dimitri ganzelevitch
A filósofa Marilena Chauí
declarou recentemente: “... a classe média é uma abominação política,
porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta e é uma abominação
cognitiva porque é ignorante.". Como ela, docente aposentada, ainda recebe um modesto
salário de R$23 mil (por mês) é evidente que ela não faz parte da classe média,
mas dos privilegiados.
Isto é sem contar com os rendimentos da venda de seus livros, mesmo que
já tenha sido acusada de plágio. Mas já sabemos – eu, como vítima, mais de que ninguém
– que plágio não é vergonha. É esperteza.
Afinal, como definir esta massa informe que outros classificam como
classe média? Para o geralmente bem informado Google, a classe média é composta
de
“advogados, engenheiros,
professores, professores universitários, médicos etc. independente de quanto
ganha ou qual sua forma de lazer”. E mais: “são os maiores participantes
na cultura popular. Isto inclui a adaptação de imigrantes e estrangeiros em
determinada região aos costumes populares em troca de sua tradição nacional de
onde surgiu”.
A nova classe média brasileira – Ah! Estamos entrando em terreno movediço -
“representa mais de 50% da população. O crescimento desse segmento,
com renda familiar per capita mensal entre R$ 291,00 e R$ 1.019,00 (dados de
2012)”. O que mais me parece uma recuperação semântica dos governos
Lula/Dilma.
Então... Será que professores, médicos e engenheiros – que geralmente
ganham bem menos que a professora Marilena – são abomináveis sanguessugas da sociedade,
explorando miseravelmente os desfavorecidos, expulsando do paraíso os lavradores,
pescadores e operários?
Pois eu gosto, eu adoro a classe média. É ela que vai ao cinema, ao teatro,
sabe comer e incentiva as artes da gastronomia. É a classe média que compra nas
galerias, nas lojas de CDs e DVDs, nas livrarias e produz. Produz bens
essenciais ao quotidiano e ao sonho. Nos ensina e nos cura. Que vai a Chapada Diamantina e a Ouro
Preto. Que gasta tudo ou quase tudo aquilo que ela ganha. Que é o motor que
permite á sociedade, ao país de avançar.
E a professora Marilena, como será que ela gasta seus R$23 mil mensais? Doa para
as causas operárias e vive num cortiço?
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