Eu não conhecia pessoalmente André Setaro, mas nunca deixei de ler o blog dele, e numa terra que adora catalogar e discriminar as pessoas e as coisas, fiquei admirando esse cara que não tinha preconceito nenhum e gostava tanto de Resnais quanto de Lelouch, de Bergman quanto de Welles.
Quando ele publicou sua critica sobre meu primeiro longa, A Coleção Invisível, eu fiquei ansioso, mas logo me emocionei quando percebi o trabalho, o esforço e o carinho para entender a proposta do filme, o que poucos críticos fazem hoje em dia. Me emocionei ainda mais quando li essa frase dele: "Filme-rio que navega com tranquilidade, mas sempre apostando nas surpresas de seu percurso e nos declives da sua fabula. Obra que sinaliza para um processo de descobrimento e amadurecimento...A Coleção Invisível, sobre ser baiano, plenamente adaptado a baianidade, apesar de realizado por um diretor nascido na França."
Quem escreve assim hoje em dia com essa elegância e essa precisão?
Alguns anos atras, em Paris, comprei um livro sobre Brigitte Bardot com a intenção de dar para o André, mas nunca tive a coragem de fazer esse presente. Hoje me arrependo, mas vou guardar lo, pensando nesse grande homem que eu adoraria ter conhecido pessoalmente.
BERNARD ATTAL
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