Calçada portuguesa |
Calçada portuguesa ou mosaico português (também conhecida como pedra portuguesa no Brasil) é o nome consagrado de um determinado tipo de revestimento de piso utilizado especialmente na pavimentação de passeios e dos espaços públicos de uma forma geral. Este tipo de passeio é muito utilizado em países lusófonos.
É um calcetamento feito com pedras de formato irregular, geralmente calcárias e basálticas, que podem ser usadas para formar padrões decorativos pelo contraste entre as pedras de diferentes cores. As cores tradicionais são o preto e o branco, embora se usem igualmente o castanho e o vermelho. Em certas regiões do Brasil é ainda popular o uso de pedras azuis e verdes.
A calçada portuguesa é uma herança histórica da cultura e da tecnologia de construção dos romanos, de que existem inúmeros vestígios em Portugal. A arte romana não se limitou à técnica empregada na pavimentação de vias de comunicação, mas também à arte decorativa. Com as características de aspecto com que hoje a conhecemos, a alçada portuguesa teve como o seu grande impulsionador o governador do castelo de S. Jorge em Lisboa, entre 1840 e 1846, o Tenente-General Eusébio Cândido Pinheiro Furtado.
No Brasil, este foi um dos mais populares materiais utilizados pelo paisagismo dos séculos XIX/XX, devido à sua flexibilidade de montagem e de composição plástica, bem como os padrões decorativos que produzem. A sua aplicação pode ser apreciada em projetos como o do calçadão da Praia de Copacabana (uma obra de Roberto Burle Marx) ou nos espaços da antiga Avenida Central, ambos no Rio de Janeiro.
A calçada portuguesa é descrita na obra “O Arco de Sant´Ana” de Almeida Garrett e referida no poema “Cristalizações” de Cesário Verde.
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A técnica |
Os calceteiros tiram partido do sistema de diaclases¹ do calcário para, com o auxílio de um martelo, fazerem pequenos ajustes na forma da pedra, e utilizam moldes para marcar as zonas de diferentes cores, de forma a repetirem os motivos em sequência linear (frisos) ou nas duas dimensões do plano (padrões). A geometria do século XX demonstrou que há um número limitado de simetrias possíveis no plano: sete para os frisos e 17 para os padrões. Um trabalho de jovens estudantes portugueses registrou, nas calçadas de Lisboa, 5 frisos e 11 padrões, atestando a sua riqueza em simetrias.
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¹ Diaclases são fraturas que dividem as rochas em blocos e em relação às quais não se produziu deslocamento ou o deslocamento foi mínimo.
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Localidades | |
Av.Olegário Maciel, Belo Horizonte/BR
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Tenderloin National Forest, Califórnia. |
Funchal, Ilha da Madeira/PT
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Leiria, PT
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Moçambique
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Belíssimo!
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