quarta-feira, 27 de julho de 2011

RETALHOS 47

A cidade de Salvador foi entregue aos guardadores de carros. Não há na cidade um só pedaço de rua, praça ou avenida que não tenha seu dono. Ele virá exigindo com autoridade até pagamento adiantado, especialmente quando tem um cinema, teatro, restaurante ou festa por perto. Nem quero nem falar de jogo de bola, de feira do município ou mesmo de praia,  porque aí  chega a ser ladroagem. Geralmente, mal recebeu a grana, desaparece sem guardar nada. E, como de costume, a prefeitura se omite.

Para quando um movimento pedindo o impeachment do prefeito Carneiro?

Uma excelente exposição no Centro Cultural Correios, entre o Hotel Villa Bahia e a igreja de São Francisco. “O mar de Sérgio Lucena” merece a viagem. Nascido em João Pessoa, em 1963, este paraibano passou por várias fases. Atualmente pode lembrar as grandes superfícies de Mark Rothko, se bem que sem renunciar a uma eventual figuração. Uma das mais significativas exposições do ano em Salvador
.

Atribuem à carismática Fátima, primeira dama do Estado, a escolha do casarão da Ladeira do Boqueirão – ex-escola Marquês de Abrantes – para abrigar um centro de recuperação de adolescentes vítimas de drogas. Trata-se de muito louvável iniciativa, mas ninguém entende a razão que levou a esta escolha. Não seria mais adequado recuperar um imóvel no Gravatá ou nas traseiras do Mercado de São Miguel? Ou no Comércio? Como podem imaginar, moradores e comerciantes do bairro de Santo Antônio não ficaram nada satisfeitos com as ameaças que podem decorrer do projeto.

Luis Jasmin expondo sua retrospectiva na galeria do Acbeu. Quem diria! Ah! Que saudade da Stella Carrozzo! O cara foi aquele que, apesar de diretor do Museu de Arte da Bahia, morava em Pernambuco. Tristes tempos de obscurantismo cultural estariam voltando?...

[_1968]
Vejam só até onde a galeria do Acbeu chegou!

Entrevistado sobre oportunidades perdidas na Copa do Mundo, José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco, não teve papas na língua a respeito do sigilo das licitações: “ É um absurdo. Não existe nenhuma explicação para exigir este sigilo. Se o medo de haver corrupção, favorecimento ou qualquer tipo de malandragem, o correto é a transparência e não apagar as luzes e deixar tudo no escuro...”

Atraído pela farta divulgação do evento, fui assistir, no Palácio Rio Branco, ao espetáculo de dança “Paradox”. Além de começar com meia-hora de atraso, a indigência da realização, para lá de amadorística, não conseguiu impor-se no nobre cenário do antigo edifício. Não entendo que alguém formado no Tran-Chan assine tão constrangedor  espetáculo.  Nem os figurinos foram adequados à proposta e muito menos ao espaço.

 “Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Essa minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana”.  Bakunin, teórico politico russo, um dos principais expoentes do anarquismo em meados do século XIX.

O Plano Inclinado do Pilar está fechado há mais de cinco meses, sem que nunca o senhor prefeito Carneiro se tenha dignado em comunicar o porquê desta decisão e muito menos até quando a comunidade e o turismo vão ter que sofrer com tamanha incompetência.  Se Sua Excelência chorou ao inaugurar o plano, agora quem chora somos nós. Vale lembrar que a reabertura deste serviço público foi possível unicamente graças ao dinheiro do contribuinte. Mas nossa insatisfação continua alimentada por pedidos desprezados como, por exemplo, o abaixo-assinado sugerindo um posto policial e um caixa automático do Banco do Brasil na entrada superior do mesmo plano inclinado. E mais: em vez de melhorar a qualidade do ensino, o Estado fecha a Escola Marquês de Abrantes, tão essencial ao bairro de Santo Antônio e resolve, no mesmo casarão, implantar um centro de reabilitação para vítimas de drogas, que é atualmente uma verdadeira praga social. Resta ao governador explicar por que escolheu exatamente aqui, no meio de tantas pousadas, bares e restaurantes que pretendem dar ao soteropolitano e ao turismo uma imagem de paz e harmonia. Não teria sido mais coerente investir no Gravatá, no Comércio ou nas traseiras do Mercado São Miguel? Entretanto, o analfabetismo continua reinando no bairro! É bom lembrar que a Bahia tem o maior número de analfabetos do Brasil. Deste título de campeão, com certeza não precisamos.
(panfleto distribuído em julho no centro histórico de Salvador).

Muito oportuna, a feira de artesanato promovida por um grupo de adeptos do candomblé na Praça Tereza Batista, Pelourinho. Como já coloquei anteriormente, nada como uma visibilidade pública para o povo de santo. Nem que seja para desfazer a imagem de poder oculto e magia negra que persegue esta religião.

Você estranhou as falcatruas do Ministério dos Transportes? Claro que não! Encontrar um órgão público isento de corrupção vai ser difícil. Sempre haverá um Luiz Estevão ou um Lalau disponível para novas aventuras submarinas. É só aguardar o próximo capítulo de uma novela que nem a Globo ousaria imaginar. A única diferença é que os protagonistas de Brasília e adjacências são muito mais feios e medíocres que os atores da Venus Platinada.

“Tomei conhecimento  que hoje, às 20h, no auditório da Faculdade de Arquitetura, rua Caetano Moura, 121, Federação, estará se realizando mais uma reunião para se discutir sobre o modal de transporte metropolitano mais adequado para nossas necessidades.Estarão presentes, pelo sabido, personalidades do mundo empresarial, político, administrativo e de entidades de diversos segmentos técnicos e sociais, a exemplo do secretário de governo, Zezéu Ribeiro.Em tais oportunidades, os defensores do BRT sempre defendem este modal se utilizando como argumentos os de maior rapidez de implantação e de ser o único que conta com recursos assegurados, argumentos que são contestados por diversas outras fontes de opiniões.A solução do BRT parece propor para o trecho da Avenida Paralela um sistema que já nasceria com a capacidade esgotada desde o início da operação e que ainda implicaria a pavimentação de quase 20% do canteiro central da avenida com graves prejuízos estéticos e ambientais. É importante o aprofundamento nesta questão.É uma proposta, portanto, que precisa ser discutida a fundo para que os argumentos que a acompanham não formem facilmente opiniões de que sua aceitação é inevitável e a mais vantajosa.
Há que se comparar com outras propostas que prometem maior capacidade de transporte e de maior economia ao longo do tempo.Portanto, é mais uma oportunidade para os interessados por uma cidade melhor se esclarecerem e se posicionarem sobre o tema.Podem confirmar a realização da reunião pelos telefones da faculdade 3283-5883/4 e divulgarem-na para outros possíveis interessados em dela participarem.Saudações” Valter Sarmento Abenc-BA

Um leitor, com toda razão “Sugiro que, quando você novamente abordar o sistema de transporte que será adotado pelo governo, para o canteiro central da Paralela, seja questionado o destino do paisagismo lá existente. Vão destruir tudo? Já vi várias entrevistas sobre esse tal de BRT e ninguém menciona o destino daquele verde! Em termos de luta pela preservação ambiental, infelizmente, a Bahia tira nota zero.”

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