Divulgada lista de desapropriações para revitalização do Centro Antigo
Como parte de um amplo projeto de reabilitação do Centro Antigo lançado esta semana e que inclui a reforma de 23 monumentos e melhoria em ruas, o governo do estado declarou de utilidade pública mais de 150 casarões na região, que serão desapropriados e se juntarão a cerca de 170 endereços do poder estadual que passarão por reforma.
A lista dos imóveis foi publicada na quinta-feira, no Diário Oficial do Estado. O CORREIO foi a endereços e viu que na lista há imóveis abandonados, semiabandonados e até alguns ocupados por famílias ou estabelecimentos comerciais. São lojas de empréstimos, de confecções, de produtos importados e até filial de uma rede de óticas, que utilizam parte ou todo o prédio. Os proprietários ou inquilinos garantem sequer terem sido notificados.
Na Rua Conselheiro Lafayete, onde oito imóveis serão desapropriados, o cenário mescla imóveis ocupados e abandonados. A papelaria Água Bela ocupa os edifícios 5 e 7, no térreo e no primeiro andar. Há outros dois andares desocupados.
Ao lado, um restaurante que fechou, segundo comerciantes, há mais de dois anos, dá sinais de abandono. Na rua, uma bomboniere está para ser aberta no prédio de número 1, que está na listas. É também na Lafayete que é possível ver obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dois edifícios estão passando por estabilização.
Na Rua do Guindaste dos Padres, com 17 casarões na lista, a maioria não tem número. Alguns imóveis estão claramente abandonados, com vegetação crescendo no interior, portas e janelas cimentadas e grades enferrujadas, mas alguns dão sinal de atividade.
No número 5 funciona uma loja de roupas no andar térreo e a fábrica nos andares superiores. Já o número 3 serve de abrigo para antigos moradores de rua. Segundo um deles, Gideon Brito, 43 anos, mais de 30 pessoas moram no local. “Cada um tem seu quarto, já tem uns 5 anos isso. Vim com minha esposa e meus dois filhos porque antes morava na rua, mas o dono nunca apareceu”, disse.
Gideon conta que o prédio possui energia elétrica e água encanada e eles dividem o valor das contas. “Aqui é tudo certo, não tem um chefão que manda, mas tem regras. Não pode usar drogas, nem entrar gente estranha”, ressaltou. Ele trabalha tomando conta dos carros que estacionam na região.
Recordista
A Avenida J.J. Seabra (Baixa dos Sapateiros) é a que tem mais imóveis na lista de desapropriações (27). Inquilino há três anos do prédio de número 34 e com um contrato de mais três anos vigente, Francisco Alves Siqueira, 62 anos, elogia o projeto de renovação.
“Tem prédio abandonado, que só é usado para consumo de drogas. Tem outros ameaçando a parede cair, acho que a tendência é melhorar se o governo investir, mas também não pode pensar só nos imóveis e esquecer o resto, essas calçadas daqui, olha (aponta muitos buracos nas pedras portuguesas), estão abandonadas”, diz Siqueira, responsável pelo Lojão 34, que vende roupas. Ele diz que pretende continuar no local.
Venda
A Rua Santos Dumont, no Comércio, tem 11 imóveis na lista. O casarão de número 7 abriga um depósito para comerciantes. Segundo funcionários, o proprietário é um francês.
“Está com uma placa de venda há muito tempo, mas quem é que quer?”, comentou um funcionário, se referindo à estrutura precária do local.
O edifício no nº 01 da Rua Conselheiro Dantas, no Comércio, também está à venda. O prédio tem cinco andares e está à venda por R$ 900 mil. Atualmente, apenas uma loja no térreo está alugada. Os demais andares estão vazios.
Marco Antônio Pinho Bastos, filho do dono do imóvel, Roberto Bastos, disse que não recebeu notificação da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), nem sabia da desapropriação. “É ruim, é péssimo. A gente está aqui já nesse sofrimento, nesse comércio. O prédio está à venda há mais de cinco anos, sempre tem proposta, mas o governo tombou como patrimônio histórico. O governo vai dar indenização, com certeza vai jogar lá pra baixo”, disse.
A restauração dos imóveis, bem como as indenizações dos proprietários serão feitas pela Conder. Procurado sobre o prazo para o processo de desapropriação, o órgão informou, por meio de assessoria, que pretende “fazer o maior número possível de desapropriações amigáveis, o que ocasionará num tempo mais curto para que as desapropriações sejam concluídas”. Sobre os valores, afirmo que as indenizações terão “valores considerados justos pelo expropriante”. Colaborou Natália Falcón.
Na Rua Conselheiro Lafayete, onde oito imóveis serão desapropriados, o cenário mescla imóveis ocupados e abandonados. A papelaria Água Bela ocupa os edifícios 5 e 7, no térreo e no primeiro andar. Há outros dois andares desocupados.
Ao lado, um restaurante que fechou, segundo comerciantes, há mais de dois anos, dá sinais de abandono. Na rua, uma bomboniere está para ser aberta no prédio de número 1, que está na listas. É também na Lafayete que é possível ver obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dois edifícios estão passando por estabilização.
Na Rua do Guindaste dos Padres, com 17 casarões na lista, a maioria não tem número. Alguns imóveis estão claramente abandonados, com vegetação crescendo no interior, portas e janelas cimentadas e grades enferrujadas, mas alguns dão sinal de atividade.
No número 5 funciona uma loja de roupas no andar térreo e a fábrica nos andares superiores. Já o número 3 serve de abrigo para antigos moradores de rua. Segundo um deles, Gideon Brito, 43 anos, mais de 30 pessoas moram no local. “Cada um tem seu quarto, já tem uns 5 anos isso. Vim com minha esposa e meus dois filhos porque antes morava na rua, mas o dono nunca apareceu”, disse.
Gideon conta que o prédio possui energia elétrica e água encanada e eles dividem o valor das contas. “Aqui é tudo certo, não tem um chefão que manda, mas tem regras. Não pode usar drogas, nem entrar gente estranha”, ressaltou. Ele trabalha tomando conta dos carros que estacionam na região.
Recordista
A Avenida J.J. Seabra (Baixa dos Sapateiros) é a que tem mais imóveis na lista de desapropriações (27). Inquilino há três anos do prédio de número 34 e com um contrato de mais três anos vigente, Francisco Alves Siqueira, 62 anos, elogia o projeto de renovação.
“Tem prédio abandonado, que só é usado para consumo de drogas. Tem outros ameaçando a parede cair, acho que a tendência é melhorar se o governo investir, mas também não pode pensar só nos imóveis e esquecer o resto, essas calçadas daqui, olha (aponta muitos buracos nas pedras portuguesas), estão abandonadas”, diz Siqueira, responsável pelo Lojão 34, que vende roupas. Ele diz que pretende continuar no local.
Venda
A Rua Santos Dumont, no Comércio, tem 11 imóveis na lista. O casarão de número 7 abriga um depósito para comerciantes. Segundo funcionários, o proprietário é um francês.
“Está com uma placa de venda há muito tempo, mas quem é que quer?”, comentou um funcionário, se referindo à estrutura precária do local.
O edifício no nº 01 da Rua Conselheiro Dantas, no Comércio, também está à venda. O prédio tem cinco andares e está à venda por R$ 900 mil. Atualmente, apenas uma loja no térreo está alugada. Os demais andares estão vazios.
Marco Antônio Pinho Bastos, filho do dono do imóvel, Roberto Bastos, disse que não recebeu notificação da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), nem sabia da desapropriação. “É ruim, é péssimo. A gente está aqui já nesse sofrimento, nesse comércio. O prédio está à venda há mais de cinco anos, sempre tem proposta, mas o governo tombou como patrimônio histórico. O governo vai dar indenização, com certeza vai jogar lá pra baixo”, disse.
A restauração dos imóveis, bem como as indenizações dos proprietários serão feitas pela Conder. Procurado sobre o prazo para o processo de desapropriação, o órgão informou, por meio de assessoria, que pretende “fazer o maior número possível de desapropriações amigáveis, o que ocasionará num tempo mais curto para que as desapropriações sejam concluídas”. Sobre os valores, afirmo que as indenizações terão “valores considerados justos pelo expropriante”. Colaborou Natália Falcón.
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