...uma nova proposta e uma nova cidade!
Nessas minhas conversas com tantos dos personagens do entretenimento baiano, eu fico sabendo é de coisa! Muito por conta do ofício de radialista, por estar envolvido profissionalmente, e vai aí a minha corajosa postura crítica que desperta nas pessoas curiosidade sobre a opinião e a visão em relação ao cenário do show business mequetrefe que temos em Gotham City! Daí me contam!
Enfim, soube em uma destas tantas conversas que 16 empresários, produtoras e empresas, enfim ,o trade do movimento musical que reinou por aqui, irá debandar de uma vez , mandar as favas os circuitos da Avenida e Barra e firmar um novo circuito no CAB! Irão fazer o que sabem de melhor, que é montar ferrinhos, içar toldos , distribuir W.C. químicos e fazer um corredor tipo “axezódromo” cercado de camarotes de todos os tamanhos e modalidades por todos os lados, com suas bandas em trios a desfilar! Sem dúvida, uma alternativa custo/ benefício bem tomada em função da realidade que ora os aflige!
Fiquei extremamente feliz em saber disso, pois, na minha humilde opinião, só teremos uma possibilidade de escrever um novo e portentoso carnaval baiano de grande participação popular, se uma medida radical for tomada, que é separar momentaneamente o interesse do entretenimento privado na grande festa, tendo os artistas que tanto se locupletaram com o Carnaval, sensíveis o suficiente para ajudarem o novo modelo , segurando o show para o povo enquanto se troca a casca!
Um freio de arrumação e uma interferência forte da mão pública, não de forma estatizante, mas como reparadora cultural e reestruturadora de uma emanação que sempre foi popular, na defesa de uma festa que de tão bem feita e original atrairia investimentos que novamente sustentem toda a infra necessária. Mas sempre tendo como referência a cultura e arte de seu povo! Esqueçam qualquer tipo de reestruturação sem que o estado seja bancador dessa festa!
Esta aí um dos motivos dela ter se perdido! Em determinado momento, o Estado entregou quase que na sua totalidade o Carnaval a um Conselho regido por interesses comerciais da iniciativa privada. A omissão de um lado, somada aos interesses pecuniários pessoais dos donos de bandas e blocos, acabou com o comunitário, arrefeceram a festa, e o pior: ninguém tem coragem de desconstruir esse imbróglio cheio de falcatruas e acordos escusos para o bem da sociedade.
Tem que ter a Secretaria de Cultura bancando o carnaval sim! Tem que ter Festivais de música para escolha dos artistas que vão tocar. E o prêmio é ganhar o cachê para tocar no trio. Tem que ter concurso com prêmio para letrista de musica baiana para dançar na rua e se divertir. Tem que alugar 40 trios e dar aos artistas! Tem que ter 100 palcos espalhados pelos bairros e trazer as escolas de teatro, música e belas artes para a festa! Afinal, elas foram criadas para isto: educar e ensinar! A Barra tem que ter camarote privado, sim, mas também trio público - e aos montes!
Sem corda, a violência vai diminuir. O flagelo do cordeiro acaba, a população vai se sentir prestigiada em ter novamente uma festa feita e pensada para ela. Turistas virão e gastarão grana. Reacenderemos a chama cultural que tanto nos trouxe divisas de volta e, acima de tudo, a nossa autoestima, que está merecendo um afago maior, com certeza crescerá!
Sinceramente, se todos ainda ficarem prostrados a esperar que uma nova leva de artista ou empresários empreendedores apareçam do nada para salvar a pátria, vai ficar difícil. Pois se tem que ter um solo para plantar, quem dá e sempre deu foi o poder público!
Vem ai as eleições e sei que tem muita coisa mais importante como saúde, educação, moradia, segurança e tal, mas o turismo e o entretenimento empregam e são importantes também. E não só falo do Carnaval, e sim de toda cadeia produtiva como bares, hotéis e restaurantes! Fica a pergunta: qual deles vai apresentar uma proposta para recuperar esse mercado que anda tão em baixa e pode ser forte de novo?
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