Paulo Ormindo de Azevedo
Tenho defendido como alternativa àpolemica Ponte
Salvador/Itaparica a construção de uma via litorânea abraçando a Baía de Todos
os Santos e que transformaria seu hinterland
no Reconvexo que Caetano vislumbrou. Via de custo muito menor que a ponte e com
ganhos socioeconômicos e culturais maiores por desenvolver o turismo e serviços
náuticosna baía e ilhas,revitalizar cidades históricas e integrar os polos
industriais e portos situados à sua margem. Estrada que reduzirá o acesso por
terra a Itaparica para 110 km, ou 1:20 hs. ede grande importância econômica,
por integrar o Copec, o Cia,o Porto de Aratu, o Temadre, a Relan, a estação de regaseificação
eos estaleiros de São Roque,ao invés do salto ornamental da ponte ou mergulho
na baía. Este sistema poderá se prolongaraté o oeste e o sul com a articulação
com a Ba-242, o Porto Sul e a ferroviaLeste-Oeste.
Estradaque será feita por etapas com a construção de três
pontes e implantação de uma linha férrea em sua faixa de domínio. Esta ultima
obra acabará com o gargalo ferroviário de Cachoeira. As três obras d’arte serão
nas fozes do Subaé e do Paraguaçu e no estreito de Itaparica. Destas três, a última,
de Itaparica,é no meu entender a mais urgente e mais fácil de realizar. Será
uma estrutura da extensão e altura daPonte do Funil, porque por ali só passam
barcos pesqueiros e de passeio, mas situada na outra extremidade da ilha, entre
a Estação Mocambo na ilha e a Ponta do Dendê, em Salinas das Margaridas.
Esta ponte reduzirá o atual acesso terrestre à ilha em 90
km e mais de uma hora em rodovias de trafego pesado e perigoso,quais sejam a BR-324
e a BR-101. Encurtará em 57 km o acesso via ferryboat,
que se supõe sanado, para os estaleiros de São Roque. Mas esta não é ainda a Envolvente
da Baia,porquefaltariam as outras duas pontes que irão encurtar radicalmente a
viagem. Ésim um roteiro de grande interesse turístico, pois integrará as
cidades históricas de Santo Amaro, Cachoeira, São Felix, Maragogipe, São Roque
e Itaparica e por extensão São Francisco do Conde e Nazaré.
Sabendo do asfaltamento recente da ligação Maragogipe-São
Roque-BA/001, aproveitei o Carnaval para curtir com a família o último engenho integral
de açúcar ainda existente no Recôncavo. Trata-se do Engenho de Baixo em terras
de Aratuipe, mas de acesso por Nazaré, de propriedade dos amigos José e Arilda
de Souza.O casal mantem o engenho com sua represa, cachoeira, roda d’água,
tachos, casa de farinha, engenho de dendê, curral e pastos e ainda um museu de
arte-decorativa dentro da casa-grande. Arilda e Zé não são apenas proprietários,
senão curadores deste parque natucultural, com licença do neologismo.
Mas a viagem para Nazaré pela nova estrada foi outro
espetáculo pelas paisagens do Rio Paraguaçu, Lagamar do Iguape e restos da Mata
Atlântica. Fiquei imaginando como aquela primeira ponte poderá aumentar a
permanência dos nossos turistas na RMS. Ela integrará um circuito de terra e
mar de grande interesse histórico-arquitetônico e artesanal, com as cerâmicas
de Coqueiros, Nagé e Maragogipinho e de patrimônio imaterial, com as festas
religiosas, sambas-de-roda, feiras de Santo Amaro, Cachoeira e Nazaré durante
todo o ano, carnaval de mascarados de Maragogipe e uma culinária de dar agua na
boca.
Numa segunda etapa serão construídas aspontes sobre o
Paraguaçu e Subaé, e aproveitasas ligações asfaltadas existentes, como a BA-522,
ligação BR-324 - São Francisco do Conde; rodovia BA-878, Santo Amaro - Bom
Jesus dos Pobres, e ligação Salinas das Margaridas à nova ponte de Itaparica.
A última fase dessas obras será a construção de uma rodo-ferrovia
ligeiramente afastada da costa de acesso às praias, já em parte ocupadas mas
outras ainda virgens. A primeira etapa desse sistema pode ser feita já e trará
desenvolvimento imediato para o Recôncavo e o turismo na RMS. Mas não quero me
alongar, pois estou me tornando um pregador no deserto. Com a palavra o Secretário
Leonelli.
A Bahia histórica, das ATAS, das lutas pela sonhada independência, dos antigos engenhos, canaviais, do Samba de Roda, Capoeira, Maculelê, Boa Morte, Bembé do Mercado, São Bartolomeu, Feira de Caxixís do Efó
ResponderExcluirManiçoba, Abará, Acarajé, no Recôncavo Negro das Cidades Primitivas, Marítimas ou Fluviais,
Valorizar e Revitalizar JÁ!