domingo, 29 de março de 2015

MALDITA CLASSE MÉDIA!

dimitri ganzelevitch

A filósofa Marilena Chauí declarou recentemente: “... a classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta e é uma abominação cognitiva porque é ignorante.". Como ela, docente aposentada, ainda recebe um modesto salário de R$23 mil (por mês) é evidente que ela não faz parte da classe média, mas dos privilegiados.
Isto é sem contar com os rendimentos da venda de seus livros, mesmo que já tenha sido acusada de plágio. Mas já sabemos – eu, como vítima, mais de que ninguém – que plágio não é vergonha. É esperteza.

Afinal, como definir esta massa informe que outros classificam como classe média? Para o geralmente bem informado Google, a classe média é composta de
“advogados, engenheiros, professores, professores universitários, médicos etc. independente de quanto ganha ou qual sua forma de lazer”. E mais: “são os maiores participantes na cultura popular. Isto inclui a adaptação de imigrantes e estrangeiros em determinada região aos costumes populares em troca de sua tradição nacional de onde surgiu”.

A nova classe média brasileira – Ah! Estamos entrando em terreno movediço - representa mais de 50% da população. O crescimento desse segmento, com renda familiar per capita mensal entre R$ 291,00 e R$ 1.019,00 (dados de 2012)”. O que mais me parece uma recuperação semântica dos governos Lula/Dilma.

Então... Será que professores, médicos e engenheiros – que geralmente ganham bem menos que a professora Marilena – são abomináveis sanguessugas da sociedade, explorando miseravelmente os desfavorecidos, expulsando do paraíso os lavradores, pescadores e operários?

Pois eu gosto, eu adoro a classe média. É ela que vai ao cinema, ao teatro, sabe comer e incentiva as artes da gastronomia. É a classe média que compra nas galerias, nas lojas de CDs e DVDs, nas livrarias e produz. Produz bens essenciais ao quotidiano e ao sonho. Nos ensina e nos cura. Que vai a Chapada Diamantina e a Ouro Preto. Que gasta tudo ou quase tudo aquilo que ela ganha. Que é o motor que permite á sociedade, ao país de avançar.
E a professora Marilena, como será que ela gasta seus R$23 mil mensais? Doa para as causas operárias e vive num cortiço?


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