Passam os governos, secretarias de turismo se sucedendo, boas intenções costuradas com profissionalismo capenga. Começam por desmentir estatísticas anteriores para em seguida inventar novos números, tão fantasiosos quanto... Perguntem, por exemplo, aos hoteleiros soteropolitanos o que pensam das entusiastas cifras festejando o movimento turístico do finado junho. Mais para rezar Santo Expedito que São João. Os polpudos cachês das estrelas forrozeiras engordam o bolso das ditas e mais um punhado de espertalhões, transformando o publico boquiaberto em passivo rebanho. O amadorismo e a leviandade continuam de praxe.
Dia desses, recebi um novo folheto em espaguês desvendando os tesouros do centro histórico. A hilária versão espanhola terá sido redigida por um discípulo de Tiririca? Entre outras pérolas “... las construciones realizadas por Tomás de Souza en el estilo Barroco Português”. Triste imagem a Bahia está passando para los hermanitos! Não dá para listar os erros constrangedores da pretensa divulgação turística. Nem a terminologia das igrejas foi poupada! Mas é tradição na Bahia o governo financiar as mais esdrúxulas publicações turísticas. Supõe-se que os projetos editoriais sejam propostos por afilhados e compadres sem a mínima competência para assumir tão específica tarefa. Fora a incontornável baiana-colgate e o capoeirista bombado, os coqueiros sobre fundo azul e a borbulhenta moqueca, obviamente não há mais nada para ver ou fazer na Boa Terra. Algum leitor, por acaso, já viu cartazes divulgando o TCA, o Museu de Arte Sacra, o Costa Pinto, o Mamba, o Zambiapunga e a Chapada Diamantina? Tão pouco os verá nas agências de viagens, nos aeroportos ou rodoviárias e muito menos lá fora, nas embaixadas. Quem conseguiu abrir um folheto sobre a cultura do Recôncavo, seus conventos e igrejas? Sobre a fauna e a flora? Não são atrativos para o turismo de massa? Ainda bem! Precisamos, e muito, de turismo cultural, formador de opinião, que divulgue, enfim, uma Bahia menos oba-oba, mais sensível e inteligente.
Se formos considerar os livros "didáticos", distribuídos pelo Ministèrio da Educação, fica muito fácil entender?!
ResponderExcluirbeijo