Queda de fachada acende alerta
de novos acidentes
Parte da sacada de um antigo prédio situado no bairro do Comércio desmoronou, na última quarta-feira, deixando duas pessoas feridas. A construção foi interditada, no mesmo dia, pela Defesa Civil de Salvador (Codesal).
Mariana de Souza Almeida, ferida no acidente, foi socorrida por uma ambulância do Samu. A outra vítima, um homem não identificado, foi socorrida por uma viatura da Polícia Militar.
Além da Codesal, engenheiros da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) visitaram o local na manhã desta quinta-feira, 14.
Eles identificaram outros pontos, no mesmo edifício, que oferecem novos riscos de desabamento.
De acordo com o coordenador técnico da superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na Bahia, Bruno Tavares, o imóvel já havia sido objeto de inspeção do órgão, que notificou os donos sobre a necessidade de realizar reparos necessários no prédio.
Vistoria
"Após a ocorrência do acidente de ontem [quarta-feira], o Iphan realizou vistoria no imóvel e irá definir as medidas a serem adotadas em conjunto com a Defesa Civil do município e a Sucom [Secretaria Municipal de Urbanismo]. Uma delas será a retirada de elementos decorativos que se encontram na fachada e que trazem algum risco", pontuou Tavares.
Ele informou, ainda, que o prédio não é propriedade do Iphan. A equipe de reportagem apurou que o imóvel pertenceria à administradora que gerencia o passivo do Grupo Imocom, em Salvador. Mas, ao contatar a administradora, até o fechamento desta edição, A TARDE não obteve resposta.
Comerciantes locais declararam que o medo de que ocorram outros acidentes é grande. "Não é a primeira vez que parte desse prédio cai. Outras pessoas já se machucaram. A construção ao lado também está condenada, o risco aqui é iminente", disse o comerciante Enéias Lopes.
Degradação
A equipe do A TARDE visitou o local do acidente, bem como a redondeza, a fim de identificar outros possíveis imóveis degradados. Na região, pelo menos 22 prédios estão em situação similar.
"O abandono e a falta de cuidado com os imóveis por parte dos proprietários podem resultar na aplicação de multas e ingresso de ações judiciais para a recuperação. Por estar em área tombada, a autarquia deve fiscalizar as intervenções realizadas nele e seu estado de conservação", explica Tavares.
Ele também esclareceu que, somando os conjuntos do Centro Histórico e do Comércio, há aproximadamente dois mil imóveis.
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