noticias/panama-papers,11-5-milhoes-de-registros-financeiros-expoem-corrupcao-global,10000024510
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Panama Papers: mass protests in Iceland call for PM to quit – as it happened

The biggest-ever leak of secret information involves 11m documents from Panamanian law firm Mossack Fonseca. Here’s how the story is being covered around the world.


Late Summary

Updated 
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Jubilee USA: Clamp down on anonymous companies

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