JORNAL A TARDE DEMITE 81...

... MAIS DE 20 SÃO JORNALISTAS

Publicado em: 23 de julho de 2012

O jornal A Tarde vive uma crise econômica em pleno centenário: demitiu 81 funcionários na semana passada.

Os cortes atingiram inclusive sucursais no interior.

Em Itabuna, a repórter Ana Cristina Oliveira, com 25 anos na empresa, foi demitida. A Tarde manteve o jornalista e fotografo Joa Souza na sucursal da cidade.

Já a sucursal de Vitória da Conquista foi fechada.

O jornal diz que as demissões buscam garantir competitividade à empresa. Dos 81 demitidos, mais de 20 são jornalistas.

Os trabalhadores do Jornal A Tarde que enfrentaram o processo de demissão em massa instalado no dia 12 de julho totalizam 53 nomes, com cerca de 21 jornalistas. Dos 81 inicialmente anunciados, parte está em férias ou em licença médica. Os outros trabalhadores envolvidos na questão são gráficos ou pertencem ao administrativo. A direção do Jornal alegou condição financeira precária. Os sindicatos não foram chamados para participar da escolha dos nomes a serem demitidos, o que deveria ser feito de acordo com uma súmula do TST. A presidente do Sinjorba, Marjorie Moura, disse que não houve negociação das demissões. “Os trabalhadores seriam demitidos e se não houvesse parcelamento eles teriam que ir para a justiça”, declarou.

No dia seguinte às demissões, no final da assembleia dos trabalhadores do jornal, eles pediram a intermediação do MPT (Ministério Público do Trabalho). A primeira reunião com o órgão foi no dia 16 de julho e ele pediu que os trabalhadores negociassem. No dia 17 foi assinado o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) sobre a definição do parcelamento. Serão pagas verbas homologatórias, mais multa de 40% e Banco de Horas. A primeira parcela será paga na próxima semana. Foi definida a aplicação da multa do artigo 457 da CLT. A assinatura dos acordos coletivos do Sadejorba foi feita no dia 17 de julho. O do Sinjorba será discutido em assembleia no dia 20 de julho para ser assinado na semana que vem.

Considerando que o mercado de trabalho na área da comunicação está sobrecarregado, em Salvador, poderá ser complicada a recolocação dessas pessoas, especialmente devido à precarização enfrentada atualmente. Para Marjorie Moura, o Jornal A Tarde sempre foi o melhor pagador. “No dia 1º de agosto assume um novo gestor e esperamos que seja uma gestão profissional, que saiba tratar do negócio jornal, o que não tem sido feito”, afirmou.

É possível que aumente o trabalho para cada jornalista, agora que a empresa vai dispor de menos profissionais. A procuradora que está a frente do caso será contatada para que seja verificada a possiblidade de entrar com uma Ação Civil Pública contra o Jornal A Tarde ou a assinatura de um novo TAC, caso seja comprovado que não há um planejamento que impeça a exploração dos trabalhadores.

Matéria de Alessandra Aquino