Em 1998, fiz a proposta ao então
diretor do Museu de Arte Sacra, Eugênio d´Ávila Lins, de organizarmos uma
“Semana Internacional do Azulejo”. Sugestão aceita de imediato. Começamos a
convidar historiadores de vários países, todos tendo o azulejo como elo de
pesquisa.
A pouco tempo do início da
estruturação do projeto, a diretora do Museu da Arte da Bahia, Sílvia Athayde,
se mostrou interessada em participar da empreitada, colaboração recebida com
entusiasmo. Assim conseguimos juntar uma banca significativa de nomes
respeitáveis vindos do México, Espanha, Portugal e Marrocos. Sem esquecer, é
claro, os mais conceituados estudiosos brasileiros, Dora Alcântara e Pedro
Moacir Maia entre eles.
Foi, com certeza, uma boa forma de
colocarmos a Bahia no roteiro da Inteligência e da Memória, longe das mulatas
de fio dental, praia, coqueiros, axé music, futebol e cerveja estupidamente
gelada.
Em conseqüência da excelente repercussão
desse encontro, proponho agora realizarmos um segundo encontro nos mesmos moldes,
focalizando maior participação latino-americana ao convidar representantes da
Argentina, Uruguai e Colômbia e também de países essenciais à história do
quadradinho de cerâmica como Turquia e Holanda. Um representante do Museu do
Azulejo de Lisboa, restauradores e artistas ceramistas contemporâneos,
completariam um belo leque de trabalho.
Mais uma vez coloco-me à disposição da
entidade que estaria interessada em realizar tão significativo evento.
Precisamos dar merecido destaque a uma arte que nos singulariza ao mesmo tempo
em que nos une historicamente, tanto a cultura européia quanto a cultura árabe.
Assim talvez possamos convencer as autoridades a olhar para o azulejo como algo
da maior relevância para nossa identidade, em vez do absurdo abandono em que se
encontra o patrimônio azulejar da Bahia. Deprimente é passear pela cidade e,
mais ainda, pelo Recôncavo e constatar que boa parte do acervo desapareceu
totalmente, sem que órgão nenhum tenha manifestado a mínima preocupação.
Correndo o risco de cansar meus
eventuais leitores, voltarei a escrever sobre tão importante assunto.
Será que seria interessante retomar aquele projeto com o Museu de Arte Sacra?
ResponderExcluirQuero muito que isso aconteça. Sei que anteriormente eu fui mais acomodada, mas desta vez quero me empenhar com isso.
Conte comigo.
Zeila