Chegando ao farol, em frente ao hospital espanhol, uma figura veio em minha direção, não olhava pra mim, parecia que ia passar direto, foi quando senti aquela porrada na cara... Rapáz, cheguei a ver estrelas, fiquei tontinho... levou alguns segundos para entender o que havia acontecido...
Mas tive que voltar rapidamente do topor, pois haviam muitas testemunhas já em cima do rapáz, já o haviam jogado no chão e ele recebia alguns chutes e ponta pés. Percebi que eu estava todo sujo de sangue, rosto, camisa, bermuda, sapato... As minhas mãos totalmente ensaguentadas foi o que me ajudou a afastar as pessoas de cima do marginal, consegui através de gritos convencer as pessoas que deveriamos leva-lo para a policia.
Demorou uns metros até encontra-mos um policial.
Entregamos o marginal na mão do policial, eu ví o policial deixar o cara fugir...
O cara que estava totalmente grog e drogado corria o dobro do policial, e nós, a população detemos o cara novamente.
O povo estava ávido por justiça, o policial queria sossego, notei que estava trazendo problema pra ele. Chegamos ao módulo, fiquei sabendo que deveria acompaha-los até a delegacia mais próxima, na Barra mesmo, então começa o meu calvário...
Para resumir, andei pela barra, por módulos, delegacias e cacetes armados da prefeitura...
Eramos jogados de um local pra outro, sem que em nunhum local a qeuixa fosse registrada, as explicações eram péssimas, mas qd eu me mostrava em dúvida sobre algo e pedia esclarecimetos, era tratado no mesmo tom do marginal, (quase aquela porpaganda da Schin '' Porque sim !! '' )
Eu sangrando por todo o trajeto, vendo os marginais apanhado muito, a cada ai, a cada reclamação, e em cada delegacia e módulo que chegávamos, eles apanhavam muito... Alguns momentos eu era tratado quase como os marginais, a cada novo delegado que me era apresentado e que eu tinha que relatar o ocorrido, pois ''Teria levado um murro assim do nada?'', ''O que vc fês cidadão????''
Ainda bem que mesmo todo ensanguentado eu estava calmo e contemplativo, como se não estivesse alí, como se tudo aquilo fosse algo virtual.
Começou a chover e tive que desistir da peregrinação com o dia quase amanhecendo, a agressão foi as 23 e 30... Não consegui fazer a ocorrência da agressão.
Foram horas que não gostaria de ter vivido.
Muita humilhação, muita falta de preparo, muito desespero, muita revolta, tudo em meio ao carnaval.
Só lembrava das gravuras de Debret, dos navios negreiros, do filme Estamira... Uma sacerdotisa brasileira do lixão que vislumbra um futuro terrível para a humanidade.
COLOCO ESSE POST EM PROTESTO CONTRA A CONVERSA DO GOVERNO SOBRE BAIXAS ESTATISTICAS DE AGRESSAO E ROUBO NO CARNAVAL BAHIANO.
O que eu presenciei foi um esquema montado para as estatísticas, e não para a população.
A violência e outros problemas sendo varridos para debaixo do tapete, bem em sintonia com o discurso dos nossos ''artistas'' em cima do trio, que sempre elogiam e muito o governo e a prefeitura sobre o carnaval maravilhoso. A realidade é bem outra.
OBS: Coloco uma foto minha depois de atendido e medicado, na segunda feira.
Da próxima vez pode deixar o marginal apanhar.
ResponderExcluirna proxima, eliminie-o na propria rua... pqa policia continuam porcos fardados
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