quinta-feira, 8 de março de 2012

EXCEPCIONAL FILME IRANIANO

QUEM GOSTA DE BOM CINEMA NÃO PODE PERDER "A SEPARAÇÃO" O FILME IRANIANO QUE RECEBEU UM OSCAR EM HOLLYWOOD ESTE ANO!




O mérito de A separação, dirigido por Asgar Farhadi (À procura de Elly), está nas sutilezas e em representar as tensões de um país através da intimidade de duas famílias. Ambientado em Teerã, o filme trata de um impasse entre Simin (Leila Hatami), que quer sair do país para proporcionar mais oportunidades à filha Temeh (Sarina Farhadi). Seu marido, Nader (Peyman Moadi), concorda, mas não pode acompanhá-la, pois seu pai está doente. Em busca do divórcio, eles procuram o tribunal.
A tomada de posição é requisitada já antes dos créditos, em cena em que o casal discute o divórcio. De frente para o casal, a câmera está fixada (e nos coloca) no lugar do juiz. Sem a esposa em casa, Nader contrata Razieh (Sareh Bayat) para cuidar do pai, que sofre do mal de Alzheimer. Grávida, Razieh só anda de burca e liga para o disque-Alcorão quando fica em dúvida sobre a conduta, como, por exemplo, se é permitido trocar as calças molhadas do pai de Nader. Um acidente coloca a sua família em conflito com a de Nader e expõe as peculiaridades de uma nação islâmica.
O Oscar para A separação pode parecer conveniente para os interesses ocidentais na assim chamada primavera árabe. Se o filme tem méritos artísticos e afinidades o suficiente com o cinema hollywoodiano, razões geopolíticas não faltaram para que ele recebesse a estatueta. No entanto, apesar de conter criticas ao aparentemente inabalável regime iraniano, o filme foi rodado sob sua autorização. Uma contradição e tanto para um país supostamente radical.
Por André Di, do Diario de Pernambuco


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