sexta-feira, 6 de março de 2015

ODEBRECHT... QUEM DIRIA?



 

Escritório da Odebrecht em São Paulo (Foto: Zeh Campos)

ODEBRECHT É CITADA NA ITÁLIA EM CASO DE CORRUPÇÃO

A EMPRESA BRASILEIRA É SUSPEITA DE TER PAGO SUBORNOS, POR MEIO DE UM EMPRESÁRIO ITALIANO, PARA GARANTIR CONTRATOS

A Odebrecht é citada em um caso de corrupção, sob investigação na Procuradoria Antimáfia, na Itália, envolvendo o pagamento de propinas no Panamá. A empresa brasileira é suspeita de ter pago subornos, por meio de um empresário italiano, para garantir contratos no país da América Central, principalmente no que se refere às obras do metrô. A empresa foi citada na corte de Nápoles e apresentada como parte do processo.

O centro da investigação é o italiano Valter Lavitola - que está preso no país europeu sob a acusação de extorsão. Lavitola passou a ser investigado pela Procuradoria Antimáfia por suas ligações com o crime organizado. O empresário foi um dos principais aliados do ex-premiê Silvio Berlusconi em negócios com empresas italianas em várias partes do mundo, incluindo o Brasil.

Numa carta de dezembro de 2011 endereçada a Berlusconi, Lavitola fez ameaças ao ex-líder político italiano e revelou a relação entre os dois. O documento foi usado como base do processo que condenou Lavitola à prisão por tentar extorquir Berlusconi em 5 milhões. As autoridades italianas estão convencidas de que Lavitola guarda "importantes segredos" em relação ao ex-primeiro-ministro.
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Conexão Brasil
O italiano morou no Brasil - em 2008, obteve um visto de residência. Documentos do Banco Central obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo revelam, por exemplo, que Lavitola estava registrado no órgão e chegou a ter importações financiadas. Mas Lavitola também mantinha negócios no Panamá e, na audiência realizada em novembro na Corte de Nápoles sobre seu envolvimento, o Ministério Público italiano revelou a existência da suspeita de ligação entre o empresário, a Odebrecht e o ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli.

O metrô é a segunda maior obra do país, superada apenas pela reforma e ampliação do Canal do Panamá, e a Odebrecht venceu a licitação em julho de 2010 ao lado da empresa FCC, da Espanha. Em sua apresentação diante da Corte de Nápoles, em novembro, o procurador italiano Vincenzo Piscitelli indicou que Lavitola "exerceu um canal corruptivo no Brasil" e que ele teria sido o mediador dos interesses da Odebrecht no Panamá.

O que chamou a atenção do procurador foi a forma pela qual a Odebrecht venceu o contrato do metrô, com um valor superior ao que havia sido oferecido por um concorrente. "Que o projeto era melhor, não acredito", disse Piscitelli à corte. "Martinelli preferiu o brasileiro. Quem sabe o que ele conseguiu com isso?", questionou. O procurador ainda citou que, pelas mãos de Lavitola, cerca de US$ 850 milhões circularam em propinas para obras no Panamá. Cerca de um terço desse valor teria sido pago por conta do metrô.
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Ao final da sessão, Piscitelli ainda entregou aos juízes italianos cópias de artigos de imprensa e documentos apontando para o envolvimento da Odebrecht com a Petrobrás, investigada na Operação Lava Jato. Essa não é a primeira vez que a Odebrecht é citada em operações sob investigação com conexões no Panamá. Em sua delação premiada, o ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobrás, Pedro Barusco, afirmou à Polícia Federal que a construtora depositou parte de propinas em contas no Panamá.

Entre maio e setembro de 2009, ele indicou que a Odebrecht transferiu US$ 916.697,00 para uma conta da empresa offshore Constructora Internacional del Sur. Dali, o dinheiro depois seguiu para Barusco. A Odebrecht nega qualquer tipo de envolvimento no caso da Lava Jato. Procurada pela reportagem, o grupo informou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que "desconhece qualquer investigação relacionada à obra do metrô do Panamá". Segundo nota enviada à redação, "o Consórcio Línea Uno, do qual a Odebrecht faz parte, disputou legitimamente a licitação de acordo com as regras do edital e obteve 917 pontos frente aos 708 do consórcio concorrente".
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O texto ainda destaca que "a Odebrecht cumpre rigorosamente as regras dos processos licitatórios e a legislação em todos os países onde atua"
($) e que a empresa "não fez qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer pessoa a título de ?comissão? sobre o contrato no Panamá".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
($) Incluindo Angola?

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