"A beleza de um corpo nu só a sentem as raças vestidas" - isso é frase do Fernando Pessoa, que associo pra falar da gente, sentada agora em frente ao computador, vendo as fotografias do Spencer Tunick.
Excelente ele chamar de "instalações" as fotos que dirige: aglomerados de pessoas nuas nas mais variadas paisagens, usando o corpo como escultura.
Não chega a bater no erótico, mas no impacto da naturalidade mesmo - em outras palavras, não se diria, antigamente, que uma falta de roupa causaria o furor que causa hoje em dia…
Já foi preso 5 vezes. Número irrisório perto dos milhares de voluntários que já reuniu para suas instalações grupais. Quer dizer, em Nova Iorque ele ainda é persona non grata e não fotografa há mais de 10 anos, mas fora de lá não tem muito esse problema.
Divididos entre espaços urbanos, interiores, adornos e na natureza selvagem, Tunick tem excelentes ensaios no México, Sydney, Dusseldorf, Amsterdam...
No Brasil, em 2002, Tunick foi selecionado para a 25ª Bienal de São Paulo e deixou todo mundo nu, deitados no escritório do Pavilhão Ciccillo Matarazzo no Parque do Ibirapuera. Ninguém pareceu muito incomodado.
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