Saiba, quando abrir este jornal, que hoje levantei às 4 da manhã, muito antes do sol raiar, para um protesto no centro histórico. Mais um? Sim, senhor, mais um! Devido aos perigos noturnos das ruas desertas, talvez este seja meu último artigo.
Com um pequeno grupo de terroristas sem máscaras, fomos pintando as palavras “Aqui podia morar gente!” nas portas de algumas das inúmeras casas indecentemente vazias.
A carência crônica de habitação pelo Brasil afora é a característica deste governo como de todos os anteriores, qualquer que seja a cor da bandeira. Os governantes, com ou sem estrela vermelha na boina, moram em palácios, em duplex e mansões, mas demoram meses e anos para inaugurar deprimentes galinheiros com o título pomposo de “Minha Casa, Minha Vida” que enriquecem alguns empreiteiros e um bom punhado de políticos. É ou não é verdade?
A carência crônica de habitação pelo Brasil afora é a característica deste governo como de todos os anteriores, qualquer que seja a cor da bandeira. Os governantes, com ou sem estrela vermelha na boina, moram em palácios, em duplex e mansões, mas demoram meses e anos para inaugurar deprimentes galinheiros com o título pomposo de “Minha Casa, Minha Vida” que enriquecem alguns empreiteiros e um bom punhado de políticos. É ou não é verdade?
Em 2009 a imprensa baiana divulgou em primeira página o maciço investimento de uma herdeira de centros comerciais. Teria comprado 35 casas pela astronômica, mas pouco provável soma de R$40 milhões no bairro de Santo Antônio. Mais de quatro anos se passaram e os imóveis continuam fechados, telhados e paredes ruindo enquanto a senhora sorri para os colunistas. Que boa parte da rua tenha sofrido um processo de desertificação não comove nenhum órgão responsável. Nunca nenhum se pronunciou sobre o gravíssimo problema. Que nesta atitude esteja embutido um espírito profundamente imoral de ganância e leviandade tão pouco sensibilizou nossos edis.
Quantos imóveis do tal “Centro Antigo” já foram restaurados e continuam vazios com total despudor? Quantos projetos de repúblicas de estudantes jazem nas gavetas do poder? Brasília derramou R$135 milhões nos profundos bolsos da Conder, aquela mesma que não tem competência nem para acabar uma simples passarela. Após percorrer os labirintos da burocracia, quanto sobrará para enfrentar o bem estar do contribuinte e o encantamento do turista, este cada vez mais raro, apesar da cansativa manipulação dos números?
A partir de hoje vou continuar pichando, sim senhor!
É uma pena este bairro tradicional e histórico possuidor de um dos maiores conjunto arquitetônico barroco do país esteja se depredando, vivi um pedacinho da minha infância nele nos anos 60, havia vida, havia cultura e esporte. Tô contigo.
ResponderExcluir