PAULO CAUDURO
Com voz mansa, o sangue frio digno de um sicário de Al Capone, palavras educadas, punhos de renda muito alvos, expressão fleumática na face, ar imperial e distante, esse verdadeiro gentil-homem das letras jurídicas nacionais, com tom de voz sereno e majestoso, afastou a condenação por crime de quadrilha dos maiores quadrilheiros da história política brasileira. Fê-lo com garbo e desassombro.
Comportou-se como um gentleman, usou do bom português, proferiu seu voto com fala mansa e queixo erguido, e afinal ainda exprobou o Presidente, numa pantomima de julgador independente e inatacável. Assim procedendo, fez tudo que o PT esperava que ele fizesse.
Cumpriu a tarefa político-partidária para a qual foi alçado à suprema corte. (Só errou naquela desastrada preliminar de prescrição, em seguida criticada pela Carmen Lúcia e da qual ele rapidinho se retratou). Esse jeitinho manso e pacífico, maneiroso e ordeiro, que convida à concórdia e à saudável convivência de ideias opostas, é uma tática assaz conhecida de que se utilizam os petistas desde sempre.
Esses senhores dizem - com fala mansíssima, como a de Frei Boff - tantas barbaridades, tantos sofismas, tantos absurdos, tantas agressões aos fatos, à lógica e ao bom senso que o interlocutor de boa-fé é naturalmente levado à exasperação.
Logo em seguida, então, logrado o infame intento concebido em suas mentes depravadas, esses cavalheiros, com toda a calma e tranquilidade, censuram o adversário por seu destempero e saem-se como "conciliadores", "bem-educados" e "democratas".
Ponto para a pizza.
Foi colocado no cargo, que envergonha e deslustra ,para fazer essa jogada imunda .
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