Marcos A. P. Ribeiro
Cheguei a Buenos Aires num fim de uma tarde chuvosa, cinzenta e fria: hora do rush na capital portenha.
Contratara um remíss (carro alugado com chofer, no jargão do Rio da Prata) para o trajeto entre o aeroporto e o hotel.
Um jovem bem-apessoado, com blazer e mochila, estava me esperando na saída de passageiros, com um cartaz: Marcos Ribeiro.
Identifiquei-me e ele prontamente telefonou para o remíss, que, entretanto, levou alguns minutos para chegar até o ponto onde eu deveria embarcar.
Nesse tempo, naturalmente, conversamos.
(Eu estava vestido formalmente: botas de camurça, calça de veludo marrom, suéter azul-marinho e sobretudo de lã negro.)
Ele perguntou:
- O senhor vem Buenos Aires a trabalho ou a passeio?
- A passeio.
Ele me olhou de cima a baixo e disse:
- Não parece.
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