segunda-feira, 25 de abril de 2016

ÁGUA POTÁVEL NO SOLAR



IPAC descobre e canaliza água potável da encosta de Salvador


Minadores naturais de água limpa foram encontrados na encosta do complexo arquitetônico-histórico do Solar do Unhão, no declive que divide as cidades Alta e Baixa, em Salvador, capital da Bahia. A descoberta foi feita pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) que administra o solar e está responsável pela reforma do espaço que abriga o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) composto por capela, casarão, salões expositivos, pátios, café, cinema, reserva técnica, parque das esculturas e áreas verdes.Exibindo DSC_0636.JPG

“Originário do século XVII, o conjunto do Unhão está às margens da Baía de Todos os Santos ao pé da encosta de Salvador que tem cerca de 70 metros de altura, com vários minadores naturais, cuja água sempre escorreu para o mar e queremos aproveitá-la agora”, propõe o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira. Segundo ele, o sistema de captação de água criado pelo IPAC vai evitar também infiltrações nos edifícios do MAM, além de economizar no custo do abastecimento, pago pelo Estado.

FILTRAGEM – “Através de testes comprovamos que a água é limpa mas vamos também introduzir sistema de filtragem entre os reservatórios”, comenta João Carlos. Ele explica que o MAM possui 5.455 m² de área construída e 10.047 m² de área total.

“A encosta do complexo do Unhão é feita de rocha natural, chamada rocha ‘sã’, e é justamente nesses locais onde mina água”, explicita o dirigente estadual. Galerias de coletas captarão a água e se dirigirão para um reservatório. “Depois a água vai para um tanque auxiliar e bombas de sucção e recalque a lançarão para a parte mais elevada do MAM, nos arcos da Avenida Contorno”, comenta João Carlos. O reservatório nos arcos terá capacidade para 55 mil litros.

IRRIGAÇÃO, SANITÁRIOS e COMBATE A INCÊNDIOS – “A água chegará às torneiras do MAM para equipamentos sanitários e irrigação de áreas verdes”, completa o arquiteto fiscal do IPAC na obra, Adolfo Roriz. Ele acrescenta que será utilizada ainda para sistema de combate a incêndios.

O MAM é um dos museus mais frequentados do IPAC. Nos sábados visitação atinge cerca de duas mil pessoas, sem contar com outros dias da semana. O IPAC é vinculado à Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA). Além do MAM, o IPAC está responsável pelo Palacete das Artes (Graça), Museu de Arte da Bahia (Corredor da Vitória), Passeio Público e Palácio da Aclamação (Campo Grande). No Pelourinho o IPAC administra o Centro Cultural Solar Ferrão, os museus Tempostal e Udo Knoff, além da Praça das Artes. No interior, Convento dos Humildes (Santo Amaro), Parque Castro Alves (Cabaceiras do Paraguaçu) e Museu Wanderley (Candeias).

Confira os museus do IPAC no site www.ipac.ba.gov.br/museus e a ‘Visita Virtual Museus/IPAC’ no link www.youtube.com/watch?v=QU8-5kvcwog&app=desktop. Acessewww.ipac.ba.gov.br, facebook 'Ipacba Patrimônio', twitter '@ipac_ba' e instagram ‘@ipac.patrimonio’. O MAM está no facebook como ‘Museu de Arte Moderna da Bahia’. Acesse o evento ‘Jam no MAM’ (www.jamnomam.com.br) que acontece todos os sábados nesse equipamento do IPAC com apoio do governo estadual.

Fotos em BAIXA resolução em ANEXO.
Crédito Fotográfico obrigatório – Lei nº 9610/98: Gess Alencar

Assessoria de Comunicação – IPAC, em 18.04.2016
Jornalista responsável Geraldo Aragão (DRT-BA nº 1498)
(71) 99110-5099, 99922-1743, 3117-6490, 3116-6673
Entrevistas e texto-base: Íris Leandro (estagiária de Jornalismo)

Box opcional 1: HISTÓRIA – O conjunto do Unhão foi construído ao longo de três séculos (XVII, XVIII e XIX). Embora situado praticamente dentro da cidade, esse conjunto era um complexo agroindustrial do mesmo gênero dos engenhos de açúcar, com casa grande, capela e senzala.  Seu extenso cais e armazéns fazem supor que sua função fosse a de recolher e exportar a produção de engenhos do Recôncavo. O inventário do Visconde da Torre de Garcia D'Ávila refere-se a um grande alambique ainda funcionando em 1853, provavelmente com o mel enviado do Recôncavo. Até aquela época o solar só possuía dois pavimentos e "água furtada em ambas as frentes com três janelas e duas nos lados laterais". Sua distribuição funcional segue o esquema vigente em todo o período colonial: térreo, utilizado como serviço; 1º andar, ocupado pela família; água furtada, utilizada como dormitório de criados. A planta da capela (1794) é típica das igrejas matrizes e de irmandade do começo do século XVIII, apresentando, porém, uma particularidade: nave e capela-mor da mesma largura e altura. Sua fachada rococó tardio deve ser do século XIX. Terminações das torres inspiradas nas coberturas à Mansard, semelhante às das igrejas de N. S. do Pilar e Convento do Carmo. (FONTE: Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia - IPAC).

Box opcional 2: HISTÓRIA – CRONOLOGIA
1584 - Gabriel Soares de Souza doa, por testamento, aos Beneditinos, o terreno em que se encontra a fonte que perpetuou o seu nome;
1690 - Residia aí o desembargador Pedro de Unhão Castelo Branco.
Em princípios de 1700 foi comprado por José Pires de Carvalho e Albuquerque, o velho, que estabeleceu morgado;
1740 - 1ª referência à capela - batizado de uma neta do proprietário;
1757 - O Pe. Manuel de Lima (da Vitória) descreve a capela com fachada para o poente;
1759 - Salvador Pires de Carvalho e Albuquerque sucede o pai (José) na posse do morgado. Passa a seguir, a seu filho José Pires de Carvalho Albuquerque (o II), e deste para o sobrinho e genro, de igual nome, Secretário de Estado, a quem Vilhena se refere;
1787 - Vistoria da Câmara a uma vala que deveria lançar suas águas no aqueduto que atravessava a fazenda Unhão;
1794 - A igreja é reedificada. No começo do séc. XIX, a propriedade pertencia a Antônio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, Visconde da T. de Garcia D'Ávila;
1816 - O suíço Meuron instala fábrica de rapé, que funciona até 1926;
1853 - Morto o Visconde, passa à sua filha casada com Antônio Muniz Barreto de Aragão;
1880 - Ainda se rezava missa na capela;
1917 - É vendida a Clemente Pinto de Oliveira Mendes;
1928 - Passa a Valeriano Porfiro de Souza, que a transformou no trapiche Sta. Luzia. Seus descendentes venderiam depois para o Estado.   
Restaurações e intervenções realizadas:
1946 - Obras de estabilização, conservação e limpeza;
1959 - O Governo do Estado decide construir a Avenida de Contorno, ligando os bairros do Comércio e Barra. O IPHAN promove vistoria no local e adverte sobre os perigos para o conjunto;
1960 - São iniciadas as obras da Avenida do Contorno, cujo projeto previa uma das pistas passando entre o solar e a capela e a outra destruindo o aqueduto e fonte, o que provoca reação da imprensa. Arq. Diógenes Rebouças propõe um traçado alternativo da avenida, ligando o Comércio ao Vale do Canela, que não interferia no solar;
1962/63 - O conjunto é restaurado pelo Gov. do Estado, para sede do M. de Arte Popular da Bahia, sendo o projeto elaborado pela arq. Lina Bo Bardi e aprovado pelo IPHAN. Nesta oportunidade, foi criada escada helicoidal de ligação do 1º com o 2º andar, obra de notável desenho contemporâneo. Na igreja e em alguns pavilhões foi substituído o reboco por "chapiscado", então em voga, por influência do Brutalismo.

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