Dono de jornal citado
no caso Celso Daniel
é preso na Lava-Jato
O empresário Ronan Maria Pinto, dono do “Diário do Grande ABC”, é um dos presos na 27ª fase da Lava-Jato, batizada de Carbono 14.
Ronan era empresário de ônibus em Santo André e depois comprou o jornal. Uma de suas empresas, a Expresso Nova Santo André, fechou contrato de 6 milhões de reais com uma das agências do operador do mensalão, Marcos Valério.
Em depoimento ao Ministério Público, em 2012, após ser condenado no processo do mensalão pelo STF, Valério afirmou que o PT lhe pediu R$ 6 milhões para que Ronan parasse de chantagear o ex-presidente Lula, o então chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, e o ex-ministro José Dirceu. As chantagens teriam relação com a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002.
O CADÁVER DE CELSO DANIEL
SE AGITA – Confissão de Bumlai
deixa claro:
não é partido, é organização
criminosa
Bumlai confessa: empréstimo fraudulento era mesmo para o PT, não para ele.
E não foi pago. Metade foi para o partido em Santo André,
cidade do prefeito assassinado
Que coisa, né? Em 2012, Marcos Valério — sim, ele mesmo! — afirmou, em depoimento ao Ministério Público, que, em 2004, o PT teria pagado R$ 6 milhões ao empresário Ronan Maria Pinto e outros, que ameaçavam ligar o assassinato do prefeito Celso Daniel, ocorrido em 2002, ao esquema de propina na Prefeitura de Santo André, que azeitava a máquina partidária.
Lula e Gilberto Carvalho estariam sendo chantageados pessoalmente por Ronan. Em vez de chamar a polícia, a dupla teria preferido pagar o preço. Em tempo: Ronan nega qualquer envolvimento com o caso. Lula e Carvalho também. Adiante. Segundo Valério disse então, ele foi procurado pelos petistas para dar aos achacadores o dinheiro que eles buscavam, mas se recusou: “Nisso aí, eu não me meto”, teria dito o operador do mensalão, em um encontro com Sílvio Pereira, então secretário-geral do PT, e Ronan.
A história escabrosa contada por Valério, condenado a 40 anos de prisão, ficou em suspenso. Muito bem! Em depoimento prestado à Polícia Federal nesta segunda, José Carlos Bumlai, o amigão de Lula, aquele que tinha livre acesso ao Palácio do Planalto, resolveu confessar ao menos parte do que sabe. Desmentindo versões anteriores, o empresário referenda parte da delação de um diretor do grupo Schahin e revela:
1: o empréstimo que ele, Bumlai, contraiu no banco Schahin era mesmo para o PT;
2: o valor total, conforme afirma o Ministério Público, era de R$ 12 milhões;
3: o dinheiro foi inteiramente revertido para o PT por intermédio do grupo Bertin;
4: R$ 6 milhões desse total teriam ido para o PT de Santo André, destinado a pagar chantagistas;
5: os outros R$ 6 milhões teriam ido para o PT de Campinas;
6: o empréstimo nunca foi pago;
7: Bumlai confirma que esteve com Delúbio Soares para tratar do empréstimo e que depois debateu o assunto com João Vaccari Neto.
2: o valor total, conforme afirma o Ministério Público, era de R$ 12 milhões;
3: o dinheiro foi inteiramente revertido para o PT por intermédio do grupo Bertin;
4: R$ 6 milhões desse total teriam ido para o PT de Santo André, destinado a pagar chantagistas;
5: os outros R$ 6 milhões teriam ido para o PT de Campinas;
6: o empréstimo nunca foi pago;
7: Bumlai confirma que esteve com Delúbio Soares para tratar do empréstimo e que depois debateu o assunto com João Vaccari Neto.
PT de Campinas? Coincidência ou não, é a cidade em que outro ilustre petista foi assassinado, o também prefeito Toninho do PT, morto em circunstâncias igualmente estranhas quatro meses antes de Celso Daniel. Também a sua família, a exemplo da do prefeito de Santo André, jamais se conformou com a tese do crime comum.
Segundo diretores do grupo Schahin, o empréstimo, que, em 2009, já estava em R$ 53,5 milhões foi simplesmente esquecido quando Bumlai e Lula atuaram para que o grupo fosse o operador do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras — um contrato, então, de US$ 1,6 bilhão. Vale dizer: quem pagou o empréstimo foi a estatal brasileira.
Essa lambança toda, antes ainda da confissão de Bumlai, rende ao empresário e a mais oito pessoas denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal. Por incrível que pareça, contra Lula, não se pediu nem abertura de inquérito.
Ah, sim: Fernando Baiano, outro que teve delação homologada pela Justiça, diz que José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, também atuou para que o grupo Schahin conseguisse operar a sonda. Gabrielli, o que é espantoso, não é nem sequer um investigado da operação Lava-Jato.
Então vamos ver
Bumlai negava de pés juntos que houvesse sido laranja do empréstimo de R$ 12 milhões do banco Schahin ao PT. Agora ele confessa: foi. Bumlai negava de pés juntos que havia pagado o empréstimo com embriões e esperma de boi. Agora, ele confessa: estava mentindo. Bumlai negava de pés juntos que o grupo Bertin tivesse servido de intermediário na transferência do dinheiro para o PT. Agora ele confessa: foi, sim! Bumlai negava de pés juntos que tivesse ouvido falar da operação para pagar empresários que estariam extorquindo Lula e Gilberto Carvalho. Agora, ele diz ter ouvido falar.
Bumlai negava de pés juntos que houvesse sido laranja do empréstimo de R$ 12 milhões do banco Schahin ao PT. Agora ele confessa: foi. Bumlai negava de pés juntos que havia pagado o empréstimo com embriões e esperma de boi. Agora, ele confessa: estava mentindo. Bumlai negava de pés juntos que o grupo Bertin tivesse servido de intermediário na transferência do dinheiro para o PT. Agora ele confessa: foi, sim! Bumlai negava de pés juntos que tivesse ouvido falar da operação para pagar empresários que estariam extorquindo Lula e Gilberto Carvalho. Agora, ele diz ter ouvido falar.
Bumlai ainda nega de pés juntos que tenha interferido para a contratação do navio-sonda. O seu histórico de negativas dá o que pensar, não é mesmo?
Atenção! Bumlai fez uma confissão espontânea, não uma delação premiada. Não precisa assinar compromisso nenhum se comprometendo a dizer a verdade. Suas palavras parecem ter sido medidas.
Se vocês notarem bem, ele confirma os aspectos mais escabrosos do rolo, mas tangencia quando o assunto é Lula. Fica parecendo que há um aviso parado no ar: “Se eu e minha família nos lascarmos, a coisa não vai ficar boa…”. Na confissão espontânea, o investigado fica livre para ir se lembrando de coisas…
Vamos ser claros: com o que Bumlai já confessou — e ele não fez delação premiada —, já é possível caracterizar não um partido, mas uma organização criminosa.
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