segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

PONTO SEM RETORNO

 Ficheiro:Praia do Forte-BA.jpg
No desenvolver da sociedade muitos trajetos podem / foram traçados e seguidos. Como na física, engenharias etc às vezes um trajeto tem o “point of no return”, o ponto em que, a partir dali, não podemos voltar, por exemplo no event horizon nos buracos negros. Acredito que haja diversos pontos destes nas possibilidades de trajetórias das diversas sociedades... opoint of no return em direção à utopia ou à distopia. Quais seriam estes? Como podemos percebê-los? Bom, lá vamos nós com meu acredito novamente.. Acredito que quando, tanto um governo quanto o governado são cumplices de maus feitos, este é o sinal do point of no return rumo à distopia. Hoje tive um dia incrível; nadei, consegui surfar com minha amiga algumas poucas ondas (estamos aprendendo), fiz companhia aos meus pais, conheci pessoas novas, enfim, um dia divertido. Ao anoitecer, tudo seguiu o mesmo rumo, tudo ótimo, tudo maravilhoso. Seriam 24 horas quase perfeitas se não fosse aos últimos 20 minutos desta noite.
Sou um cidadão chato, daqueles que pega o lixo dos outros da calçada e põe no lugar certo, que dá a seta, que acha que o sistema funciona, essa ladainha toda... Hoje estava na praia, ao lado de dois condomínios na praia do forte, quando fui abordado de uma maneira grosseira, rude, desproporcionalmente agressiva ativamente por dois policiais, seguidos de outros dois. Estava no meu celular, pensando na vida, contemplando o mar e a noite, ao lado de um amigo quando dois policiais chegaram pela praia em surdina, segurando seus revolveres, nos ordenando a por a mão atrás da cabeça e abrir as pernas. Fiz tudo isto, claro, afinal eles estavam fazendo o seu dever de proteger os espaços públicos, mas houve necessidade de portar a arma em punho apontando-as para minhas pernas? Segundo o “Protocolo Operacional Padrão”, a bíblia de abordagens dos PMs, o policial só pode estar com a arma em punho se o suspeito “apresentar ameaça direta ao policial”. Gente, eu estava de baixo de um holofote do condomínio vizinho, mexendo no whatsapp, rindo, conversando, que ameaça idiota que eu seria?  Enfim. O policial não satisfeito em quebrar de cara o Protocolo Operacional Padrão, ele esmigalhou o resto da dignidade da corporação quando ele chutou ambas as minhas canelas, negou a identificarem-se, me expôs ao ridículo, ordenou-me a não olhar para seu rosto (nesta hora fiquei assustado, afinal, por que um policial não iria querer a identidade dele associada à aquele ato? Sugestivo...) e por fim me revistou mexendo “naquelas partes”.  Não há nada pior do que ser um defensor do correto, ser vítima do errado, e em sua vulnerabilidade, aceitar secamente o cenário.
Claro que os policias não acharam nada, nem ousaram implantar nada (logo deixei claro meu singelo conhecimento pedindo para ele seguir o POP), liguei para meu pai ao sermos “liberados” para saber como proceder corretamente. As informações que recebi foram sobre o percurso mais rápido dali até a minha casa, “Leonardo, volte para casa imediatamente”. Cheguei em casa depois de duas breves discussões com meu pai pelo celular, pois eu queria ir na polícia militar colher os nomes dos policiais envolvidos para denunciar frente a corregedoria, já que isto, em minha humilde opinião, é o certo a fazer. Fui escoriado. Mas que droga é essa? Hello!!! Quem é a vítima aqui? Quem fez o errado? Eu estava em um local público, iluminado, acompanhado, não estava fazendo absolutamente NADA de errado, fui vítima de um abuso de poder, meu ímpeto de fazer o certo foi reprimido pelo meu pai e para terminar a história com chave de ouro, minha mãe ficou insinuando que eu estava fazendo algo de errado, fumando cannabis etc. Meus pais, os quem deveriam ser símbolo do correto e puro, diretamente ou não, estavam protegendo os policiais errados! Meu deus! O que houve de uma geração para trás para a minha ser tão diferente? Por que eu defendo meus direitos e meus pais vendem os deles? Estou chocado ao ver quem deveria ser herói, apaziguar e não lutar. Se isto piorar, acho que vamos ter passado do limite de volta, do “point of no return” rumo à distopia. Desde o descobrimento deste país, o povo uniu-se para lutar em prol da liberdade, independência, e hoje (espero) pela ordem e progresso... Se apaziguar fosse moda, seriamos até hoje colônia de Portugal. Se os EUA apaziguassem em 1939, a Europa seria chamada de Germânia e até hoje comandada por Hitler e o NSDAP (o partido nazista do dito cujo). Se a índia apaziguasse em 1947, ainda seria comandada pela Grã-Bretanha. Se há poucos anos atrás a Líbia apaziguasse, ainda estaria nas mão do Ditador Muammar Gaddafi. E se nós apaziguássemos hoje... qual seria o resultado? Apaziguar nunca deu retorno ao apaziguador, apenas álibi para o malfeitor, e em decorrência desta (falta de) ação haverá só remorso. Não fiquem calados, façam o certo. Há proliferação do mal e errado nas sombras da omissão do bem e correto.
Só um desabafo...
Leonardo Leony
Universidade Feevale
Acadêmico de Ciências Biomédicas e Pesquisa
Pró Reitoria de Pesquisa e Inovação
Grupo de pesquisa em Saúde Humana e Ambiente
+55 (71) 8119 7309
+55 (51) 3065 7309
ERS-239, 2755
Novo Hamburgo, RS
CEP 93352-000
leonardoleony@feevale.br

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