"Alguns de vocês bem sabem que trabalho com Araken Vaz Galvão. Alguns de vocês sabem da história de Araken Vaz Galvão. E que o mesmo é um grande personagem no que se diz respeito à luta armada do golpe de 64.
Esse ano completa-se 35 anos da anistia, e todo o pai está promovendo eventos para discussão do tema ou sobre a ditadura. Que bom que esta data está sendo lembrada.
Vejo que a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia estará realizando o III Fórum de Pensamento Crítico, com o tema Autoritarismo e Democracia no Brasil e na Bahia 1964 - 2014. Em Salvador e no interior. Inclusive em Valença. Terra que Araken escolheu para viver seus últimos dias. E ao saber desse Fórum, ler a programação, fiquei DECEPCIONADA. Pois, enquanto jornais de Minas Gerais, Mestrandos de vários estados, e até o governo do RS, procuram Araken para lhe prestar homenagens, colher depoimentos. A sua terra natal, a Bahia, para quem não sabe, Araken é natural de Jequié, não citam, nem se quer o procuram para saber de sua experiência vivida naqueles duros anos.
Em anexo envio a breve biografia do mesmo. Espero q assim, vocês conheçam um pouco desse grande homem que abdicou de muitas coisas em sua vida com o pensamento de mudar o país, ou tentar deixar paras gerações futuras, uma nação mais justa.
E não penso que se precise buscar em Salvador um professor de história que entenda do tema." Araken é própria história viva."
Alguns irão dizer que não posso de uma puxa-saco do meu patrão. Eu vós digo, é questão de respeito a uma pessoa que serviu com amor ao seu país. E pensem o que quiserem. Essa é minha opinião."
Esse ano completa-se 35 anos da anistia, e todo o pai está promovendo eventos para discussão do tema ou sobre a ditadura. Que bom que esta data está sendo lembrada.
Vejo que a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia estará realizando o III Fórum de Pensamento Crítico, com o tema Autoritarismo e Democracia no Brasil e na Bahia 1964 - 2014. Em Salvador e no interior. Inclusive em Valença. Terra que Araken escolheu para viver seus últimos dias. E ao saber desse Fórum, ler a programação, fiquei DECEPCIONADA. Pois, enquanto jornais de Minas Gerais, Mestrandos de vários estados, e até o governo do RS, procuram Araken para lhe prestar homenagens, colher depoimentos. A sua terra natal, a Bahia, para quem não sabe, Araken é natural de Jequié, não citam, nem se quer o procuram para saber de sua experiência vivida naqueles duros anos.
Em anexo envio a breve biografia do mesmo. Espero q assim, vocês conheçam um pouco desse grande homem que abdicou de muitas coisas em sua vida com o pensamento de mudar o país, ou tentar deixar paras gerações futuras, uma nação mais justa.
E não penso que se precise buscar em Salvador um professor de história que entenda do tema." Araken é própria história viva."
Alguns irão dizer que não posso de uma puxa-saco do meu patrão. Eu vós digo, é questão de respeito a uma pessoa que serviu com amor ao seu país. E pensem o que quiserem. Essa é minha opinião."
Att
Juscimare Souza - Juscy Souza
Graduada em Letras
Graduanda do Curso de Especialização em Estudos Linguísticos e Literários.
Assistente da Fundação Cultural Euzedir e Araken Vaz Galvão - FUNCEA
Tel. (75) 3641-2837
Valença - Bahia
Juscimare Souza - Juscy Souza
Graduada em Letras
Graduanda do Curso de Especialização em Estudos Linguísticos e Literários.
Assistente da Fundação Cultural Euzedir e Araken Vaz Galvão - FUNCEA
Tel. (75) 3641-2837
Valença - Bahia
Biografia de
Araken Vaz Galvão
Araken Vaz Galvão, como foi inicialmente registrado –
Araken Passos Vaz Galvão Sampaio, como conseguiu, bem mais tarde, na justiça
autorização para modificar seu nome, ainda que tenha continuado a assinar da
forma original – nasceu na fazenda Santa Maria, localizada próxima ao povoado
de Pulga do Campo, às margens da Estrada Real que, partindo de Rio Branco (hoje
Itajuru), do lado esquerdo do Rio de Contas, seguia, após atravessar aquele
rio, para Aiquara distrito de Jequié (emancipado durante a ditadura, por força
de algum aliado civil dos militares). Com isso passa-se a dizer que Vaz Galvão,
nascido em 20 de maio de 1936, foi o último filho do casal Oswaldo Vaz Galvão
Sampaio e Altamira Passos Galvão, ambos de Amargosa, foi registrado como
nascido no município de Jequié, uma vez que não podia ter nascido em um
município que ainda não existia: Aiquara.
Órfão de pai aos quatro anos, Vaz Galvão foi criado na
fazenda Veneza, do seu avô paterno, o coronel Antônio Augusto Vaz Sampaio,
figura austera, que marcou sua infância, com autoridade e silêncio, situações
que ele sempre associou à solidão.
Com a morte de seu avô – e como sua avó já tinha
falecido – sua mãe foi expulsa, com os três últimos filhos que ainda moravam
com ela, da fazenda Veneza por seu cunhado, Oscar Vaz Sampaio, que acabou por
adonar-se de forma mais ou menos legal, mais ou menos desonesta, do espólio do
velho Antônio Augusto. Nessas alturas de sua vida, sua irmã mais velha já tinha
se casado e seus três irmãos que lhe seguiam tinham ido para o Rio de Janeiro,
por isso seu cunhado, Joel Barbosa Reis, retirou a viúva, sua sogra, da fazenda
Veneza, levando-a para Jaguaquara, onde Vaz Galvão ingressou, com 10 anos, na
escola primária, de nome Castro Alves, situada no bairro de Casca da Bahia.
Daí, depois de três anos, foi levado para Jequié,
sempre com sua mãe e suas duas irmãs mais novas, de onde, mais ou menos, um ano
depois a família foi transferida para o Rio de Janeiro. Nessa época Vaz Galvão
tinha 12 ou 13 anos. Nada muito importante nesse período, salvo sua primeira
incursão pelo campo ligado à cultura, pois, ainda em Jaguaquara, o menino
Araken criara um teatro, em um velho armazém, dos irmãos Piropo, sem nunca ter
conhecido um, o qual, deixou marcas naquela cidade.
A vida de Vaz Galvão começou a tomar outro rumo,
depois que ele foi prestar serviço militar, no Exército (Regimento Escola de
Artilharia, em Deodoro, subúrbio do Rio), em 7 de janeiro de 1955, ano do
contragolpe desferido pelo então general Lott, para garantir a posse dos
eleitos, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Fato esse que significou o seu
batismo, mesmo tímido, nas lides política dos militares – naquela época, o
Exército claramente divididos em direita e esquerda (com a maioria absoluta dos
oficias em cima do muro, como se dizia) – tendo ele ficado, timidamente é
verdade, do lado dos sargentos que se opuseram a posição dos oficiais golpista,
e da esquerda, ou seja, do lado dos que defendiam a posse dos eleitos.
Nessa época já tinha sido promovido a cabo foi, mais
tarde, enviado à Escola de Moto Mecanização (hoje, de Material Bélico), também
em Deodoro, onde fez um curso técnico, tendo sido promovido a 3° Sargento em 26
de novembro de 1956.
A partir dessa ocasião não parou mais a sua militância
política, de esquerda, naquilo que se convencionou a chamar, mais tarde, de
Movimento dos Sargentos, do qual foi um dos principais líderes no Rio de
Janeiro. Essa sua atividade resultou em sua transferência para Campo Grande, Mato
Grosso, já como 2° Sargento, onde foi mais ou menos surpreendido pelo golpe
militar de 1964.
Junto com outro dos mais importantes líderes do
Movimento dos Sargentos (e seu principal teórico), seu amigo, o Sargento Manuel
Raimundo Soares, abandonou o Exército, passando a viver clandestino, tentando,
com outros sargentos, entre eles, Amadeu Felipe da Luz Ferreira, Dirceu Jacques
Dornelas e o subtenente Gelcy Rodrigues Corrêa, além de outros a preparar o
movimento de resistência à ditadura que, naquele momento foram dos primeiros a
achar que teria que ser por meio da luta armada. Por essa época o seu grupo
aliou-se a Leonel Brizola.
Como consequência dessas atividades, Vaz Galvão foi
preso em Porto Alegre, depois de ter recebido um tiro, em um convertido
episódio, da própria mulher com quem vivia. Gravemente ferido, sobreviveu
graças e sua juventude e vontade de viver, tendo ficado preso por quase um ano,
naquela cidade. Foi o primeiro preso político do presídio situado na ilha das
Pedras Brancas, também chamada de ilhas da Pólvora, no rio Guaíba.
Ao sair, via habeas
corpus, foi levado, por seus companheiros para o Uruguai, onde foi
submetido a duas cirurgias restauradoras e onde viveu por, mais ou menos, sete
meses, sob o nome de Jacques. De volta ao Brasil, reassumiu seu trabalho clandestino
de resistência à ditadura, tendo sido um dos principais nomes na organização do
momento que ficou conhecido como a Guerrilha do Caparaó, atividade que implicou
na transferência de cerca de 2,5 toneladas de material, inclusive armamento e
explosivo, do Sul do país para o Espírito Santo, com passagem pelo Rio de
Janeiro.
Fracassado o movimento, Vaz Galvão esteve preso por
quase três anos, em várias cidades. Manhum Açu e Juiz de Fora, MG; No Rio
Janeiro, fortaleza de Santa Cruz e Polícia do Exército, e por algum tempo foi
levado por um curto período a Porto Alegre, onde respondia processo – e onde
teve a oportunidade de conhecer, no quartel da Polícia do Exército de lá – a tristemente
famosa cela “boi preto”.
De volta ao Rio continuou preso na Fortaleza de Santa
Cruz, em Niterói de onde – ao ser levado à Policlínica Militar do Rio de
Janeiro –, conseguiu fugir, e solicitar asilo na Embaixada do Uruguai, então na
rua Artur Bernandes, no Catete, onde permaneceu por um ano, porque o governo
militar negava-se a conceder o salvo-conduto, documento indispensável para que
ele fosse retirado do país. Sendo ele, por este percalço, um dos ativistas
político que mais tempo permaneceu em uma Embaixada.
Naquele país, por solidariedade dos estudantes,
recebeu uma pequena bolsa de estudos, o que lhe permitiu frequentar a Faculdad de Humanidades y Ciencias, onde
estudou História por quatro anos. Simultaneamente, a noite, frequentou a Escuela de Bellas Artes – ambas parte da
Universidad de la República –, tendo
feito o curso básico de três anos. Nesse período, frequentou também, por um
ano, o curso de iniciação à linguagem cinematográfica, ministrado pela
Cinemateca Uruguaia.
Com a instalação também no Uruguai de uma ditadura
militar, Vaz Galvão iniciou um périplo por outros países da América Hispânica,
com passagem por Argentina, Peru, Paraguai, Equador e Bolívia.
Ainda em Montevidéu, iniciou o estudo da literatura de
língua espanhola, aquela que hoje é chamada de realismo fantástico (mágico,
maravilhoso ou absurdo) tendo travado conhecimento com as obras de escritores como
Jorge Luís Borges, Felisberto Hernandez, Julio Cortazar, Augusto Roa Bastos,
Mario Vargas Llosa, Ciro Alegria, José Maria Arguedas, César Vallejo, Alejo
Carpentier, Nicolas Guillen, Octavio Paz, Juan Ruflo, Carlos Fuentes, Miguel
Ángel Astúrias, Juan Carlos Onetti, além de Gabriel García Márquez.
Com a anistia voltou ao Brasil, depois de alguns anos
de dificuldade para sobreviver, passou a dedicar-se a literatura, consolidado
essa decisão, ao voltar à Bahia, em 1991, passando a residir em Valença. Hoje é
membro da Academia de Letras do Recôncavo – ALER –, sócio fundador e segundo
presidente da Academia Valenciana de Educação, Letras e Artes – AVELA –, além
de membro titular do Conselho Estadual de Cultura – CEC – quadriênio 2006/2011.
Em 2010, foi um dos organizadores do I Encontro de Academias de Letras da
Bahia, tendo sido eleito o primeiro presidente do Fórum Permanente de Academias
do Estado, criado naquela ocasião.
É autor de seguintes livros:
Valença – Memória de uma cidade – História;
Nascimento de uma cidade: Teixeira de Freitas –
Reportagem histórica;
No ano de 2004 ganhou o prêmio principal do concurso
do Banco Real “Talentos da Maturidade, com o conto “Os Mortos”. Escreve na
página eletrônica do jornalista Fausto Wolff, www.olobo.net e mantém o diário http://arakenvaz.blogspot.com
e teve um conto seu, “O Jegue” publicado pela revista eletrônica do Rio Grande
do Sul, www.bestiário.com.br
é ainda autor dos seguintes livros:
Todas as Estações – Segundo Livro – participação na antologia
de contos, editora da Fundação Peirópolis, São Paulo, SP;
Crônica de uma Família Sertaneja, romance, publicado
pela Superintendência de Cultura, Secretaria de Turismo e Cultura do Estado da
Bahia (I Tomo da sua Trilogia Sertaneja);
Valenciando – I Antologia (organizou e participou) de
escritores de Valença: livro publicado pela Superintendência de Cultura,
Secretaria de Turismo e Cultura do Estado da Bahia;
Rio de Letras – II Antologia (organizou e participou)
de escritores de Valença: livro publicado pela Superintendência de Cultura,
Secretaria de Turismo e Cultura do Estado da Bahia;
Trívio, coleção de crônicas parta da Antologia
publicada com mais dois amigos;
Saga de um Menino do Sertão – romance (II Tomo da
Trilogia Sertaneja), recentemente publicado;
Acalanto Tardio – Infanto-juvenil;
Crônicas das Prisões e do Exílio – Memórias, a ser
publicada com o apoio da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia;
Pargo e outras histórias – contos, coletânea de
organizada e publicada pelo autor;
Alguns Relatos I – crônicas, no prelo;
Alguns Relatos II – crônicas, no prelo;
Quase Ensaios II – literatura e História –, no prelo;
Morte em Valença e outras histórias do sertão (III
Tomo da Trilogia Sertaneja);
O Sargento na História do Brasil – memórias/ensaios;
Cinema – Noir¸Westerns,
Neo Realismo – e Literatura – Maravilhoso, Mágico, Fantástico e Absurdo –
ensaios.
Trilogia “Memorial da Angústia”, composta de: Sonata
em Dor Maior, Em Busca do Esquecimento e Por Causa de Lucía – Romances;
Quem Matou a Garota do Outdoor – Policial;
O Crime das Ligas – Policial;
Morte ao Entardecer – Policial;
A Gramática do Crime – Policial
A novela policial “Quem Matou a Garota do Outdoor” foi
adaptada para cinema por Carlos Nascibendi, diretor de São Paulo;
O Tupi Nosso de Cada Dia – Estudo sobre a presença do
idioma indígena no português falado no Brasil, com promessa de publicação da
Secretaria de Cultura da Bahia.
Publica periodicamente crônicas ou contos na Revista
da União Brasileira de Escritores – Rio de Janeiro – na Revista da Academia de
Letra do Recôncavo – ALER –, recentemente publicou artigo “Brizola, os Sargentos
e a Luta Armada”, na revista “História & Luta de Classes”, ano 6, nº 10,
nov. 2010.
Vaz Galvão foi agraciado com o título de professor honoris causa, por notório saber, pela
Faculdade de Ciências Educacionais – FACE – Valença, BA; tem ainda proferido
palestras em várias cidades da Bahia, inclusive no Rio de Janeiro, sobre temas
relacionados com cultura e arte; colaborado também em vários jornais locais.
Atualmente trabalha no projeto visando a criação de
uma Fundação particular onde colocará seu acervo de quase 1.500 livros, quatro
mil recortes de jornais, sobre os mais variados temas, uma coleção de revistas
de vários tipos (ainda não catalogadas) e sua coleção de música clássica, de
MPB e de filmes (DVD), além de um Banco de Dados eletrônico, com mais de mil verbetes sobre temas variados.
Vaz Galvão, com a ajuda de outros amigos, realizou um
trabalho de publicação de livros, em Valença, possivelmente sem precedentes (e
similares) na Bahia e, talvez, em todo o Brasil, pois em um espaço de sete
anos, em uma cidade de porte médio (atualmente está com 100 mil habitantes),
por movimentar pessoas com talento para escrever, incentivando-os e os reunindo
– no veio depois resultar a fundação da Academia de Letras de Valença –, em um
grupo literário compacto, resultando na publicação – por influência direta e
indireta – de mais de 40 títulos, entre romances, poesia, livros de contos, de
crônicas, de História e de cultura popular, ensaios, livros de jovens
escritores, etc. Esta atividade é a que Vaz Galvão mais se orgulha.
Informações fornecidas pelo autor.
Por favor,quero fazer a arvore geneológica da familia e o Araken pode me ajudar...Muito obrigada!Deus te abençoe!Grata. Marialva Vaz email-marialvavaz@gmail.com
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