Desde já pedindo perdão pela insistência em falar repetidamente de um problema pessoal...
Um mês após ter mandado este texto para A Tarde que deveria te-lo publicado no sábado seguinte, ainda encontro mais obstáculos, Apos mais uma cobrança minha, acabo de receber da jornalista Luana Almeida - que, com certeza, não tem nenhuma culpa no assunto - um questionário que mais parece inquérito policial. Seguem os últimos capítulos desta novela, na qual sou, por enquanto, a vítima. Mas na verdade quem perde é a liberdade de expressão da imprensa.
DIMITRI = Tem hoje quase um mês que mandei um artigo ao jornal A Tarde reclamando da irresponsabilidade do plano de saúde Bradesco, atitude essa comum a praticamente todos os planos de saúde pelo país afora.
Senti logo a dificuldade em ver meu artigo publicado. Mexia com um tema da maior "sensibilidade". Bem que Jary Cardoso falou em ampliar a exposição do problema para elaboração e publicação do problema que, diga-se de passagem é da maior importância, podendo chegar a ser dramático.
No principio da semana passada a jornalista Luana Almeida chegou a me entrevistar por telefone e, no dia seguinte, mandou um fotógrafo para minha casa. Por infeliz coincidência o próprio fotógrafo está passando pelo mesmo drama com sua filha.
Mas não passou desta intenção.
Cada dia abro o jornal na esperança de ver, finalmente, uma matéria séria e ampla sobre tão grave problema... e nada.
Será tão absoluto o pode económico do Bradesco para estabelecer uma censura a imprensa quando a tal empresa é criticada?
Quem foi o autor do editorial "Repúdio a censura"?
Não bastava estar doente. Tenho que sofrer a impossibilidade de me defender pela única arma ao meu alcance: a informação.
Triste Bahia...
LUANA ALMEIDA = Estive em contato com a Bradesco Seguros para informar sobre o seu caso. O contato com a empresa foi necessário pois, para concluir a matéria, preciso de um posicionamento deles. Para que eles tenham acesso ao seu cadastro, preciso informá-los com os seus dados, com nome completo, número da carteira do plano e CPF. Além disso, me foi solicitado o nome dos médicos que você se consultou, a especialidade de cada um e o motivo pelo qual a consulta ou o procedimento não foi realizado. Também preciso saber se você já tentou falar com a central de atendimento do plano. Segundo a seguradora, só desse jeito é possível responder o que motivou a demora para o início do seu tratamento e os demais problemas que você enfrentou ao longo desses sete meses.
Luana Almeida
JORNAL A TARDE
DIMITRI = Me desculpe, Luana. Mas já se passou quase um mês desde que mandei minha matéria.
É evidente que o jornal não tenciona publicar.
Não vou me submeter a mais esta corrida de obstáculo. Estou doente e deprimido.
Dimitri
Alegando que este artigo/denúncia precisava de um direito de resposta da Bradesco, o jornal A Tarde recusou a publicação deste artigo na minha coluna quinzenal.
O editor considerou a possibilidade de ser publicado posteriormente, com defesa da Bradesco.
“Saúde Bradesco, preferencial, individual”
Ao marcar consulta, o sorriso da recepcionista vai minguando – dá para adivinhar até pelo telefone – e, com a última palavra, termina com freqüência no já esperado “Não atendemos”.
De preferencial meu plano nada tem. Preferencial é palavra oca, sem sentido.
Assinei em 1997 um contrato para o sossego de meus velhos dias. Estes já chegaram, mas de sossego nada. Tal um carro velho cujo motor apresenta defeitos, especialmente do lado do escape, resolvi enfrentar o problema comum à maioria dos homens.
A primeira consulta foi no Hospital Espanhol em 30 de julho de 2012. O primeiro comprimido de Casodex foi engolido em 22 de fevereiro de 2013. Sete meses gastos antes de iniciar o tratamento!
Durante sete meses fui jogado de consultório em clínica, de hospital em laboratório, desde Nazaré - o Hospital Santa Paciência manda “o material” ao laboratório Álvaro em Cascavel/Paraná, laboratório este que costuma perder as amostras ou devolver os resultados pela metade - até São Marcos, passando pela Barra, Campo Grande, Itaigara e novamente Nazaré, Barra etc.
Não tendo carro, fui sacudido por mil ônibus, gastei fortunas em taxi, esperei horas em salas mais gélidas que necrotério, lendo o equivalente ao acervo da Biblioteca Central. Enfermeiras memorizaram meu nome completo, me oferecendo até cafezinho.
Entretanto o câncer, já que é disso de que se trata, ignorou burocracias, domingos e feriados, avançando sem atropelo sua nefasta tarefa. Quem freqüenta hospitais não o faz por divertimento, a não ser hipocondríaco. É fragilizado não só física, mas também psicologicamente. Submetido a um verdadeiro calvário, entrará forçosamente em estado depressivo.
Acrescentando que pago R$886,47 mensais, nem por isso os R$476,00 do tal Casodex, parte do tratamento, me são reembolsados pelo plano de saúde Bradesco. E mais: apesar do Bradesco ser um dos patrocinadores do Santa Isabel, que fica perto de minha casa, não tenho direito a tratamento de radioterapia. Só obrigado a ir até o Hospital São Rafael.
De taxi, ida e volta, R$70,00 mínimo. De ônibus, mais de três horas incluindo engarrafamentos. Em compensação a mesma instituição patrocina grandes eventos, mesmo que algum venha, por mera rajada de vento, a matar um jovem e levar outros 20 ao hospital.
Não seria mais proveitoso investir “preferencialmente” no atendimento ao segurado?
REAÇÃO DOS LEITORES
Você diz bem, Dimitri: é um calvário por que passam os segurados de
planos de saúde. Eu acrescento: é uma injustiça, um desrespeito, a que
o ministério da saúde, manipulado politicamente pelo sistema
financeiro e quejandos, fecha os olhos. E dona Dilma ainda fala em
proteção aos necessitados. Hipocricia pura, para qualquer lado que nos
voltemos, este é o cenário melancólico. O jornal recusou porque está
citado lá o Bradesco, um dos potentados do nosso vergonhoso sistema
financeiro e também, como no caso, de saúde.
Tenha a minha solidadariedade.
Um abraço.
Florisvaldo Mattos
planos de saúde. Eu acrescento: é uma injustiça, um desrespeito, a que
o ministério da saúde, manipulado politicamente pelo sistema
financeiro e quejandos, fecha os olhos. E dona Dilma ainda fala em
proteção aos necessitados. Hipocricia pura, para qualquer lado que nos
voltemos, este é o cenário melancólico. O jornal recusou porque está
citado lá o Bradesco, um dos potentados do nosso vergonhoso sistema
financeiro e também, como no caso, de saúde.
Tenha a minha solidadariedade.
Um abraço.
Florisvaldo Mattos
Não é de estranhar a atitude de A Tarde porque a imprensa dificilmente publica algo contra seus bons anunciantes. Digo bons, no sentido de muito dinheiro. Imagine um balancete do Bradesco, que às vezes ocupa várias páginas!!! O maioral do Bradesco certamente ameaçaria veladamente a direção do jornal e, se fosse publicada sua carta, retiraria os anúncios e os publicaria em outro órgão da imprensa - Tribuna, Correio...
Você acha que a direção de A Tarde vai correr esse risco? Engana-se quem pensa que a "imprensa sadia" não tem suas regras próprias com relação aos seus interesses. Lamento, mas c'est la vie... Um abraço,
gilberto oliveira santos |
Prezado amigo,receba a minha solidariedade. O mais lamentável é que, um jornal como A Tarde,de grande repercussão, haja recusado publicar uma denúncia como esta, e logo você, que tem produzido brilhantes artigos neste mesmo jornal.Abraço
Carlos Neville |
E se seu artigo for publicado e não tiver uma boa justificativa e solução, escreverei para o Espaço do Leitor : "Como autêntica baiana, previno ao Bradesco que se algo de pior (não quero citar a palavra, pois doi demais) acontecer a Dimitri Ganzelevitch, a Cidade de Salvador entrará com um processo de Perdas e Danos que poderá custar todo o lucro da Empresa omissa." Um abraço e torço muito por você.
Léa Rios
Léa Rios
Minha solidariedade contra a censura e desejo que recupere prontamente a saúde! Insista na publicação!
Abraço amigo Luiz Mott
O Bradesco, caríssimo, é forte e é cliente, portanto... Fernando Vita
Sinto na pele o que você está passando. Minha esposa a muito que sofre com o descaso do famigerado plano!
Quem regula? Quem puni? Quem nos ouve? Ninguém!
Todos os ouvidos para o Bradesco, e para nós? CENSURA!
Meu caro amigo, conte aqui com a minha solidariedade!
Forte Abraço!
Urano Andrade!
Dimitri,
Me afiliei a PRO-TESTE e tive muito boas orientações inclusive sobre planos de saúde.
Veja se eles podem ti orientar neste mangue.
Ti desejo sucesso neste luta. Se cuide.
Abraço
Já estou divulgando o seu artigo para toda a minha mala direta pessoal e através do meu perfil no facebook.
Juntos somos fortes! Um abraço Hendrik Aquino
E, APESAR DE SEUS PÉSSIMOS SERVIÇOS, O BRADESCO TEM A ARROGÂNCIA DE ME MANDAR PELA INTERNET ESTA PROPAGANDA
Juntos somos fortes! Um abraço Hendrik Aquino
E, APESAR DE SEUS PÉSSIMOS SERVIÇOS, O BRADESCO TEM A ARROGÂNCIA DE ME MANDAR PELA INTERNET ESTA PROPAGANDA
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Caro Dimitri. Somente agora, lendo os textos
ResponderExcluirem tela,tomei conhecimento do assunto,com triste-
za e indignação. Receba minha total e absoluta solidariedade. Estou repassando o tema para con-
hecimento de amigos e parentes com pedido de re
passe. Um forte abraço e votos sinceros de êxi-
to nessa caminhada inglôria .
Climerio Andrade
Respeitável senhor Dimitri, o que nos revolta é o cinismo do falastrão,prepotente, enganador,mentiroso, populista Inácio Lulla Noronha da Silva que, vive "arrotando"que, a saúde neste roubado Brasil,"beira a perfeição" Desde 2003 deixei de ter orgulho por nascer no Brasil. Que DEUS proteja a sua saúde. Ivo R. S. Andrade
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