O LULA NEM COMPARECEU AO VELÓRIA
Aos 83 anos, o ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio morreu, ontem, em São Paulo, vítima de câncer ósseo.
Ícone da esquerda, Plínio foi cassado pela ditadura em 64.
O socialista estava internado há mais de um mês para tratar um câncer nos ossos e morreu por volta das 15h, no hospital Sírio-Libanês.
O filho Francisco de Azevedo Arruda Sampaio, 58, disse que ele teve broncopneumonia, que provocou a falência de múltiplos órgãos. “Foi uma luta intensa, um processo de hospitalização longo. Não foi uma coisa inesperada, mas entristece todos nós.”
Segundo Francisco, o velório ocorrerá hoje, às 8h, na igreja São Domingos, em Perdizes, zona oeste de São Paulo, com missa às 11h30. O enterro será no Cemitério do Araçá, às 15h.
Ícone da esquerda católica, Plínio era um dos políticos brasileiros mais identificados com a bandeira da reforma agrária.
Em 1964, quando o golpe derrubou o presidente João Goulart, era deputado pelo antigo PDC (Partido Democrata Cristão). Teve os direitos políticos cassados pelo AI-1 (Ato Institucional) e se exilou no Chile. Fez mestrado em Cornell, nos EUA, e só conseguiu voltar ao Brasil em 1976.
Em 1981, Plínio se filiou ao recém-fundado PT, do qual passou a ser um dos mais importantes formuladores políticos. Voltou à Câmara em 1985, como suplente de Eduardo Suplicy, e se elegeu no ano seguinte para deputado constituinte.
Atuou na coordenação da primeira campanha de Lula ao Planalto, em 1989, e disputou o governo de São Paulo no ano seguinte. Deixou o PT em 2005, desiludido com o escândalo do mensalão. Ajudou a fundar o PSOL e disputou o governo paulista novamente em 2006.
Bom humor
Em 2010, aos 80 anos, lançou-se em uma espécie de anticandidatura à Presidência pelo PSOL. Com tiradas bem-humoradas, virou atração dos debates presidenciais. Com a saúde debilitada, acompanhava à distância a corrida presidencial de 2014.
Bom humor
Em 2010, aos 80 anos, lançou-se em uma espécie de anticandidatura à Presidência pelo PSOL. Com tiradas bem-humoradas, virou atração dos debates presidenciais. Com a saúde debilitada, acompanhava à distância a corrida presidencial de 2014.
O governador Geraldo Alckmin disse, em nota, que Plínio foi “um homem público de convicções”. O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que o ex-colega foi “raro e fundamental” na história do partido. “Ele fará muita falta, especialmente aos movimentos sociais e sindicais”.
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