segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O SOM DO SISAL

Jovens coiteenses fabricam instrumentos com flecha de sisal; músico paulista visita local do projeto

O Projeto “O Som do Sisal” consiste na realização de oficinas de construção de instrumentos e iniciação musical e prevê apresentações artísticas dos alunos como resultado final das atividades.

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Jovens do projeto em aula.
Se em outros tempos os jovens deixavam a escola para correr riscos de mutilações ao som do motor de sisal, no duro trabalho do campo, hoje uma proposta inédita começa a extrair novos sons no semiárido baiano, para além dos sons do motor paraibano. Trata-se de um projeto inovador e criativo que faz de oficinas de música e construção de instrumentos musicais com material extraído da planta símbolo da região, o sisal, uma nova forma de geração de valores culturais, sociais e econômicos.
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‘Som do Sisal’ inova a forma e o estilo dos instrumentos de corda.
Este projeto, intitulado de “O Som do Sisal”, despertou a atenção do renomado músico e luthier de São Paulo, Fernando Sardo, que se deslocou até Conceição do Coité, cidade do semiárido baiano e sede do projeto, para conhecer o processo de construção de instrumentos musicais a partir do sisal. Músico multi – instrumentista, compositor, artista-plastico, luthier  (profissional que fabrica instrumentos) e artista educador, Fernando constrói instrumentos, esculturas sonoras e instalações musicais que podem ser encontradas em diversos parques e espaços culturais no Brasil e no exterior.
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Fernando Sardo: músico multi – instrumentista, compositor, artista-plastico, luthier e artista educador.
Na semana passada, mesmo período que a orquestra coiteense retornava da Europa, ele foi conhecer de perto o espaço onde funciona há mais de um ano um pequeno laboratório de construção de instrumentos musicais. O que o atraiu foi o diferencial do projeto, que utiliza matérias primas alternativas para a confecção de instrumentos, os resíduos e partes da planta (flecha do sisal) que não aproveitadas na atividade industrial. Durante a visita, o paulistano ministrou oficinas de luteria a um grupo de jovens, tendo em vista o aprimoramento dos instrumentos já criados pelos mesmos, como: violinhas, cavaquinhos e rabecas.
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A flecha do sisal é a principal matéria prima do processo de fabricação.
A flecha do sisal, ou ainda haste ou madeira do sisal, é a principal matéria-prima utilizada na construção destes instrumentos. Ela é encontrada em abundância não só em Conceição do Coité, mas em toda a região circunvizinha, devido ao fato de que a economia local, historicamente gira em torno da produção da fibra vegetal oriunda daAgave sisalana.
O idealizador do projeto é o músico autodidata Josevaldo Silva. Com apenas 26 anos, Nim, como também é conhecido popularmente, é Maestro da Orquestra Santo Antônio, e já conta no seu histórico artístico cultural com diversas experiências em desenvolvimento de projetos sempre de caráter inovador.
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O idealizador do projeto é o músico autoditada Josevaldo Silva (esquerda). Ele é o Maestro da Orquestra Santo Antônio.

Josevaldo comenta que o projeto “O Som do Sisal” é uma proposta inovadora que engloba as esferas cultural, socioeconômica e da sustentabilidade, ou seja, agrega valor simbólico a forma de sobrevivência na região do sisal. “O território do sisal tem uma diversidade cultural muito rica e extensa, a música é parte muito importante dessa composição. Ainda não encontramos relatos de instrumentos musicais construídos com partes da planta do sisal, portanto, quem sabe não estamos inventando algo que pode ficar marcado na história do nosso povo e principalmente oportunizar cada vez mais jovens a produzir música com sisal e tirar um sustento de forma mais digna.” afirmou.
O Projeto “O Som do Sisal” consiste na realização de oficinas de construção de instrumentos e iniciação musical e prevê apresentações artísticas dos alunos como resultado final das atividades. As ações contemplam, além de Conceição do Coité, os municípios de Valente e Santa Luz, todas integrantes do polo industrial do sisal. O projeto foi viabilizado através da aprovação no edital 22/2014 – Territórios Culturais, do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, uma parceria entre a Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia.

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