segunda-feira, 22 de abril de 2013

SOBRE AZULEJOS


 

Em 1998, fiz a proposta ao então diretor do Museu de Arte Sacra, Eugênio d´Ávila Lins, de organizarmos uma “Semana Internacional do Azulejo”. Sugestão aceita de imediato. Começamos a convidar historiadores de vários países, todos tendo o azulejo como elo de pesquisa.

A pouco tempo do início da estruturação do projeto, a diretora do Museu da Arte da Bahia, Sílvia Athayde, se mostrou interessada em participar da empreitada, colaboração recebida com entusiasmo. Assim conseguimos juntar uma banca significativa de nomes respeitáveis vindos do México, Espanha, Portugal e Marrocos. Sem esquecer, é claro, os mais conceituados estudiosos brasileiros, Dora Alcântara e Pedro Moacir Maia entre eles.

Foi, com certeza, uma boa forma de colocarmos a Bahia no roteiro da Inteligência e da Memória, longe das mulatas de fio dental, praia, coqueiros, axé music, futebol e cerveja estupidamente gelada.

Em conseqüência da excelente repercussão desse encontro, proponho agora realizarmos um segundo encontro nos mesmos moldes, focalizando maior participação latino-americana ao convidar representantes da Argentina, Uruguai e Colômbia e também de países essenciais à história do quadradinho de cerâmica como Turquia e Holanda. Um representante do Museu do Azulejo de Lisboa, restauradores e artistas ceramistas contemporâneos, completariam um belo leque de trabalho.


Mais uma vez coloco-me à disposição da entidade que estaria interessada em realizar tão significativo evento. Precisamos dar merecido destaque a uma arte que nos singulariza ao mesmo tempo em que nos une historicamente, tanto a cultura européia quanto a cultura árabe. Assim talvez possamos convencer as autoridades a olhar para o azulejo como algo da maior relevância para nossa identidade, em vez do absurdo abandono em que se encontra o patrimônio azulejar da Bahia. Deprimente é passear pela cidade e, mais ainda, pelo Recôncavo e constatar que boa parte do acervo desapareceu totalmente, sem que órgão nenhum tenha manifestado a mínima preocupação.

Correndo o risco de cansar meus eventuais leitores, voltarei a escrever sobre tão importante assunto.



Um comentário:

  1. Será que seria interessante retomar aquele projeto com o Museu de Arte Sacra?
    Quero muito que isso aconteça. Sei que anteriormente eu fui mais acomodada, mas desta vez quero me empenhar com isso.
    Conte comigo.

    Zeila

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